REGIÃO SUL DE ANGOLA NÃO TEM POLITICAS DE APROVEITAMENTO DAS AGUAS FLUVIAIS E LENÇOL FREATICO A FAVOR DOS AGRICULTORES

22.11.2021

REGIÃO SUL DE ANGOLA NÃO TEM POLITICAS DE APROVEITAMENTO DAS AGUAS FLUVIAIS E LENÇOL FREATICO A FAVOR DOS AGRICULTORES.

Por: Paulo Fernando

Domingos Fingo, administrador da Associação Construindo Comunidades disse que: “A região sul de Angola está uma autentica hecatoma, eu só uso este verbo porque na realidade as pessoas só não conseguem vivenciar o que estão a ocorrer neste momento porque só não conhece a realidade do Estado por isso é que se diz os factos são factos e contra factos não há argumentos, nós temos matérias provatórias que confirmam que a região sul de Angoa está desastrosa eu digo isto porque a seca é um isolamento, a fome que traz a desnutrição severa é outro dos acontecimentos, o que mais me preocupa é que nós temos sim seca, mas não significa que durante um ano consecutivo não há queda de chuva, há sim senhora queda de chuva só que não há o aproveitamento, politicas concretas, aproveitamento racional das aguas fluviométricas e freáticas porque se houvesse esse aproveitamento das águas freáticas e fluviométricas acredito que a população, as comunidades estariam em condições de praticar a agricultura familiar”, comentou.

“a falta do aproveitamento dessas áreas, a falta de construção de represas, a falta de construção de furos de aguas o quê que está a provocar? Uma desnutrição severa e essa desnutrição severa está a provocar a emigração, o êxodo rural, a emigração de pessoas para a Republica da Namibia e quando os jovens sobre tudo vão para as cidades a procura de empregos precários e não encontram esses empregos escolhem as praticas de crimes consubstanciados em roubos, fazem assaltos a mão armada e a partir daí nós estamos a ver um índice de criminalidade a subir, para alem disso nós temos um aumento substancial de mendicidade me refiro as crianças, aos idosos cuja responsabilidade é do Estado, mas quando eles não encontram possibilidades de alimentação então há jovens que saem dos seus Municípios para as cidades e vilas pautando pela a prostituição”, acrescentou.

Os padres já levantaram varias vezes essas questões sociais das populações do sul de Angola, até houve vozes que ameaçaram bispos. Há algum motivo que faz com que os nossos governantes não queiram que a verdade seja dita?

Domingos Fingo, administrador da Associação Construindo Comunidades

Domingos Fingo, respondeu que : “deixa-me dizer que há determinantes governantes que padecem de uma Pandemia chamada ignorância, eu não estou a dizer todos, esses governantes nem o Lucifer gostaria de partilhar com eles as suas atitudes, o Lucifer é o chefe dos demónios porque quando você ouve que um povo está a morrer de fome você nem vai ao terreno para constatar a realidade e conceder ideias ou projetos suscetíveis de acudir aquela população o quê que se espera de si, você é pura e simplesmente insolidário, é insensível e nós não podemos trabalhar com pessoas insensíveis, o que faz isso é o orgulho, a avareza, a petulância, dizer que Angola vive bem enquanto nós temos factos tristes, o que interessa sermos hipócritas diante de uma realidade tao nua e cruel como essa, o que faz isso é termos uma governação insensível, uma governação que trabalha sem a inclusão social quer dizer, só as ideias deles é que são legíveis. Uma governação que não pauta pelo principio da inclusividade enquanto nós sabemos que o artigo 52° de CRA consagra a participação do cidadão na vida pública e o que está aqui em causa é a participação do cidadão na vida publica, quando um governante não ouve o apelo das organizações da sociedade civil que conhecem ou dominam a realidade que o país vivencia o quê que acontece, é muito bla bla bla, mas na pratica os programas, os projetos concebidos para o efeito não surtem os desejos necessários, não satisfazem porque não há fiscalização desses projetos e os elementos que deveriam fiscalizar e acompanhar milimetricamente a execução desses projetos são as organizações da sociedade civil que conhecem a realidade, os factos”, disse.

Como é que se explica o facto de tirar as crianças da Namibia onde estavam e agora estão em Kahama onde comem feijão com papa, segundo Wiliam Tonet?

Domingos Fingo: “reitero, orgulho, quer dizer o país não pode sair mal na figura vamos lá ver um exemplo concreto, apesar de que a Republica da Namibia tenha uma população nunca acima de 5 milhões de habitantes, mas é um governo de qualquer modo responsável para com os seus cidadãos, mas também devemos dizer que a Republica da Namibia não é tao rica como a Republica de Angola eu não consigo entender porque razão é que está realidade ocorre, em Angola nós produzimos 1 milhão e 600 mil barris de petróleo por dia tirando 600 mil barris de petróleo como despesas correntes nós ficamos com 1 milhão de barris de petróleo como receita e 1 milhão de barris de petróleo vezes 60 dólares por barris nós fazemos 70 milhões de dólares por dia, temos o granito na região sul a PLANEGEO afirmou que a região sul de Angola é a mais rica em termos de inertes a nível do mundo, para alem desse dois recursos nós temos o diamante quem é que sabe quanto é que nós por dia fazemos em diamante? Há falta de transparência é um sigilo autentico nunca em nenhum momento o governo apareceu em publico a apresentar um relatório das receitas produzidas no país durante um ano, vamos lá nas taxas de circulação quantas viaturas existem em Angola que pagam taxas de circulação, vamos se apegar ao imposto industrial que cada empresa deve pagar de imposto 30 % sobre o seu lucro liquido, quantas empresas nós temos em Angola, vamos falar dos impostos aduaneiros quantas viaturas não entram para Angola e saem, todos esses recursos para alem do IVA quantos milhões de angolanos fazem compras, mas tudo isso não vem a superfície, tudo isso não é abordado de forma transparente apenas dizemos que o país está em recessão e vemos crianças a morrer e nós não queremos assumir porque a justificação é que o país está em recessão económica, o país está em crise, não pode suportar a demanda, mas o país está em crise como? Essa realidade é vergonhosa por isso é que eles não querem assumir”, afirmou.

 

Custa alguma coisa aprendemos com os outros povos, outros governos como eles gerem as vidas das populações, os angolanos saem de Angola vão para a Namibia e lá vivem melhor?

Domingos Fingo: “Nós temos ventagem fronteiriça pelo simples facto de estarmos próximos da Africa do Sul e da Namibia que são exemplos de países da região austral, mas quê que ocorre, esses dois países não pautam por actos ilícitos, não pautam pela corrupção, nós devemos pautar pela colaboração com os países que têm experiencias, eu as vezes considero isso extremamente ridículo porque a água que a Namibia consome sai do riu Cunene, em Angola, energia eléctrica é produzida na Namibia por via da corrente de ar e nós qual é a nossa politica, se nós pegássemos um mês de petróleo e resolvermos o problema de energia eléctrica nós teríamos dificuldades de energia eléctrica? O problema é a falta de definição nós temos que ter um propósito identificar quais os problemas que assolam o país”, disse.
“nenhum país evolui sem água, sem energia eléctrica, sem vias de acesso ou de comunicação”, realçou.

Chove na região sul da Huíla e sobas reclamam que o governo prometeu conceder-lhes sementes, fertilizantes, charruas e nenhum deles recebeu esses imputeis.

Domingos Fingo: “infelizmente em Angola muitos programas só surgem na época da pré campanha eleitoral, infelizmente, para convencer o cidadão a votar a favor deste ou daquele partido, se esses programas surgissem antes de auxilio para a promoção de agricultura familiar seria um alivio para muitas famílias e não é só auxiliar do ponto de vista teórico, mas do ponto de vista pratico, apoiar com tratores promovendo a criação das operativas e apoia-las com sementes, se houvesse apoios com esses instrumentos todos nós teríamos todos os problemas resolvidos, todos porque as famílias iriam praticar a agricultura e a fruticultura, e então essas duas componentes juntas são a solução de todo o país, não só a nível da região sul”, afirmou.

 

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