Exclusão nas Universidades dos jovens que não obtiveram a média 14 valores no ensino médio em debate no Mwangolé Fala Verdade às Quartas-feiras 18 de Agosto de 2021

22.08.2021

Exclusão nas Universidades dos jovens que não obtiveram a média 14 valores no ensino médio em debate no Mwangolé Fala Verdade às Quartas-feiras 18 de Agosto de 2021

Os Jovens académicos no Namibe criticam o decreto que exclui estudantes com a média inferior à 14 Valores na Universidade.

Por: Paulo Fernando

“Sobre a morte da antiga estrela do futebol angolano, Paulo Alves Paulão”.

O Psicólogo, Enoque Livulo: “é muito triste, uma perda é sempre uma perda, para os que ficam, ficam as memorias, para ele que parte fica o legado as emoções que nos consegui-o transmitir, no modo síntese a aceitação do facto é um passo fundamental no sentido de conjugarmos algumas energias para continuarmos a trilhar essa grande jornada”, disse.

Para o sociólogo, : “uma morte é sempre uma morte, o senhor Paulão foi homenageado no passado dia 8 pelo programa recordar é viver da radio 5, e nessa semana acompanhamos todos surpresos o passamento físico dessa grande estrela do futebol angolano, nada mais nos resta se não desejar a família os mais sentidos sentimentos de pesares e dizer que o mundo do futebol perdeu, os angolanos perderam e a vida tem desses momentos”, disse.

“Ainda nessa semana o governador do Namibe, Archer Mangueira recebeu em audiência o grupo de activistas cívicos da província do Namibe”.

Enoque Livulo, Psicólogo

O psicólogo Enoque Livulo: “o dialogo faz parte das maiores virtudes que se possa mencionar, entende-se o dialogo como a melhor e a maior via de mediação e resolução de conflitos, quando há está vontade, esta intenção de mediar ou resolver algum conflito ali temos plenamente acordos e iniciativas de se enaltecer, porem é fundamental também aqui abrirmos aspas de que ao manifestarmos esses interesses, os assuntos trazidos lá de cima não podem ficar sobe ouvidos de aluguel caírem sobre aguas de bacalhão, ou como se estivéssemos a oferecer falas ao vento, é fundamental essa abertura, naturalmente que foram trazidos de cima algumas situações que representam preocupação no seio da sociedade e é fundamental e mais sensato de que de modo pleno as questões levantadas cedessem uma resolução plausível como tal. É verdade que nem todas devem ou vão merecer resolução se calhar trazendo a esfera de competência de sua excelência senhor governador, mas que também se tenha essa humildade para se dizer olha isso aqui não vou conseguir podem esperar, e não suavizar problemas fazendo como se estivessem a fazer terapias de falas, como se estivessem a fazer ensaios, se formos a cair no contesto religioso inclusive é um pecado, numa esfera politica ou cientifica estaríamos a dizer uma questão de má fé, se é que os assuntos discutimos não merecerem atenção priorizada assim como o devido tratamento. Queremos acreditar que sua excelência senhor Governador enquanto animal racional tem uma equipa e desta equipa está a fazer alguns esforços para que o assunto tenha um bom percurso de resolução”, disse.

Querino Boano, Sociólogo

O sociólogo Querino Boano: “hoje a sociologia tem um conceito que fala relativamente sobre os movimentos sociais, ou seja, hoje já não se faz politica sem uma senda dos partidos tradicionais ou tradicionalistas, hoje existem aqueles movimentos que identificam os problemas, que identificam situações e propõem ou levam essas mesmas questões a quem tem competência de os resolver, sendo que os jovens constataram tal situação, entraram em contacto com sua excelência senhor governador apresentarem os problemas e dai espera-se que em função do que disse aqui o caro colega, vai se ver o quê que se pode resolver porque os problemas são vários e esperamos que aqueles que são mais experimentes de facto sejam já resolvidos porque também como tem se dito a vida não para, ela é dinâmica e não podemos continuar a viver de promessas futuristas, então que se resolva quilo que se quer resolver e vamos ver como é que se faz isso”, disse.

“Os membros do governo provincial do Namibe avaliaram os projetos em curso na província, e neste encontro uma das recomendações saídas foi o uso racional dos bens públicos, como viaturas e outros meios”.

O psicólogo Enoque Livulo: “vem tarde, é positiva tanto embora ela venha acima da hora, mas eu queria aqui fazer uma questão de analogia transversal, o que acontece hoje em dia falou-se no sentido das viaturas mas esse problema ele acaba acontecer em outros bens do Estado em que alguns que lhes são conferidos acabam usando para outras áreas da vida que não são dedicadas fundamentalmente para a finalidade do Estado do ponto primário, quero também dizer que é uma medida que na verdade nem deveria ter sido por uma questão de consciência é como se um pai pegasse num determinado valor para que o filho compra-se alguma coisa e compra uma outra coisa que não tinha sido aquilo, também quero olhar nessa medida como positiva e dizer que é fundamental olharmos para o critério de fiscalização, esperar que essas pessoas que faziam ou fazem o uso por exemplo das viaturas para outras finalidades destinadas aos desígnios do Estado, são racionais sabem que não podem fazer isto, no entanto escolhem fazer isso ao seu belo prazer e falar, orientar simplesmente prontos, é uma orientação não é decreto e na verdade tenho uma certeza acima dos 50% que alguns mesmo assim vão fazer o extravio, o uso indevido menos racional dessas viaturas. Então dai também, da boa decisão subsidiarmos como opinião de que haja fiscalização nesse sentido, que haja um memorando, um protocolo que procure responsabilizar aqueles que não fizerem o uso de maneira racional, aqueles que fizerem o uso indevido
Daquilo que são os propósitos das mesmas viaturas, a fiscalização aqui é um elemento patente sobe pena de que aquilo que não se quer é aquilo que vai continuar a existir, quanto a mim é o meu ponto de vista, para dizer que é uma boa decisão embora venha tarde e que deve ser acrescida com o critério da fiscalização”, disse.

“Sobre a situação da Covid-19, nos últimos dias tivemos 5 mortes só em 2 dias”.

Querino Boano, Sociólogo

O sociólogo Querino Boano: “morre-se muito na nossa província, morre-se muito em Angola, não só de Covid-19 mas de outras doenças também, basta visitarmos os nossos cemitérios para vermos a azafama que há la todos os dias sobre a questão da morte, então, morre-se muito agora concretamente sobre a questão da Covid-19 o que deve ser patente é a questão mesmo do uso correto da mascara, o uso do álcool em gel, aquilo que nos foi orientado pelo ministério da saúde para continuarmos a nos precaver, caso contrario esses números poderão continuar a aumentar”, disse.

Enoque Livulo, Psicólogo

Para Enoque Livulo: “é um mal e deve ser encarado como um mal o aumento de casos e naturalmente o numero de mortes, não sou especialista na área de saúde como tal, mas é um assunto que deve ser levado a pormenor se calhar pelo numero de casos que a gente tem e números de mortes é algo que precisava ser alvo de reflexão ou ainda os especialistas, os médicos, o gabinete provincial da saúde surge-se ao terreno que é para poder prestar algum subsidio mais técnico, mais sistemático, não apenas subsídios estatísticos, portanto de números já estamos fartos e precisamos de mais subsídios para saber a nossa saúde a nível do Namibe naquilo que tem que ver para os casos de Covid-19, portanto isso é de modo especifico porque de modo geral sabemos que o sistema de saúde em Angola é doente, mas entre os doentes nós estamos num estado de coma induzido de aceitação porque a dois dias esse numero de mortes chama atenção e conforme se sabe a própria Covid-19 não é uma doença que escolhe e sabemos que nós todos somos alvos disso, então entendo ser necessário por parte dos nossos superiores surgirem ao terreno prestarem alguma explicação, subsídios técnicos e fundamentarem por A mais B das razoes desse numero avultado de mortes na nossa província, isso a fazer um convite a olhar pelo sim, pelo não a mente humana ser automática, nós aprendemos a conviver com a própria Covid-19, portanto quando nos barramos com os primeiros casos por Covid-19 parecia ser coisa de outro mundo, mas pelo sim pelo não a gente está aprender a conviver com isso, estamos a verificar lá onde mundo é mundo a retomarem as atividades normais sem entretanto grandes atropelos naquilo que tem que ver com questões biológicas. Na parte nossa enquanto cidadão é mesmo os cumprimentos das medidas de biossegurança e também subsidiar aqui um cuidado do nosso estilo de vida, os fumantes reduzam as dosagens de fumo porque esse vírus ama os pulmões e os que consomem álcool de igual modo, a não paralisação das atividades dos exercícios físicos que é fundamental, porque também delegar simplesmente a agenda de saúde não vai bater certo e nós já estamos a ver que a nossa saúde não está de saúde, então da nossa parte vamos fazer a nossa parte e esperar que os outros façam a sua parte e se não fizerem que Deus venha castigar de maneira mais acertada possível”, disse.

“A exclusão nas Universidades dos jovens que não obtiveram a média 14 valores no ensino médio”.

Querino Boano, Sociólogo

O sociólogo Querino Boano disse que: “Temos problemas sérios, as nossas instituições têm problemas sérios de comunicação, esses decretos já existem, estão lá o decreto presidencial fala relativamente a questão da media 14, mas o que aconteceu é que fomos todos apanhados com as calças nas mãos, se reparou havia jovens já a frequentarem os preparatórios para as universidades e os pais estavam todos imbuídos nesse processo, então, processos, estudantes e encarregados de educação foram todos apanhados assim, com as calcas nas mãos por falta mesmo de comunicação, sabemos que a par da saúde a educação é um direito universal inquestionável e inalienável não se pode negar a ninguém o direito da educação, esta medida a propósito, como não foi previamente comunicada vem como diz até o MEA, vem dizer que é mesmo uma medida discriminatória porque prima por uma perspetiva de agregação porque a principio não houve condições básicas, não houve questões previas para se trazer de cima essa perspetiva da media 14, primeiro quem tomou essa medida não sabe que tipo de estudantes por exemplo nós temos, em que contexto nos encontramos, em que contexto se encontram os nossos estudantes que dificuldades passam no dia-a-dia, temos professores que lecionam no período noturno por exemplo, a esses também se vai exigir a média 14, há aqui uma serie de situações que deveria ser previamente informada, atualizada, estudada e analisada para depois então se falar da média 14, temos famílias que passam inúmeras dificuldades, os estudantes fazem esforço tão errino para por exemplo sair da praça do mercado 5 de Abril para depois ir a escola, quer dizer, exigir a um estudante desse que tenha no final no seu certificado média 14 a mim parece ser um pouquinho bizarro porquanto não se preparou devidamente, nem os professores, nem os encarregados de educação e muito menos os próprios estudantes, como disse no principio, muito deles já se encontravam a frequentar os preparatórios para ingressarem nas mais variadas instituições de ensino superior. No entanto é uma medida discriminatória, fere com aquilo que são os princípios emanados quer na carna africana dos direitos do homem, quer na própria Constituição e nos demais, quando vêm a dizer que a educação é um direito universal, no entanto essa é a nossa opinião, como também é a opinião do MEA que é o Movimento de Estudantes Angolanos, no entanto é uma medida discriminatória e que devia na minha perspetiva ser repensada ou então que venham informar as pessoas com muita antecedência porque se as coisas continuarem assim vamos naquela perspetiva de fazer as coisas no joelho, então as instituições não é assim que devem funcionar. Como disse, as nossas instituições comunicam mal e por isso mesmo temos essa situação de que como disso os decretos estão lá, tanto do ingresso ao ensino de base como para o ensino superior, os documentos estão ai, o que faltou é mesmo comunicar atentadamente essa é a nossa perspetiva, comunicar adequadamente as instituições, as direções de escolas, os encarregados de educação, que olha o teu filho está aqui a estudar mas ele só poderá ingressar a faculdade da que a 2 ou 3 anos se tiver no seu certificado a média 14, quando não se faz esse trabalho de casa e é de base também porque a comunicação é um dos elementos que comanda a vida dos seres humanos, quando não se faz depois vamos ter essas dificuldades que estamos a ter agora, está todo mundo meio atrapalhado, ninguém sabe, há instituições que querem puxar para ver se fica média 12 e outros mantêm, então está uma confusão e que alguém vem a publico e esclareça muito bem as famílias angolanas sobre tudo aquelas famílias que passam inúmeras dificuldades para mandarem os seus filhos as diferentes escolas”, disse.

Enoque Livulo: “Quero olhar nesta medida tomada em diferentes direções, das quais é fundamental trazer aqui de cima que nem todas delas são negativas, porem a abismal diferença entre o diferente e o real conflitua com essa medida tomada. No contexto psicológico posso dizer que toda e qualquer medida de exclusão ou de descriminação é uma forma de violência, isso tem que ficar evidente, toda e qualquer medida de exclusão, de descriminação representa uma das formas de violência e nessa perspetiva as pessoas tomaram essa decisão, as entidades no caso sendo violadores de algum bem que neste contexto é o bem-estar psicoemocional do individuo, e esse bem-estar psicoemocional que é fundamental dos jovens e precisa estar em pleno gozo de saúde e faculdades mentais para poder responder as exigências de sociedade, quando ia dizendo das varias direções dessa intenção quero trazer exemplo aqui um pormenor de que a intenção é boa, inscrever-se alunos com média 14 a intenção é boa, sobre ponto de termos qualidade de ensino como tal, porem a maneira como ela foi aplicada não foi a mais acertada, naturalmente faz parte dos decretos já a muito tempo, mas conforme sabe as mudanças devem ser processuais não podem ser radicais, estamos apelar aqui medida processual em que tem que acontecer as mudanças, os tais decretos é mesma coisa é uma água parada e naturalmente elas a obedecerem o percurso têm de merecer naturalmente um agitar e quem tinha que fazer isso é a autoridade superior”, disse.

Querino Boano, disse ainda que: “A educação é um dos fatores de mobilidade social ascendente e é por via da educação que muitos de nós nos realizamos como pessoas, como funcionários e por ai fora, a questão da média 14 vem como diz o nosso tema tem a ver com a exclusão social, a exclusão social refere-se exatamente ao modo como os indivíduos são excluídos do uso da vida plena do grupo a que pertence, nesse sentido, quando a um jovem lhe é coartada a possibilidade de ir a uma universidade para que depois dai na sua vida vir a ter a chamada mobilidade ascendente, não podemos dizer que seja uma medida acertada, tinha que se comunicar com muita antecedência, quando nos vêm dizer isso agora algumas questões vão surgindo, porquê só agora? Talvez seja uma maneira, um travão que querem colocar agora olhando para aquilo que é a qualidade e a quantidade de estudantes universitários que nós vamos tendo ano após anos vamos registando muitos licenciados, mas se olharmos para a qualidade que se produzi-o ai, tal como disse o Enoque o problema de escrita, então será que só surgi-o agora, vamos parar só agora e tentar organizar isso, e então não posso concordar que seja uma medida acertada, como disse o colega, a iniciativa é boa porque precisamos também de qualidade, mas a maneira como nos foi comunicado esse processo é tao repentino, como dizia fomos todos apanhados com as calcas nas mãos e não é assim que as instituições funcionam. Isso tem consequências e o MEA falam por exemplo da questão da corrupção a nível do medio, percebendo que é meu sobrinho está ai a estudar e quando sair da que tem que ter média 14, é vou começar a lhe 17, 18, e é essa tal corrupção que o MEA fala, essas vão ser as consequências que vão advir depois desta medida, significa que temos que estar muito bem preparados para que tal decisão venha ter pernas para andar”, disse.

Pedro Vite, Sociólogo

O sociólogo Pedro Vite: “Questão da média 14 peca por não estar a ser exigida em contexto apropriado, está a ser exigida num contexto em que condições previas faltaram para que pudesse passar a exigir aos estudantes para que o acesso a outro nível de ensino vai depender então da obtenção dessa média 14 a nível do certificado, e nós temos que olhar também para a questão da comunicação que deveria ser previa e alem disso também, devemos olhar com os olhos de ver naquilo que é a realidade do nosso sistema de ensino, aquilo que é a realidade social, nós atravessamos desde 2014 e temos que conjugar esses fatores todos para ver se o contexto é ideal, eu sou a favor da nota 10 como nota mínima e ainda assim um exame de acesso, porque o mérito também deve ser acompanhado de justiça e nós precisamos entender o contexto, estamos num contexto em que não devemos motivar mais situações que levam-nos a retroceder porque as consequências de uma exigência como essa são obvias, nós já temos uma sociedade que tem altos indicadores de exclusão social e medidas como essa nada contribui para a redução desses auto indicadores de exclusão social que nós já possuímos em si. Do ponto de vista social para além da própria exclusão no sistema de ensino, os jovens ficam limitados de dar continuidade com a sua formação académica e isso pode depois incorrer em outras situações porque as pessoas precisam encontrar alternativas, e precisamos ter em conta que de grosso modo estamos apelar a uma facetaria a que vai ser afetada tanto negativamente por esta medida, estamos a falar excencialmente dos jovens que estão numa fase da vida em que precisam descobrir os seus potenciais, precisam trabalhar os seus potenciais, precisam encontrar caminhos para se estabelecerem como pessoas dentro de uma sociedade, nós já temos atualmente índices preocupantes de criminalidade, de delinquências, não há dias que acordamos e não há relatos de assaltos com recursos a armas brancas e outros meios, todos os dias nas comunidades há relatos e se formos a consultar também a estatística da própria policia nacional preocupa-nos, preocupa-nos também os indicadores crescentes da prostituição não só aquela que acontece a olho nu mas nós vamos notando também situações de comportamentos negativos, com certeza que essa medida vai contribuir muito para o acréscimo desses fenómenos que podem naturalmente surgir como um efeito direto ou indireto dessa medida”, disse.

“A média 14 define a qualidade do aluno”.

Enoque Livulo, Psicólogo

Para o psicólogo Enoque Livulo: “Naquilo que tem que ver com o perfil global do nosso sistema de ensino, esse é o número 1, 2 critérios de avaliação aplicados nas perspetiva provas, nós temos provas que não provam nada e isso tem que ficar muito evidente, muitas das provas aqui a nível das nossas escolas são provas que não provam nada e acredita ou não essa medida fica consumada vamos ter mais provas que nada provam porque eu enquanto professor vou olhar para o meu quadro humano ou grupo de alunos com quem eu trabalho a nível de aprendizagem então eu vou aplicar provas que não provam nada, uma coisa é o rigor implementado e outra coisa é o nível de aquisição, a pensão de conhecimento dos meus alunos vou estar a aplicar aquelas questões fáceis que nem se quer respondem ao perfil de saída daquela classe, mas como é o que a gente quer a gente passa. Quero também trazer aqui um pormenor quando ia dizendo que a intenção é boa é mesmo a intenção, e pecamos na sua materialização, é naquela velha máxima que a imaginação desligada da razão gera monstros, tanto, nós temos ai a imaginação real na verdade todos aqueles indivíduos responsáveis pelo bem-estar da pátria, com compromisso com o país queremos indivíduos formados, com zelo, dinamismo e que possam servir com proeza a nível das suas áreas, nós queremos isso, pessoas formadas como tal, porem são os corredores que a nível do próprio Estado são criados para que façam o individuo chegar até aquele pormenor, quero dizer assim, tu tens um Estado que quer combater não sei lá o quê, mas nem se quer consegue combater o lixo, lixo de lixo na rua não consegue, mas quer combater o lixo no ensino superior, temos que começar a olhar as coisas com olhos de ver, vamos olhar para o banco de problemas a nível das nossas estruturas académica, os nossos estudantes, perfil de entrada e perfil de saída, uniformização dos currículos escolares, uniformização dos critérios de avaliações, tudo isso são elementos que não podem ser passados assim, podes pegar o decreto 20 que fala do ensino especial, que foi anulado pelo decreto 17\16, mas foi anulado com muita dor, foi anulado entre aspas que vela a inclusão escolar e não se materializou nada. Eu quero olhar de modo mais técnico, para um estudante portador de deficiência que a luz do decreto 20 poderia ser avaliado pela sua deficiência, como poderia entrar a nível do ensino superior, qual seria a média ser dirigida para ele? não seria 14, não poderia ser a luz do decreto 20, então criou-se um outro decreto 17\16 e engraçadamente não se consegui materializar ainda a inclusão das pessoas portadoras de deficiência a nível das escolas, não se consegui-o, e se não se consegui-o onde é que ficam esses camaradas? do ponto de vista de ensino estão excluídos, entretanto é um erro um pecado que se cometeu e se fossemos mais humildes deveríamos levar as barras do Tribunal para que essas pessoas que implementaram essas medidas ou fracassaram nesses pormenores consigam responder ou pedir-nos apenas as desculpas”, lamentou.

“Do ponto de vista psicológico, o quê que isso pode causar a sociedade e a juventude”.

Enoque Livulo: “Vou começar na primaria, que é o baixo processo da aceitação pessoal, eu enquanto jovem, enquanto estudante com pretensão de inserir-me no ensino superior e vi-me barrado de ingressar vou ter um baixo processo de aceitação pessoal, é uma avaliação negativa de mim mesmo, como se eu fosse incapaz, como se a vida estivesse acabado, as oportunidades os país investiram tanto tempo e dinheiro em mim para ver se eu conseguisse se formar e eu também tenho essa vontade, mas infelizmente não posso por razão A mais B que surgi-o acima da hora, portanto esse pensamento em si só não é uma água parada vai dar lugar por exemplo a fatores como: estresse, se esse pensamento negativo for aliado a outras perdas que o individuo já passou vamos lá exemplificar, perdi a mãe neste ano e neste mesmo ano tentei 10 vezes para conseguir um emprego e não consegui, agora vem mais essa medida e não consigo, essa conjuntura de efeitos negativos vão dar a depressão, tristeza profunda, como sabemos um individuo com depressão é um individuo doente, é uma sociedade doente e vai abrir margens a aqueles comportamentos que aqui os meus colegas de painel já fizeram menção, estamos a falar do consumo desenfreado de drogas, álcool, fumo, e nós vamos chamar de comportamentos de risco. Queremos olhar também naquilo que tem que ver com as possíveis consequências, não apenas psicológicos, vamos ver ali mais rigor no ensino, para alguns que têm realmente compromisso com a pátria, outros já nem tanto, vão fazer o contrario em vez de aplicarem rigor vão dar mais facilitismo, quer dizer é só despachar, e também tem outro pormenor, eu estava conversando com alguém e dizia assim “esses cotas como são os donos das faculdades privadas eles querem fazer isso para que a nível das escolas publicas os indivíduos venham ser barrados e vão todos para as faculdades privadas”, também é um pormenor a surgir em que as faculdades privadas vão ter mais aberturas, vão ter mais ingressos porque aquele pai que se antes tinha em sua casa três refeições e o pequeno almoço era por exemplo uma sandes zinha de ovo, vai ter que amputar essas despesas para poder financiar os estudos dos filhos, isso é um castigo, e então são questões que eventualmente poderão vir a de cima, mas eu quero mesmo dizer isso para não ser mal percebido que a intenção é boa, realmente nós queremos um sistema de ensino de qualidade, muito certo, queremos pessoas formadas de verdade em que saibam mais do que os diplomas, não posso permitir que um papel fale por mim, não posso, o 14 se calhar é só no papel, eu não sou aquele papel, você não vai exigir qualidade enquanto você não investi, estamos a falar de investimentos no próprio sistema de educação que nós temos, que invistam na educação que a qualidade será automática”, respondeu.

“Quais são as saídas que os jovens devem encontrar no meio desta situação”.

O psicólogo Enoque Livulo: “A saídas é um bocadinho complicado, mas existem sempre saídas no sentido de percebemos de que embora as situações sejam difíceis mas a vida continua noutro lugar, a palavra esperança não pode faltar tem que ser um dos ingredientes fundamentais para todos, esperança num sentido de que as coisas hoje estão mal, mais amanha poderão estar melhor, as mesmas mentes que tomaram essas decisões pode se dar num outro dia poem a cabeça no travesseiro e decidam froxar ou reduzir com essas medidas, é uma probabilidade, não quero fazer aqui profecia, e se não for das mesmas mentes outras mentes poderão faze-lo quando exercerem ou tiverem o poder, convém aqui dizer que as coisas não têm um carater eterno, e neste carater provisório que elas têm, a dor, o poder também são provisórios e é provável que surja um outro grupo que possa fazer diferente no sentido de fazer valer mais o saber do que os papeis”, reagiu.

“O executivo deve continuar assim, sem comunicar”.

O sociólogo, Querino Boano: “É obvio que quando as instituições não comunicam as coisas ficam complicadas, quer dizer, nada está preparado, ninguém está preparado, são todos apanhados de surpresa e as coisas não funcionam como deveriam funcionar, portanto não é um bom caminho não é a via seguir, dai que as instituições têm os porta-vozes e tudo mais, é mesmo para facilitar este processo de transmissão de informação a quem deve ouvir, agora não creio que seja o caminho correto o não comunicar. A educação é um assunto que toca a todos e a cada um de nós, então encontramos neste processo a exclusão social e inclusão social, como vimos a medida vem de certa forma excluir, vem de certa forma marginalizar aqueles jovens que não tiveram a sorte de ter a média 14, então se temos a exclusão e inclusão social as pessoas que tomaram tal mediadas pedimos e apelamos que encontrem um meio termo para incluir os jovens, façam qualquer coisa, tem que se encontrar via para voltar a inserir os jovens excluídos, que façam qualquer coisa. E para os jovens, que continuemos a lutar por uma Angola melhor, por uma Angola diferente, por uma Angola que seja a pátria de todos e que tenhamos uma Angola onde nenhum de nós se sinta inclino na sua própria terra, então o apelo é esse, continuar a lutar, vamos continuar a exercer os nossos direitos de cidadania e como jovens temos a nobre missão de lutar por uma Angola diferente, uma Angola de todos e para todos”, afirmou.

Pedro Vite, Sociólogo

Pedro Vite, “A saída que os jovens devem encontrar a par dessa situação: “eu queria que diante de um problema que é coletivo tanto deve se traçar uma estratégia que deve ser resultado de um estudo, com certeza que nós estamos diante de uma situação que se pode transformar em um problema social, então para não incorrermos mais em um erro e nem tão pouco criarmos aqui o mecanismo de auto-culpablidade aos indivíduos que provavelmente não tenham essa média 14, a que se pensar aqui em estratégias coletivas porque isso é um um problema que não afeta apenas a um ou a dois jovens, mas é um problema que acabara afetando a muita gente, nós temos que pensar em como vamos potenciar as pessoas de modo geral, dai que isso acaba por não ser apenas um problema do próprio sector de educação em si, mas se quisermos olhar para os jovens como a camada provavelmente mais afetada por esta medida é aqui onde entra o papel das organizações juvenis, que devem sim nesse sentido serem aliados fortes do próprio executivo e saberem traçar estratégias para poderem minimizar então os efeitos negativos dessa medida, olhar para aquilo que é a rotina a nível dos jovens, a nível das comunidades, e ver que medida podem encontrar para ocupar saudavelmente esses jovens. Nós temos sentido uma ausência gritante das organizações juvenis, salvo em dias de aniversario dessas mesmas organizações, no dia-a-dia não se faz sentir a ação dessas organizações juvenis, então nós pensamos que estas deveriam ter uma maior Acão tanto naquilo que é a rotina dos jovens e serem um parceiro ideal para que o Estado consiga encontrar mecanismos de ocupação, de formação sobre tudo dos jovens e não só, mas também de outras pessoas de maior idade que se vejam negativamente afetadas por essas medidas, também precisamos pensar na educação como um sector de formação integral do individuo”, Concluiu.

A Exclusão nas Universidades dos jovens que não obtiveram a média 14 valores no ensino médio, foi o nosso tema em debate do Mwangolé Fala Verdade, edição de quarta-feira 18 de Agosto de 2021. Apresentação de Fonseca Tchingui, Coordenação de Armando Chicoca, Técnica de Paulo Fernando e Ester Culembe. Apoio NED.

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