NFV, NOTICIÁRIO DE SEXTA-FEIRA, 12 DE NOVEMBRO DE 2021.
1-Luvales e Lundas Ndembo, em pé de “guerra ” no alto Zambeze no Moxico.
2-Povo da embala do Galangue foi aos Akokotos do soba Tchongolola e pediu intercessão pela chuva.
3-região sul de Angola é a maior potencia mundial rica em inertes e rochas ornamentais, mais o seu povo em extrema pobreza.
4-Covid-19 no Namibe causou 40 óbitos mas autoridades locais dizem estar mais próximo do controlo.
5-Lideres africanos saído das independências deixaram se levar não pelo brilho da sabedoria e verdade mas sim a custo do sofrimento dos seus irmãos, disse Dom Mauricio Camuto, bispo de Caxito.
Noticiário NFV, em On-line, edição de Sexta-feira, 12 de Novembro de 2021, coordenação e produção de Armando Chicoca, Fonseca Tchingui, editou apresentação de Ester Culembe, apoio da Open Society.
Reforços da polícia anti-motim foram enviados para o Alto Zambeze, na província angolana do Moxico, face à intensificação de confrontos entre as etnias Luvale e Lunda Ndembo que já provocaram pelo menos um morto e vários feridos.
Reforços da polícia anti-motim foram enviados para o Alto Zambeze, na província angolana do Moxico
As comunidades luvales e Lunda Ndembo em coletes de força no Alto Zambeze na provincia do Moxico. A voz da America acompanha este conflito, segundo o jornalista Manuel José.
Fontes locais disseram à VOA que um avião com reforços policiais foi enviado para a zona a pedido do Executivo local.
Os confrontos são motivados por conflitos de terras e os dois grupos têm usado azagaias e flechas nos confrontos.
“Até agora registou-se um morto da parte dos Lunda Ndembo e 17 outras do lado dos Luvale ficaram feridos”, disse um nativo pertencente aos Luvale, que se apresentou apenas por Jorge na conversa com a VOA, acrescentando que “ninguém pode ir até a área da etnia contrária, nem mesmo à lavra”.
Outro habitante que se identificou apenas como Quintas contou que “os Lunda Ndembo dizem que eles são muitos e querem ter também um rei, pois já não querem admitir ser governados por uma mulher, no caso a raínha Nhakatole”.
“As lavras dos Luvale foram queimadas, as pessoas tiveram de fugir da suas lavras, está mal aqui”, acrescentou a mesma fonte.
Há também informações de pessoas a fugirem para a Zâmbia como resultado dos confrontos.
O antropólogo José Lukombo Nza Tuzola afirma que esses dois grupos “estendem-se para além das nossas fronteiras, vão até ao Congo Democrático e Zâmbia”, mas que devido aos laços que os unem são considerados um mesmo povo.
Contudo, devido a “alguns antecedentes históricos das delimitações arbitrárias e o acesso às terras aráveis e minerais existe um conflito entre estas duas etnias”.
A VOA não conseguir falar com nenhuma entidade oficial.
Mais de vinte mandatários de sobas e 18 titulares do poder tradicional das aldeias do reinado de Ngalangue, foram recentemente ao túmolo do rei Tchongolola, desculpar-se por qualquer erros que essas comunidades tenham cometido e ao mesmo tempo pediram intercessão aos ancestrais a favor da chuva, segundo disse ao NFV, João Muele, membro da Comunidade.
” Fizeram mesmo conforme tem se feito, depois realizaram a campa denominada “Candundo” para alcamar o vento, isso é para a chuva começar a cair e assim se fez, 18 sobas estiveram presentes na cerimónia outros enviaram os seus mandatários”, disse.
A região sul de Angola é a maior potencia mundial em inertes e rochas ornamentais, mais o seu povo em extrema pobreza. O facto foi revelado por Domingos Fingo, Administrador da Associação Construindo Comunidades, olhando para as dificuldades que a população passa na região sul do País.
Domingos Fingo, Administrador da Associação Construindo Comunidades
“Em Angola nós produzimos 1 milhão e 600 mil barris de petróleo por dia tirando 600 mil barris de petróleo como despesas correntes nós ficamos com 1 milhão de barris de petróleo como receita e 1 milhão de barris de petróleo vezes 60 dólares por barris nós fazemos 70 milhões de dólares por dia, temos o granito na região sul a PLANEGEO afirmou que a região sul de Angola é a mais rica em termos de inertes a nível do mundo, para alem desse dois recursos nós temos o diamante quem é que sabe quanto é que nós por dia fazemos em diamante? Há falta de transparência é um sigilo autentico nunca em nenhum momento o governo apareceu em publico a apresentar um relatório das receitas produzidas no país durante um ano, vamos lá nas taxas de circulação quantas viaturas existem em Angola que pagam taxas de circulação, vamos se apegar ao imposto industrial que cada empresa deve pagar de imposto 30 % sobre o seu lucro liquido, quantas empresas nós temos em Angola, vamos falar dos impostos aduaneiros quantas viaturas não entram para Angola e saem, todos esses recursos para alem do IVA quantos milhões de angolanos fazem compras, mas tudo isso não vem a superfície, tudo isso não é abordado de forma transparente apenas dizemos que o país está em recessão e vemos crianças a morrer e nós não queremos assumir porque a justificação é que o país está em recessão económica, o país está em crise, não pode suportar a demanda, mas o país está em crise como? Essa realidade é vergonhosa por isso é que eles não querem assumir”, afirmou.
Covid-19 no Namibe causou 40 óbitos mas autoridades locais dizem estar mais próximo do controlo. A informação foi prestada nesta quinta-feira, 11 de Novembro, por Miguel Pedro Ferreira Coríntios, director do Gabinete provincial da saúde do Namibe reagindo a homenagem aos profissionais da saúde no dia da independencia.
Os Lideres africanos saídos das indepedencias deixaram se levar não pelo brilho da sabedoria e verdade mas sim a custo do sofrimento dos seus irmãos, disse Dom Mauricio Camuto, bispo de Caxito.
Simão Pedro Joaquim, Jurista
O poeta Simão Pedro Joaquim, igualmente membro da sociedade civil no Namibe, por ocasião do dia 11 de Novembro, inspirou-se, escreveu, o seguinte poema.
Este é um poema que acabei de escrever agora 11/ 11/2021
A FOME DOI
A FOME DÓI EU SINTO
O MEU ESTÔMAGO DOENDO
ARDENDO DE TANTA FOME
EU DÓ O GRITO DE SOCORRO
PARA ESTENDEREM AS MÃO EM NÓS
NO SUL DE ANGOLA TEM GENTES MORRENDO
AS VIAS ESBURACADAS
ESTRADAS DESORDENADAS
SEM ESPECTATIVAS DE MELHORIAS
A FOME DÓI
A FOME DÓI E CORRÓI O ESTÔMAGO
NÃO HÁ BARREIRAS PARA CONTRAPOR A FOME
NÃO HÁ NEGOCIAÇÕES
QUEM TEM FOME NÃO ESPERA
QUEM TEM FOME NÃO VÊ MEDIDAS
QUEM TEM FOME LUTA PARA DE QUALQUER FORMA COMER
A FALTA DE TRANSPORTE EM ÁREA RURAIS
A FALTA DE ESTRADAS
A FALTA DESTES MEIO DIFICULTA AS TROCAS COMERCIAIS
A FOME DÓI
PENSEMOS NISSO A FOME DÓI.
NFV, ponto final a verdade doi mas liberta, estamos juntos.