TEMOS QUE ASSUMIR COM DETERMINAÇÃO E AMOR A NOSSA ESCOLHA SEM ARREPENDIMENTOS.
Por: Armando Chicoca
Eu escolhi o activismo social, contra todas as correntes politicas e maniológicas angolanas assumo e assino, sempre fui, sou e serei sempre activista social. É a minha escolha e não me arrependo quer por discriminações porque ja passei quer ainda por vinganças cegas que ainda enfrento nos dias de hoje.
Armando Chicoca, jornalista
Estou ciente de que toda opção deve ser assumida com amor e carinho no momento bom e momento triste.
Em 2009, quando um Juiz Presidente do Tribunal do Namibe levou-me para a cadeia, com uma sentença proferida sem a presença do meu Advogado para um ano e seis meses de prisão, por simples razões de ter dado voz a uma mulher sem voz, mas solto 30 dias depois da batalha judicial sob caução milionária, conforme escreveu o kota Salas Neto, meu eterno director do Semario Angolense, deparei-me visita de um grupo de jovens ( antigos seminaristas da Igreja Católica no Namibe).
Este grupo integrava de entre outras visitas o Dr. António Ngulawa, Dr Abel Mbuta, Dr. Domingos Chingoma (naquela altura não sonhava ser Juiz) e outros antigos seminaristas, foi dirigido pelo nosso querido Pe Francisco Mbambi (Chico Mbambi), hoje em serviço missionário nos EUA. Depois de uma conversa comigo em minutos, sob vigia dos agentes dos serviços prisionais, o Padre Francisco Mbambi olhou seriamente para mim e disse em bom tom:
“Não haverá democracia em Angola, sem martírio. Aguenta! Deus sabe o fará para ti e para todos nós”, conclui com um forte abraço e aperto aos ombros. Vi que nos olhos do professor António Ngulawa e de alguns Seminaristas corriam lágrimas de solidariedade.
A palavra alimentou-me todo o tempo que estive na comarca, dia e noite meditava: “NÃO HAVERÁ DEMOCRACIA SEM MARTIRIO”, sim, foi a minha escolha.
Esta visita aconteceu em 2009, se calhar o Pe Chico Mbambi agora em serviço missionário nos EUA, o Dr Domingos Chingoma (actualmente Juiz Presidente do Tribunal do Namibe) Dr. António Ngulawa professor o IGS e jornalista já não se lembram.
Portanto, trago este momento para fazer recordar a nova geração que tudo o que fizemos em consciência e sobre tudo com o propósito da nossa cidadania, sem olharmos os riscos e vicititudes terá recompensa divina.
As imagens que público nesta pagina não têm nada a ver comigo, mas simplesmente ilustrar as dificuldades porque passam todos aqueles que se entregam a causa “maior”. Que não haja dúvidas, quem se mete na chuva tem que se prepara que vai molhar, e molhar-se na luta honesta em busca de uma nova Angola não envergonha a ninguém, antes pelo contrário a covardia.
Ontem segunda-feira,17.10.2021, falamos dos Revús e Revös, e hoje me interessa nestas palavras soltas falar a livre escolha. Ninguém é igual a ninguém, desde os nossos nomes, altura, estilo pessoal ou comportamental, ninguém é igual a ninguém. Por estas e outras razões, devemos sempre aceitar e respeitar as pessoas na diferença, as escolhas na vida não deviam ser objecto da discriminação.
Ser militante de um partido, por exemplo é uma opção; aceitar um namoro ou envolvimento sexual com alguém casada é opção que deve ser respeitada.
Mais do que isso, acho que o mais importante é cada um saber assumir as consequências eesultantes das nossas opções.
Eu que vos falo, fiz uma análise profunda sobre as disciplinas partidárias angolanas e os comportamentos dos quadros politicos angolanos e conclui o seguinte:
1- Manter-me fiel aos principios do activismo social
2-Não Militar nos partidos politicos
3-Não ao funcionalismo público e criar negócios (vida privada) para o meu ganho sem magoar ninguém e providenciar trabalho para os jovens.
A cidadania bem exercida ajuda a sociedade libertar-se das amarras e truques maliciosos. Lembre-se no entanto que nós não somos iguais, mas seguir exemplos de vida é sempre bom. A nossa dignidade tem muito a ver com o nosso proprio caracter e as vezes o nosso posicionamento vascilante, não assumido, retarda o nosso progresso.
Não vamos permitir que alguém nos humilhe, nos pisa, nos machuque, também não vamos ofender ninguem sem justa causa.
Sim! Respeita quem te respeita, valoriza quem te valoriza, cá se faz cá se paga, pecado é você deixar-se levar por fúteis. A dignidade humana não tem preço, eu, você e ele, se cada um de nós optarmos por uma cidadania plena e responsável poderemos construir este pais em castelo da paz e concordia. (Armando Chicoca-activista social em Angola desde 1979)