Impunidade nos crimes de roubo de Gado autoctones “mucubais” decidiram fazer justiça por mãos próprias

24.10.2021

 

Impunidade nos crimes de roubo de Gado autoctones “mucubais” decidiram fazer justiça por mãos próprias.

O Mwangolê às quarta-feiras debateu à 20 de Outubro de 2021, das 10 às 11 horas” a problemática do roubo de Gado nas comunidades do interior da província do Namibe.

Por: Paulo Fernando

O ancião, Adriano Sebastião Mwandjetapo, aparentemente de 66 anos de idade, criador de gados é um dos homens inconformado com a impunidade aos chamados “gatunos de bois”:

“os nossos problemas têm a ver mesmo com os nossos bois, quando o gatuno rouba e voce lhe leva as autoridades fica preso apenas um dia na cadeia, no dia seguinte é solto e vai no mesmo curral ou de outro parente roubar. Por vezes ele cruza-se com o dono dos bois roubados e diz assim:” eu ja voltei e você ganhou o quê?”, esclareceu.
“Nós viemos aqui perguntar o seguinte aos deputados, dirigentes do MPLA e governantes deste pais, afinal de contas com essa situação como é que vamos viver, como é que vamos trabalhar com o governo”, questionou sublinhando que:

(Estamos zangados e doravante quando encontrarmos um gatuno faremos justiça por mãos próprias porque não temos onde levá-los e as cadeias do Namibe tem buracos onde os gatunos fogem”, lamentou.
Na localidade de Bruco, Capangombe, um cidadão gatuno roubou 4 bois em curral alheio depois de apanhado foi cortejado a mão direita e foi avisado que a próxima vez ficará também sem a mão esquerda.
Se continuar pela terceira vez ficará amputado da perna direita também até ficar sem as duas pernas e duas mãos, esclareceu.

Severino Mbalundo José, mototaxosta ha 20 anos, neste debate apresentando ferimentos graves na cabeça e fractura de um braço em acto protagonizado por assaltantes e ladrões de motas (com empregue de agressões com ferros, esfaqueamento aos mototaxistas) é outro cidadão revoltado com o SIC que quer que se leve os ladrões aquela instituição sem serem tocados.

“Nós mototaxistas lutamos todos os dias para conseguirmos pão para os nossos filhos, antigamente esta actividade de mototaxi quase que era exlusiva para nós os desmobilizados das FAPLA E FALA, mas agora já temos jovens que estudam na Universidade e tiram propinas nesta via. Os malfeitores ficam a espreita para nos roubar motas, agredem-nos como se fossemos crianças, não vamos admitir este abuso, temos que nos defender deste caso porque está em causa o pão dos nossos filhos”, disse.

Essa semana quinta-feira,14 de Outubro, apareceu-me uma moça que me pediu para lhe levar junto do bairro Cassandje, posto no local ela desceu-me a nota de 2 mol kzs, quando eu estava preocupado com o troco um ibdividuo veio a frente da mota e colocou a roda entre as duas pernas e o outro atrás com um ferro bateu-me na cabeça, desfez o capacete e atingiu-me violentamente na cabeça. Afinal tanto a niuda assim como os dois rapazes ambos vieram da Huila são todos gatunos do mesmo grupo”, disse.

“O segundo golpe foi fatal e cai com a mota e eles pegaram na mota e tentaram pôr a trabalhar e não conseguiram porque a mota tinha segredo, conta Mbalundo José.

Graças a uma senhora e suas filhas que me socorreu e os tres bandidos fugiram sem ter conseguido levar a mota, até que foi o levado ao banco de urgência do hospital onde recebeu os primeiros socorros e tendo sido estancado o sangue”, frisou.

“Estes ladrões são aqueles jovem que vieram da Huíla. Eles estão a roubar as motas aqui na província do Namibe, algumas desmacham e vendem peças e outras motas vão vender no Lubango”, disse.

“A semana passada já tinhamos apanhado um gatuno que roubou em casa de umá vizinha uma botija de gaz, um plasma, ele levava uma uma catana para defender-se e bateram-no e levaram-lhe até a polícia para a devida investigação entretanto, postos lá o SIC disse que não deveríamos bater no gatuno.

Nós sabemos que o gatuno tem duas alternativas durante a acção: roubar ou matar, o ladrão vem prevenido e para lhe desarrumar é preciso estar prevenido.

Eu estou na via desde muito tempo, são 20 anos, hoje o número de meliantes está a aumentar consideravelmente então, onde está a polícia? Se quando os levamos no SIC dizem que não podemos bater, quem vai defender-nos? Agora, criamos um grupo de mototaxistas, caso encontrarmos um gatuno vamos batê-lo e se pissivel matá-lo também porque, eles estão a nos matar e a justiça agora no Namibe não está a trabalhar devidamente”, Lamentou.
Questionado sobre os ferimentos no corpo, Severino Mbalundo José, respondeu: “o meu ferimento na cabeça tem 8 pontos, nos lábios 6 pontos e uma fratura no braço direito. Eles não bateram-me muito no corpo, bateram-me na cabeça com um ferro que eles traziam com intensão de me matar, por isso, graças a uma senhora que acudiu-me junto as suas filhas e posteriormente levaram-me ao hospital”, concluiu.

Questionado sobre o que gostaria que fosse feito para acabar com o roubo de motos respondeu o seguinte: “o problema é que a cadeia se tornou boa casa, porque comparando as condições deles em casa eles preferem as cadeias porque lá matabicham, almoçam e jantam, portanto vivem melhor nos serviços penitenciários do que nas suas casas.
A cadeia é um lugar de reducação para os malfeitores. O preso tem que estar lá e se for possível tem que comer o que comíamos na tropa (grama), eles lá matabicham almoçam e jantam e sai lá gordo, assim não! Assim não estão a reeducar, por isso é que a cadeia se tornou residência deles, roubam e amanhã estarão novamente em liberdade. Eu sou pobre, tenho apenas 10 mil kwanzas, mas quando me roubam esses valores a PGR diz que o ladrão não pode ficar preso porque o valor roubado não atingiu 600 mil kwanzas. Isso até quando? Essa justiça quevso reconhece os bens dos ricos tem de acabar em Angola. Mota, boi ou galinha roubada tem que encontrar resposta na justiça.
Não podemos pensar só nas pessoas que são roubadas 600 mil kwanzas, essas leis não estão nada boas”.

Cada acto de roubo tem de encontrar resposta junto das autoridades disse Adriano Sebastião Mwandjetapo.
“Se a gente entrar na casa do senhor que roubou os nossos carneiros, dirão que os mucubais são malandros, é por isso que nós viemos cá, para nos ouçam e nos ajudem recuperar os nossos carneiros que nos roubaram na semana passada. Se não nos entregarem a bem então vamos a mal” depois não queremos nenhum policia para acudir”, disse.
Na semana passada eu estive na localidade Capangombe, apanhamos lá alguns gatunos e “lhes batemos bem e deixamos lá ficar”, porque chegamos a conclusão de que levar as autoridades, não resultaria em nada pois a polícia tem que trabalhar melhor. Parece-nos que as autoridades são amigas dos ladrões porque quando denunciamos os meliantes, são detidos e rapidamente soltos sem pagarem pelos seus crimes e ressarcir as vitimas. Frisou.

Mbakako, outro “mucubal” criador de gado, falando na sua língua mucubal disse: “um dos nossos irmãos foi para a esquadra onde se encontrava detido um dos gatunos dos nossos animais, garantiram-lhe que o gatuno estava na cadeia, enquanto na verdade ja tinha sido solto. Insatisfeitos com a resposta, fomos até a casa do ladrão e encontrámo-lo, fizemos justiça por mãos próprias, demos uma carga de surra porque os animais são nossos, não são da policia, não são dos deputados e não são do MPLA. Deixamos um aviso, se não nos pagar os prejuizos causados vamos fazer justiça por mãos próprias depois a policia vai nos procurar nas montanhas, reagiu.

” impunidade aos crimes de rouboce furto (de animais) nós agora não vamos levar às esquadras policiais, vamos fazer justiça por mãos proprias (…) vamos bater os gatunos, os violentos também vamos mata-los”, reação das comunidades mucubais insatisfeitas com a impunidade no tratamento de casosvde rouboce furto de gado mas comunidades.

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