Espaço Namibe em 7 dias

27.10.2021

Namibe em 7 dias espaço de abordagem das notícias que marcaram a semana finda.

Por: Fonseca Tchingui

Discurso do Presidente da República João Lourenço sobre o Estado da nação na abertura do ano parlamentar.

Oséias Cachinde, Professor e Activista Social

Oséias Cachinde, Professor e Activista Social, disse que :  “O discurso do presidente sobre o Estado da Nação na abertura do ano parlamentar deixou o seguinte o parecer “O presidente fala da pobreza e miséria, mas não nos traz a ideia real de como será o combate a pobreza. Por outra, ele traz-nos a ideia de uma proposta de lei que entrará na Assembleia, para a redução do IVA que está numa proposta de redução de 5%.
Do ponto de vista económico, numa situação política e económica de qualquer país, nós temos duas situações a ser resolvidas que são: as chamadas políticas fiscais e políticas monetárias.

As políticas fiscais podem ser expansionistas ou contorcionistas, ou seja, são aquelas que retraem na situação que nós nos encontramos na questão da crise. Veja que quando estamos em crise conseguimos perceber que as nossas políticas fiscais, continuavam a ser expansionistas, numa altura que mais se sofre o número de impostos começava a aumentar e assim estás a dizer que isso vai acabar por desincentivar aquelas pessoas que começam a investir num determinado sector ou pessoas que têm vontade e nós temos que acreditar que o IVA não recai resolver esse problema pois já existem produtos da cesta básica que não afectos logo, é uma situação falaciosa”.

Fernando Kassinda, filosofo: “A grande preocupação que gostaríamos ver resolvida e que criou grande espectativa aos cidadãos, seria a questão da cesta básica. Quase todo mundo estava expectante que o PR tocasse nessa situação porém vejo que o discurso voltou-se sobre tudo em três aspectos: olhou a questão do impacto da Covid-19, da pobreza e por fim a situação da seca, reconhecendo que realmente nós, não estamos bem e há muita fome.
Sobre a questão do desemprego reconheceu este problema porém, para nós, não basta simplesmente reconhecer é preciso estudarmos receitas de mando a vermos resolvidas essa situação. Relativamente ao discurso do PR a espectativa era que talvez pudéssemos ouvir a questão da redução da cesta básica todavia, infelizmente deu-se conta que passou-se novamente para um discurso”.

Fernando Kassinda, filósofo

Por outro lado o filosofo, disse: “Hoje quando vemos o PR a interrogar o IVA dizendo que tem deve ser analisado, cria-me uma certa dúvida. Nós estamos a assistir quase em todos os anos os projetos fracassados.
Há quem diga que Angola é um país de projetos falhados porque tantos projetos por nós implementamos mostram sempre debilidades, recuos ou até mesmo anulação. Vejamos que sobre o IVA falou-se da exultação, quais são os indivíduos que foram auscultados? Não vi quase nenhum economista ou empresário a defender os 4%, uma boa parte dos indivíduos mostraram que os 14% era muito para a questão do IVA, porém nos passaram-nos a ideia que todo mundo concordou. Isso mostrou-nos que devíamos refletir sobre os impactos que causaria na vida dos cidadãos mas infelizmente parece que não se vê isso”.

Pronunciamento do comandante geral da polícia nacional Paulo de Almeida “se a igreja ainda não conseguiu acabar com os pecados e os pecadores, não podemos pensar numa segurança pública ideal”.

Fernando Kassinda: “Eu acho que temos problemas de comunicação e temos dificuldades de ouvir. Nós somos daquelas pessoas que quando estamos a observar o outro a falar em vez de prestarmos a atenção nos dizeres e até que ponto de vista de um individuo, que pode pode contribuir para o desenvolvimento harmonioso e sadio da sociedade, os nossos dirigentes estão mais preocupados em responder e não analisar primeiro. Todos nós estamos interessados numa sociedade organizada, estamos vendo sinais claros, vemos pessoas a lutarem, crianças de 18 anos a lutarem, com catanas. Há pessoas que estão a dizer que não há tranquilidade e os nossos líderes deveriam ter a capacidade de ouvir”, lamentou a situação.

Oséias Cachinde, Professor e Activista Social

Para Oseias Caxinde: “Eu acho que é mais um daqueles espetáculos. Para que haja uma segurança pública, é preciso que o executivo faça mais investimentos de meios à polícia Nacional de Angola. Se no tem meios e a igreja como parceiro social do Estado vem dizer que é preciso que se entreguem transportes, ficam a comparar os pecados e não pecadores. Na verdade estamos em uma situação de crise, e esta por sua vez, começa a partir da crise de valores, financeira, económica, cambial e toda essa situação desemboca situações de violências que todos os dias nós temos estados a ver”, comentou.

Começou a chover no Município da Jamba província da Huila , camponeses  pedem ajuda ao governo com imputeis agrícolas para cultivar a terra.

Oseias Caxinde: “Veja como é que as nossas comunidades andam, Quando cai chuva é motivo de alegria e quando não se tem chuva é motivo de tristeza, que por vezes nos envolvemos em rituais dos nossos antepassados para ver se conseguimos chamar a chuva. É uma situação que preciso mais apoio e meios como tratores, enxadas, charruas até gado, veja que a região Centro-sul de Angola, é onde há mais pastorícia entretanto, infelizmente temos um acordo com o governo do Chade de trazer gados no interior do país, mas todo o gado que estamos recebendo, está a ser direcionada apara a região norte, um contrassenso que se nós queremos uma agricultura de família e desenvolvida é preciso que esses camponeses sejam apoiados”, disse.

Fernando Kassinda: “Vemos a realidade de famílias que pretendem investir naquilo que é a agricultura familiar, mas estamos diante de um instituto de agronomia onde não há estudantes. O governo tem que apostar na questão da agricultura, não há indivíduos que estão a ser formados para essa área e se precisamos investir neste sector então precisamos preparar recursos humanos, formar indivíduos que possam contribuir com conhecimentos científicos na formação dessas pequenas famílias com essas iniciativas porque são eles que de certa forma trazem alimentos para as cidades”, analisou.

Alberto Sebastião Mendes “Limão”,  delegado do Ministério do interior no Namibe Afirma que o comando provincial está a trabalhar em conjunto com o governo local no melhoramento da sinalização das ruas para facilitar o trânsito na cidade de Moçâmedes.

Fernando Kassinda: “Entendo que são boas iniciativas até porque necessitamos e vemos que há sítios com falta mesmo de sinalização na província do Namibe. Sabemos muito bem que a sinistralidade rodoviária tem ceifado muitas vidas e uma boa parte que temos vindo a constatar na província do Namibe, são jovens estudantes que deixam vazios enormes, anulam os seus sonhos portanto, é uma situação que precisamos ver resolvida”, comentou

Oséias Caxinde, na mesma linha de abordagem: “Parece-me ser uma preocupação do comandante e até porque daquilo que se sabe que a questão das sinalizações é da responsabilidade das administrações, mas devem ser sempre acompanhados por especialistas nesse caso, a direcção de viação e transito para termos uma cidade cada vez mais sinalizada. Hoje em dia no Namibe não se conduz por sinalização, conduz-se por hábito e por outra, queremos apelar as populações que têm estado a vandalizar esses sinais que sendo um bem público, é preciso que ter muita atenção para não ser vandalizado, pois servem de comunicação entre condutores e piões. De realçar que hoje em dia na cidade do Namibe existe o cruzamentos da morte”, esclareceu.

SIC no Namibe deteve seis cidadãos acusados de vandalização de campas no cemitério Municipal do Namibe.
Fernando Cassinda, analisou a situação dizendo as palavras que se seguem: “é triste! Nós estamos diante de muitos problemas sociais, a fome tem levado as pessoas a pontapear a moral porque onde há fome cada um procura estratégias de ver resolvida a sua questão. Imaginemos o cemitério do calumbiro por exemplo, havia lá portas que foram vandalizadas, isto quer dizer que, antigamente tinha-se medo de entrar no cemitério de noite mas actualmente, vê-se uma criança de três anos na campa a brincar.

Portanto, começamos a verificar que há um desgaste do ponto de vista ético-moral e que quando nós começamos a assistir esses tipos de situações onde até o morto não está bem onde deveria estar, então nós também não estamos bem e precisamos começar a rever algumas situações”.

Para Oséias Caxinde: “é preocupante porque para nós africanos o cemitério é um lugar santo, é onde repousam os nossos ancestrais em que por razões culturais é onde fazemos alguns rituais.
É preciso olharmos para essas situações, que é uma questão muito preocupante pois quando as pessoas já chegam de vandalizar os lugares considerados santos, onde repousam os nossos ancestrais é porque nós estamos diante de uma situação de crises de valores”, lamentou.

 

Julgamento do caso Cafunfo  não realizou-se na passada sexta-feira 15 porque, o Tribunal da Lunda Norte não notificou os advogados.

Fernando Kassinda, filósofo

Fernando Kassinda: “Os  pronunciamentos que ouvimos foi que os advogados não tiveram acesso as notificações, a ser assim, estamos diante de duas questões: que realmente tinha sido marcado ou não se realizou é porque não havia aqui uma marcação oficial.
Ora bem, vamos esperar que depois saia um comunicado onde sejam notificados os advogados, para vermos o fecho deste problema que já faz meses”, disse.

Oséias Caxinde: “ Não é a primeira que isso acontece. Por vezes os nossos Tribunais andam pobres e nem sempre têm resmas de folha A4, saldo para enviar um correio eletrónico, são essas situações que eles têm reclamado, vivem dentro dos seus postos de trabalho, quer dizer, há razões que têm estado a concorrer para tal situação ou por outra, é uma situação toda ela simulada para ter um pouco de mais tempo para aquelas pessoas em Cafunfo. Tivemos aqui informações bipolarizadas, conseguimos perceber num lado que houve uma manifestação pacífica e no outro lado que não houve uma manifestação pacífica contudo, o que consegui perceber é que na manifestação aqui, eu assumo que houve excessos por parte da polícia facto que acabou não ajudando a reação da população”, frisou.

Aconteceu em todo país manifestação em defesa de um Estado democrático e de direito.

Oséias Cachinde, Professor e Activista Social

Oséias Caxinde: “Primeiro é que as manifestações são consagradas e constituídas a partir da Constituição, as pessoas devem fazer manifestações pacíficas e ordeiras. Nesta senda acho que não há problemas porque, o que as pessoas vão fazendo é pressionar quem governa para que olhe o modelo de governação digno do nosso país, pois este, é um Estado democrático e de direito por isso é preciso que as leis sejam respeitadas e que haja separação de poderes. Nós temos estados a acompanhar nos últimos tempos a questão da vida que tem estado difícil para as populações e isto, leva por vezes as populações irem as ruas a pedirem que haja melhores condições de vidas, a despolitização e independência dos nossos Tribunais. Portanto, todas essas situações levaram os cidadãos e até os mais renomados juristas da nossa praça, conseguirem perceber que a nossa justiça anda a rebolque de situações políticas partidárias”, comentou.

Para Fernando Kassinda: “Realmente é de lamentar sobre algumas detenções que houve, acreditamos nós que depois essas pessoas poderão ser soltas porque, nós estamos a viver num país democrático e em democracia admite-se isso. Nós sabemos muito bem que as pessoas pensam de formas diferentes e é necessário entendermos que nem sempre aquilo que pensamos ser o óbvio para todos é o que deve ser feito, então é normal que cada um tenha a sua maneira de entender as coisas. Nessas manifestações pacíficas entendemos que aparecem alguns indivíduos com outras intenções o que é muito normal acontecer. Contudo, importa responsabilizar aqueles indivíduos que tendem sabotar aquilo que é o propósito das manifestações”, disse.

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