Mwangolé Fala Verdade: Resultados das manifestações de 30 de Janeiro no Namibe e no Leste de Angola.

09.02.2021

 

Jovens da sociedade civil mobilizam-se para render homenagem a 4 de Fevereiro as vítimas de assassinatos de Cafunfo. A vigília terá lugar no Largo José Espirito Santo pelas 19 horas e cada um dos jovens do Namibe é convidado a levar uma vela, dizem os mobilizados na reflexão sobre as manifestações de 30 de Janeiro no Namibe e nas Lundas.

Por: Da Conceição Maria

Os convidados neste Mwangolé  à quarta-feira, edição de 4.2.2021 (Gravado) foram convidados,  os Activista cívicos Carlos Cesar e Firmino Bunga, que sem papas na língua deixaram um alerta ao executivo angolano: “se o executivo angolano insistir na má governação as manifestações vão aumentar de intensidade”.
Registou-se no passado dia 30 de Janeiro de 2021, duas manifestações em  províncias e horas diferentes, sendo no Namibe a  concentração pelas 11 horas no Largo Espirito Santo e partida as 13 horas com o termino no Largo primeiro de Maio.

Nas Lundas, previa-se em simultâneo no período da manhã, mas,  em Saurimo, a policia foi implacável e os membros do Proctetorado não chegaram a sair, enquanto que na Província da Lunda-Norte, nas localidades do Cuango e Capenda Camulemba a repressão foi maior e não saíram as ruas, apenas a Vila do “Canfunfo” saiu as ruas pelas 7 horas, mas, foi  respondida com balas reais das forças coligadas “FAA e Polícia”, causando 27 mortos dos quais 7 do movimento protetorado Lunda Tchokwe.

É das matanças de Cafunfo e do percurso de quase 5 quilómetros da manifestação do Namibe “Peixe sim, Petróleo não” que centrou o debate do Mwangolé  Fala Verdade, gravado à  2 de Fevereiro, válido para quarta-feira, 4.2.2021, conduzido pelo jornalista Armando Chicoca.

“Dou nota positiva a prestação de serviço da polícia nacional no Namibe, fomos tratados como humanos na manifestação peixe sim petróleo não, está de parabéns o Comandante da Policia Alberto Sebastião Limão e o governador  Archer Mangueira porque, desta vez deixaram exercer o nosso direito de cidadania” disse César Carlos na sua introdução.

” 30 de Janeiro não foi o fim da manifestação peixe sim, Petróleo não”,  o nosso objectivo é insistir nos protestos até que o executivo angolano perceba que a pretensão de exploração do petróleo na bacia do Namibe prejudica a população do Namibe,  Centro, Sul e Leste de Angola e não só, estaremos sempre solidários com os angolanos que lutam para o bem das comunidades carenciadas.” disse Firmino Bunga ao fazer o uso da palavra.

Quanto a manifestação na Lunda-Norte ” Cafunfo” o activista é de opinião que o Estado Angolano gize políticas de desenvolvimento sustentável das localidades visando acabar com as assimetrias, sendo uma das principais reivindicações dos cidadãos no país.

” O povo das Lundas sofre muito, mesmo com a exploração dos diamantes naquela região as necessidades básicas são imensas para aquela população. Por mim a Lunda-Norte não teria a categoria de Província a julgar pelo subdesenvolvimento dos Municípios”,  para quem as matanças no dia da manifestação não tem razão de ser, o movimento Proctetorado fez entrega de documentos aos governos locais e provincial anunciando que sairiam as ruas no dia 30.

Matar e tratar os manifestantes de Cafunfo de rebeldes,  é no mínimo trazer à tona um debate desqualificador das nossas autoridades governamentais que se revela antipáticas com os ventos da mudança para a democracia” disse o activista Firmino Bunga.

“É com profunda tristeza que vejo o governo angolano apelidar os activista como rebeldes e arruaceiros. Gostaria que o governo cumprisse com os seus deveres e assumir que violou a constituição porque a nossa lei não permite a pena de morte. As matanças de Cafunfo mostram claramente que a nossa polícia não está preparada para lidar com vozes discordante ao MPLA e assim não consegue proteger o povo, mas sim para servir a elite. Com estas actitudes, ontem matanças no Monte Sumi e hoje assassinatos no Cafunfo, Angola se tornou uma Somália e um Iraque antigo”  lamentou César Carlos que lançou um repto a toda juventude consciente a marcar a sua presença no Largo Espirito Santo as 19 horas do dia 4 de Fevereiro para homenagear as vítimas de Cafunfo.

César Carlos acrescentou:  – O ser humano deve ser tratado com dignidade. As imagens que vimos nas redes socias em que um agente da polícia arrastava corpos de pessoas que eles próprios mataram, pisavam em alguém que implorava pela vida e tratado como se de animal,  depois responsáveis da polícia  chama-nos de arruaceiros,  mas,  quem faz arruaça é a polícia.

“Nós queremos o bem do país para todos, queremos ser tratados com dignidade porque o país é de todos nós e acho que devemos gozar dos mesmos direitos”, reagiu Carlos que para ele o comportamento da Polícia do Namibe nesta manifestação (Peixe sim, Petróleo não)  a ser extensivo pelo país serviria para os governantes poderem corrigir o que está mal neste país.

Os activistas deram a conhecer que no próximo dia 27 de Fevereiro a cidade do Tombwa “vai gostar” será palco da segunda manifestação “Peixe sim, Petróleo não”.

“Não iremos nos cansar até que o executivo perceba que o povo do Namibe não quer a exploração do petróleo para não dificultar a captura do pescado que tem peso histórico na dieta da população”.

O Deputado Sampaio Mucanda foi referenciado pelos activista em debate,  pela sua entrega ao lado das comunidades, quer durante a marcha quer durante a deputação de proximidade. Condenaram igualmente a insensibilidade dos quatros deputados do partido no poder que dizem estar distanciado cada vez mais do povo.

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