Seis empresários da Província do Cunene dizem estar empenhados na mitigação da fome e pobreza que assola a região sul de Angola, com a implementação da agricultura mecanizada e pastorícia em grande escala.
Por: Da Conceição Maria
A problemática da fome e pobreza na região sul de Angola tem se agravado nos últimos tempos. Muitas são as famílias que dependem totalmente da chuva para a prática da agricultura de subsistência e assim garantir alimentação diária.
Na localidade da Canganda em Cuvelai na província do Cunene, as famílias procuram em fazendas vizinhas, trabalhos temporários para garantir a refeição diária, como contam alguns munícipes.
Mário Pacheco
“Mário Pacheco, aqui a fome está em vigor, não conseguimos cultivar este ano por falta de chuva, por isso, percorremos vários quilómetros a procura de trabalho para levar comida em casa no final do dia “.
É nesta realidade que 6 ( seis) empresários da Província do Cunene, Francisco Abílio Lumbamba, José Ventura (Zé Brigadeiro), António Cachimane, Bernabé Nguli, Armandão e Ângelo Mateus ( General Vietname), mostram-se engajados na mitigação dos efeitos da seca na região com a implementação e execução da agricultura mecanizada e pastorícia para combater a fome e a pobreza.
Manuel Mussende
” Apostamos na produção de cereais para combater a fome na localidade, produzimos vários hectares tendo em conta a carência das comunidades que diariamente batem as nossas portas para solicitar um quilograma de milho ou massango ” disse Manuel Mussende responsável da fazenda Mutuhongando de Ângelo Mateus.
“A falta de chuva complicou a vida deste povo que pouco tem de comer. As seis fazendas estão com responsabilidade de alimentar este povo, por isso, precisamos de apoio do governo nesta luta porque nós por si só, não seremos suficientes para acabar com a fome das comunidades, mas não vamos permitir que nenhum cidadão morra á fome enquanto estivermos a produzir” acrescentou.
Tony Lumbamba responsável da Fazenda Lumbamba explicou ao Namibe Fala Verdade, os passos de produção que seguem para garantir a recolha mensal dos produtos agrícolas.
“A produção é diversificada, em cada cem hectares produzimos faseadamente para permitir a recolha de produtos mensalmente e assim evitar a fome”.
Na comuna de Calonga, nos deparamos com o ancião de 73 anos, Abílio Tchivinga que trabalha na Fazenda Bernabé apesar da idade.
” As dificuldades são tantas que sou mesmo obrigado a trabalhar nesta idade para ter o que comer. A fome nesta região é um caso sério que se não houver a intervenção do Governo, muita gente vai morrer nos próximos tempos”.
Abílio Tchivinga