MULHERES VÍTMAS DE BURLAS NO NAMIBE PEDEM SOCORRO ÀS AUTORIDADES DA JUSTIÇA

03.07.2021

As três mulheres vitimas de burla “generalizada” na cidade do Namibe, protagonizada por uma suposta “Minga Lelé, clamam pelo apoio justiça, visando por cobro a insegurança instalada no seio das famílias, sobretudo as mulheres que lutam pela sobrevivência dos filhos.

Por: Domingos Marcelino

O apelo foi feito durante o debate “Mwangolê Fala Verdade” às quartas-feiras, válido para o dia 30 de Junho, com a apresentação antecipado sábado, 26 de Junho de 2021.

Arlete Lúcia, Vítima de Burla no Namibe

Arlete Lúcia, mãe e estudante Universitária disse que é impossível viver, hoje, sem fazer algum negocio para suprir as dificuldades quotidianas em casa junto dos filhos e também para ajudar ou complementar a engenharia financeira do esposo. Arlete disse também ter sido uma das vitimas inconformada com o comportamento burlador de Minga Lelé, que por vezes com o mesmo rosto muda de nome para atingir os seus intentos pecaminosos contra outras mulheres.

“Foi no mês de Abril do ano em curso, já não me recordo a data, fui a escola e o meu esposo também tinha saiu por algum tempo de casa ficando apenas duas crianças, sendo uma de 12 e outra de 13 anos de idade, respetivamente. Naquele momento da nossa ausência em casa apareceu esta senhora fazendo-se passar por “Mila” e disse para as crianças que combinou comigo para vir ver as panelas em casa, quando na verdade eu não combinei com ninguém. As crianças responderam que que a mãe saiu ela pegou no telefone simulando como se estivesse a falar comigo, na presença das crianças a dizer: mana já estou aqui em casa vi ver as panelas que nós combinamos, encontrei as crianças, simuladamente ela própria se respondia, esta bem, vou transmitir nas crianças que neste momento também estão a me ouvir”, disse
Depois ela disse para as crianças que acabei de falar com a vossa mãe e ela disse que não tem problemas é para eu ver as panelas e levar logo trago o dinheiro. “As crianças entregaram-lhe dois jogos de panelas grande, sendo um jogo no valor de 90 mil kwanzas e outro no valor de 95 mil kwanzas, totalizando o valor de 185 mil kwanzas. Satisfeita com os dois jogos de panelas nas mãos, mandou parar uma mota e foi-se embora. Quando cheguei em casa as crianças disseram-me que não mama a Tia Mila já vinha buscar as panelas, eu me espantei (…) tia Mila? eles disseram sim! Então não foi a mamã que mandou entregar os dois jogos de panelas? Nós vimos ele a conversar com a mãe pelo telemóvel”, questionaram as filhas.

Eu não conversei com ninguém, disse Arlete ás filhas que puseram-se a chorar olhando para a revolta da mãe. “Eu disse para as minhas filhas, não chorem! isto aqui é burla, esta senhora é burladora, eu já ouvi falar dela e das maldades que faz”, disse aos petizes em choque com a permissibilidade do erro.

Sónia Castelo Branco, Vítima de Burla no Namibe

Sónia Castelo Branco, outra mulher vítima da mesma suposta burladora “Minga Lelé” conta que :” comigo não difere nada com o que aconteceu com a dona Arlete. Das minhas investigações apurei que ela chama-se Minga Lelé, mora no bairro 5 de Abril, esta mesma senhora já esteve presa no SIC pelo mesmo crime de burla”, disse Sónia Branco.
“Essa mulher apareceu na minha tenda de roupas e disse na minha funcionaria que eu mandei–lhe tirar roupa no valor superior ha 100 mil kwanzas e fingiu-se em como estava falar comigo pelo telemóvel para fazer acreditar, enquanto era uma pura mentira, mentiu igualmente que era professora da escola que está a enfrente da nossa casa e não e não é professora da escola. Como se não bastasse, essa mulher levou também na segunda tenda outras coisas no valor de cento e vinte oito kwanzas mais algumas coisas por experimentar fazendo um total de de 300 mil kwanzas”, disse.
“desfalcou-me mais de trezentos mil kwanzas, procurei-lhe por todos os recantos do Município do Namibe e localizei-lhe, fui ao SIC e bem atendida e os filhos alheios tudo fizeram e detetaram  a senhora. Eu confiei na justiça, entreguei tudo nas mãos da justiça agora vejo essa mulher na rua e sem ter pago o que me prejudicou. O meu dinheiro é do sacrifício, suor, de muito esforço não pagou o meu dinheiro que é de muito esforço, batalho para dar de comer as minhas filhas e essa mulher é solta na rua a fazer o mesmo com outras famílias isto com outras família que também batalham para dar de comer os seus filhos”, questionou com algum lacrimejando.

Os agentes dos serviços de Investigação Criminal tudo fizeram, localizaram a senhora burladora, deteram, foi encontrada com muitas coisas de burla, algumas delas são minhas, estas mesma mulher já esteve há uma semana na cadeia pela mesma prática mas infelizmente depois duma semana ela foi solta e agora sobre a minha queixa e da colega aqui presente esteve igualmente detida e a solta novamente? Quando é que as famílias no Namibe vão se livrar deste pesadelo, pedimos encarecidamente a justiça , que se faça justiça porque nós não somos as únicas mulheres prejudicadas por esta mulher, somos muitas, todas senhoras que vendem no mercado 5de Abril que aqui no Namibe a única mulher que burla outras mulheres é a Minga, ela frequenta muito o mercado 5 de Abril, disse.

“quando eu fui a casa da Minga com os agentes do SIC ela tentou negar que não foi ela que tirou as minhas coisas, mas o agente do SIC quando fez revista em casa dela encontrou um saco grande de cor preto contendo meus pertences e coisas de outras pessoas. Ai sim começou a falar a verdade, alegando que devolveria o dinheiro alheio e que o caso ficasse entre nós e daria alguma coisa ao agente do SIC”.

“Ela que em outras ocasiões tem dito que trabalha na função pública desta vez disse claramente que era desempregada, só se assusta já fez e para voltar devolver a coisa alheia tem vergonha”, esclareceu questionando a PGR junto do SIC que condiciona o valor de 600 mil kzs para detê-la.

Será que estão a espera que um dia façamos justiça por mãos próprias? Nós trabalhamos em busca do pão dos nosso filhos e netos e ela nos prejudica e a justiça não diz nada? “A justiça diz que só pode prender alguém que furtar mais de seiscentos mil kwanzas? O que ele nos roubou é o nosso bocado, e muitas de nós trabalhamos com o dinheiro emprestado e esse mesmo dinheiro emprestado burlado a pessoa que empresta não quer saber, paga-se com juros, até aonde vamos parar com isso”, reagiu Deolinda Afonso, outra burlada.

“Nós não queremos fazer justiça por mãos próprias, queremos apenas que a justiça ouça o nosso clamor, a nossa voz e faça justiça por nós, é isso que eu vi pedir nesta rádio famosa que ajuda muita gente “NFV”, vejam só: primeiro fui a justiça apresentar queixa e a policia não conseguiu prender a senhora. Eu e o meu esposo quando lhe localizamos, sem lhe tocar na cara lhe levamos ao Comando Municipal do Namibe da policia, hoje essa mulher na rua a gingar e a gabar-se e a humilhar-me como se não tivesse razão? Meus senhores, eu estou a fazer negocio com dinheiro emprestado, pago juros e não posso sofrer pressão desta forma ao ponto de morrer e os meus filhos ficarem sem mãe muito cedo”, frisou exortando as autoridades da Província unir esforços para se estancar este mal que na sua ótica poderá trazer consequências graves para as famílias.

“Dia 1 de Abril burlou-me, dia 3 de Junho novamente com as astucias de sempre convenceu a minha filha e levou sapatos e outros bens. Será que é mal eu pedir ajuda da justiça? será que é mal eu pedir que se faça justiça nesse país? É apenas justiça que estamos a pedir , porque o Presidente João Lourenço disse que ninguém é tão pobre ao ponto de não ser defendido pela justiça, queremos justiça contra esta mulher que engana tudo e a todos sob o olhar impune da justiça”, reagiu.

Foram várias incursões de lamentações destas mulheres que imploraram ao procurador titular Eugénio Sonehã Cassandi, ao Delegado do Interior comissário Alberto Sebastião Mendes “Limão” durante o espaço “Mwangolé Fala Verdade ás quartas-feiras” no sentido de tudo fazerem para se travar a onda de burlas imparáveis protagonizadas por esta mulher conhecida por “Minga”, várias vezes detida e solta pela PGR junto da Investigação Criminal do Namibe.

“Se eu voltar a ver esta senhora na rua vai ter que me entregar todo meu dinheiro burlado, mas se ela estiver na cadeia e sem mais possibilidades de tirar pão na boca dos filhos das mulheres lutadoras pela vida, ai sim sentir-me-ei satisfeita ainda que não pague o meu dinheiro”, concluiu Castelo Branco, uma das inconformadas durante o debate, criticando e qualificando a impunidade uma das causas dos ajustes de contas e justiça por mãos próprias em Angola.

“Sinceramente falando o que pedimos neste momento as entidades afins do estado é a justiça porque é complicado, nós todos somos cidadãos angolanos, vivemos os mesmos problemas sociais e uns lutam para contrapor e outras pessoas espreitam os sucessos dos outros ao ponto de furtar coia alheia. chega, estamos a ficar cansados com isso, ou temos governo ou então não temos e cada um vai-se defender como poder”, sublinhou a vitima Deolinda Afonso.

Deolinda Afonso, Vítima de Burla no Namibe

“Assim não vai dar certo, é complicado, a senhora “burladora” foi de tida por ter prejudicado algo de alguém e volta e meia é solta e diz para a vítima: queixa-te aquém quiseres, queixa-te ao comandante da policia que te apetecer, eu estarei sempre solta e estou aqui. Estamos andar oprimidos e humilhados na rua, somos cidadãos e merecemos proteção do estado, os nosso bens devem ser protegidos e não vamos permitir estes abusos e se até aqui nada de mal aconteceu com essa mulher é porque temos conversado muito com os nossos esposos”, reiterou. Deolinda Afonso criticou asperamente a morosidade que se assiste na instrução dos processos neste país e pediu que o estado angola admita mais quadros para o sector da justiça e apelou as demais vitimas que venham fazer queixa contra esta mulher charlatã para que a justiça seja feita.

´”É assustador que uma só mulher tire sono a muitas famílias sob o olhar impune de quem de direito. Entra em casas alheias, faz desfaz e ninguém faz nada, pelo que sei esta senhora não é do Namibe, parece-me que é da Huila ou de Luanda e o que ela faz não é normal, percebi também que ela já tem feito isto em luanda, Benguela e no Huambo, eu apelo que as autoridades da justiça na Província do Namibe reúnam e encontrem uma saída que vise salvaguardar o sossego nas famílias. o lugar dos delinquentes é na cadeia”, concluiu a vítima Arlete
O Activista cívico Francisco Tchimbwa, na qualidade de convidado especial deu nota positiva as mulheres que escolheram um órgão que trata-se estes assuntos sem tabus. “O espaço Mwangolé Fala Verdade ao invés de ser patrocinado pela NED que é instituição estrangeira deveria ter o patrocínio do próprio estado angolano porque o NFV busca factos que a imprensa publica não traz a tona.

Quanto a questão em debate, os órgãos da justiça devem estar unidos para um posicionamento mais acertado sobre este caso que mexe com as famílias no Namibe. “são grandes mulheres que de cabeça, tronco e membros pensar na justiça e não agirem por mãos próprias. A PGR ficou doente durante alguns anos e só agora com o novo procurador titular, Eugénio Sonehã estamos a ver que alguns processos que eram dados por arquivados por conveniências politicas agora estão a ser reabertos, acredito piamente que o procurador Eugénio quando perceber desta inquietação irá agir em defesa destas famílias”, reagiu o activista Tchimbwa durante o debate.

“Sei precisamente que o mais Chicoca tão logo termina este debate vai entrar em contacto quer com o Procurador quer co o Comandante Limão dando-lhes a conhecer esta situação que alem de fazer parte da violação dos direitos humanos também diz respeito a segurança do cidadão. Eu pessoalmente acho que apesar de que só com valores acima de 600 mil kwanzas um cidadão pode ser detido e condenado na pena de 8 á 12 anos de prisão, aqui estamos perante um caso continuo, burla continua, subversão familiar e o somatório destes atos esta cima dos 600 mil kwanzas e esta cidadã o lugar dela é na cadeia para receber a educação que se calhar não recebeu dos país, aqui não há e nem pode haver outra conversa, cadeia já e agora, assim diz o filho do povo”, reagiu o activista durante o debate.

Houve internautas que interagiram no Facebook encorajando estas mulheres que decidiram condenar os atos indecorosos da suposta cidadã Minga em extorquir várias famílias destruindo o negocio de sobrevivência.

Os internautas foram unanimes de que a justiça deve atuar levando as barras do tribunal a referida cidadã porque de resto é perpetuar o crime e causar ainda mais danos nas famílias que lutam por si para assegurar o futuro dos filhos.
Do contacto que o jornalista Armando José Chicoca teve com o Procurador titular Eugénio Sonehã Cassandi, aquela entidade da PGR na Província do Namibe inteirou-se imediatamente do caso e vinte horas depois a cidadã encontrava-se já detida, aguardando outras formalidades legais para ser presente em tribunal.

Valeu a luta destas mulheres e esta de parabéns a PGR-Namibe e o SIC neste posicionamento de servir o angolano, o cidadão em primeiro lugar. O NFV agradece a abertura que as instituições da justiça tem colocado a disposição da imprensa quer pública quer privada, só marchando juntos, mas todos os cidadão juntos atingiremos as metas preconizadas.

O Mwangolé Fala Verdade agradece a todos aqueles que encontraram voz neste espaço e encoraja os angolanos a denunciar o que está mal como forma de rejeitar sofrer no silencio. Os nossos contactos são:923171315/937002312 www.namibefalaverdade.com [email protected]

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