Cunene: O papel dos fazendeiros na mitigação da fome em debate no “Mwangolé” Fala Verdade

16.02.2021

Fazendeiros da localidade da Canganda no Município de Cuvelai no Cunene, aumentam a produção agrícola para mitigação dos efeitos da seca e fome no seio das comunidades nos últimos tempos.

Por: Da Conceição Maria.

A região sul, em particular a província do Cunene, tem enfrentado a problemática da seca por falta de chuva que tem trazido consequências significativas na vida das comunidades vulneráveis que dependem da agricultura de subsistência.
Face a esta realidade o espaço “Mwangolé” Fala Verdade traz em debate o papel dos fazendeiros na mitigação da fome na Província do Cunene onde foi feito uma digressão ao redor das fazendas que praticam agricultura mecanizada no Município do Cuvelai para suprir a carência alimentar das comunidades, tais como: Fazenda Lumbamba de Francisco Lumbamba, Fazenda Armandão, Fazenda Mutuhongando de Ângelo Mateus, Fazenda Vanjul de António Cachimane, Fazenda Bernabé Nguli e Fazenda Chivemba de José Ventura.

Rio Cunene

” A falta de chuva não tem nos impedido na produção de grande escala, extraímos a água para o sistema de irrigação dos pivôs á 2km do Rio Cunene, isto nos possibilita produzir duzentas toneladas de cereais por mês de forma regular e tem nos facilitado na resolução do problema da fome que assola as comunidades rurais do Cunene, uma vez que temos conseguido buscar soluções viáveis nas populações que diariamente batem as nossas portas a procura de trabalho temporário para no final do dia conseguir alimentação da família” disse António Lumbamba, responsável da fazenda Lumbamba.

Ernesto  Paulo, um dos trabalhadores da fazenda Armandão que deixou a sua terra natal “Matala província da Huila” em busca de sustento da família que lamenta a falta de apoio do governo aos empresários que acredita na boa vontade desses em ajudar as comunidades assoladas pelo fenómeno da seca.

“Os seis empresários têm desempenhado um grande papel no combate a fome nesta comunidade, mas é preciso que o governo do Cunene olhe por eles para em conjunto conseguir combater a fome e a pobreza “expressou.

Apesar dos esforços empreendidos pelos fazendeiros no combate a fome na Província, Plácido Augusto, responsável da fazenda Armandão disse ao NFV que têm encontrado muitas dificuldades na aquisição de equipamentos para alavancar uma boa produção, por isso, faz o apelo ao Presidente da República João Lourenço que dê apoio a estes empresários, uma vez que estes desempenham o papel de Estado nas comunidades.

” As fazendas vão continuar ajudar a população se houver apoio, a fome nesta região é um caso sério, vemos todos os dias muitas famílias nos portões das fazendas em busca de comida. Já perdemos muitos angolanos na guerra não queremos que morra pessoas á fome, para isso, pedimos a colaboração do governo e empresários para dar solução a esta problemática ” reagiu.

Os populares reconhecem o esforço que os seis empresários tem levado a cabo para combater a fome nas comunidades. “Vasco, fome aqui na Canganda está em vigor, a chuva não está cair e o povo está sofrer muito, temos estado a pedir trabalhos temporários para conseguir levar três quilogramas de milho por dia em casa e esses fazendeiros têm ajudado muito”.

” estamos com medo, a chuva ainda não caiu e o povo já está sofrer com fome” disse Teresa Nancali.

Na localidade de Tchicuanacalo conversamos com o responsável da Fazenda Vanjul Joaquim Namuele,  revelou ao Namibe Fala Verdade que no ano de 2020 a fazenda perdeu mais de cem (100 ) toneladas de derivados agrícolas numa plantação de dezasseis hectares devido uma rotura no sistema de irrigação onde é extraída água a oitocentos metros do Rio Cunene e a falta de apoio do governo nos equipamentos que possam ajudar no aumento da produção.

” O peso e a responsabilidade que temos com este povo tem nos levado a buscar forças para que tenhamos sempre produção e puder ajudar a população para que ninguém morra a fome nesta localidade” disse.

Depois de terem o conhecimento do engajamento dos seis fazendeiros do Cunene no combate a fome e pobreza nas comunidades mais afectadas pela seca na Província, os Administradores dos Municípios do Tômbwa, Alexandre Niyuka e do Virei, Lenine dos Santos, entraram em contacto com os mesmo para que possam investir na agricultura e pecuárias nestes Municípios como forma de colaboração no processo de mitigação dos efeitos da seca e fome na Província do Namibe que vive afetada á longos anos.

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