NOTICIÁRIO NFV, EDIÇÃO DE QUINTA-FEIRA, 3 DE MARÇO DE 2022.
1-Sociedade civil no Namibe critica actos de má governação em Angola.
2-Trabalhadoras de limpeza na cidade do Namibe a contas com a fome pedem a intervenção das autoridades locais.
3-Aumentam casos de infidelidade no Namibe Jurista defende pena gravosas em caso de contaminação de doenças sexualmente transmissíveis.
4-Falta de BUAPs no Luena inviabiliza processo de atualização do registo eleitoral.
Somos à rádio On-line NFV, coordenação e produção de Armando Chicoca, edição de Fonseca Tchingui, apresenta as notícias a Ester Culembe, apoio da NED e da Open Society.
Daniel Tchimbwa, professor de Filosofia
1-A menos de seis (6) meses das eleições gerais em Angola, os analistas políticos do NFV, dizem que é chegado o momento em que os angolanos vão exigir a prestação de contas do executivo eleito nos últimos 5 anos.
Daniel Tchimbwa, professor de Filosofia disse todos maus governos são castigados nas urnas.
“Falam bem mais fazem mal, o quê que se espera de uma espécie de governação que tudo que eles fazem é só prometer, então que o povo resolva isso nas urnas, nós estamos a praticamente 6 meses para que haja a sentença”, disse.
Miguel Epalanga, igualmente professor de filosofia, recorreu há um pensamento filosófico que segundo qual tudo que sobe desce.
“Há um filosofo que disse que tudo que sobe desce, e os grandes impérios que o mundo conheceu caíram nós esperamos que o nosso Estado angolano encontre uma forma positiva para poder gerir e resolver os problemas da população, esperamos que haja mudança e a população hoje despertou”, frisou.
Por sua vez Azevedo Calassola, Secretário para informação do partido dos camaradas no Namibe, admite que no país democrático a diferença de opiniões deve prevalecer.
“O MPLA respeita as opiniões visto que nós somos um país democrático e a diferença de opiniões tem de prevalecer até porque as críticas também ajudam a melhorar o nosso trabalho”, realçou.
Calassola, vai mais longe ao afirmar que o MPLA tem sido um dos partidos políticos mais aberto em Angola.
Foto de arquivo cine impala no Namibe
“Não é de todo verdade que o MPLA não tem sabido resolver os problemas da população, é claro que muitos gostariam de ver os seus problemas resolvidos já, já, mas não é possível porque temos outras prioridades, mas o apelo que muitas vezes fazem que o governo deve trabalhar mais estamos todos de acordo, mas o fazer mais e melhor para a vida da população não pode ser visto apenas como tarefa única e exclusiva do MPLA, cada um no seu sector pode fazer no sentido que as populações chegam a ter uma vida mais condigna”, disse.
2-As trabalhadoras de limpeza na cidade de Moçâmedes capital do Namibe, estão há mais de três meses sem salários e a fome tomou conta das suas famílias. O NFV, andou por algumas ruas da cidade e ouviu este grupo social que para além da fome resultante da falta dos seus ordenados também enfrentam dificuldades consubstanciadas pela falta de equipamento de trabalho.A situação social dos trabalhadores de limpeza na cidade capital do Namibe agudiza-se dia pos dia.
Trabalhadoras de limpeza na cidade de Moçâmedes
Em causa está a falta de salários que há mais de três meses não são pagos, a equipa de resportagem do NFV, andou por algumas ruas da cidade e ouviu as mulheres que todas as manhâs mesmo com o estómago vázio tudo fazem para manter a cidade limpa. Maria Kwayela, é trabalhadora enventual há mais de oitos anos, disse que a falta dos seus ordenados concorre para muitas dificuldades.
“O trabalho está a andar, mas nos falta luva, as pessoas estão a trabalhar mesmo assim, também aqui não tem pá tiramos o lixo mesmo com as mãos, o salário é pouco e já estamos a três meses sem salário, disse.
Feliciana Tchateia, disse que há três meses que não vê a cor do dinheiro e como consequência os seus filho chegam a passar noites sem comer e o agravante tem um filho doente que precisa de cuidados de saúde.
De Salário não é tudo outra preocupação levantada por estas mulheres é falta de equipamentos de trabalho, o que constitui uma ameaça a saúde desta franja da sociedade namibense.
Cristina Maria Culembe, disse que para além do salário também enfrentam muitas dificuldades associadas a falta de equipamentos de trabalhos.
“Eu trabalho a 8 anos aqui na administração Municipal do Namibe como eventual, nós trabalhamos mesmo assim sem material próprio, não temos luvas e tiramos o lixo com as mãos e já levamos essa preocupação, mas estão sempre a nos mandar aguardar, nós já estamos a três meses sem salário e que o governo olhe para nós porque nós estamos a trabalhar todos os dias com ou sem sol e no fim de tudo nada”, lamentou.
O NFV, contactou os responsáveis da direcção dos serviços comunitários da Administração local, este nega prestar declarações por alegada falta de autorização das instâncias superiores. Mas o NFV, vai continuar a falar deste assunto que aflige as famílias que todos os dias contribuem para higiene da cidade de Moçâmedes.
3-A província do Namibe tem sido palco de muitos casos de infidelidade e especialistas defendem penas gravosas em caso de contaminação de doenças sexualmente transmissíveis. O jurista e psicólogo Manuel Candolo, tipifica as molduras penais em caso de contaminação de doenças sexualmente transmissíveis.
O académico teceu essas considerações durante o debate desta quarta-feira, 2 de março no espaço Mwangolê, que abordou as implicações da infidelidade no seio das famílias causas e suas consequências.
“O contágio de doenças sexualmente transmissível é crime, está tipificado no nosso código penal, quem assim o fizer sem consentir a outra parte vai ser responsabilizado civil e criminalmente”, disse.
O jurista convidado a comentar o caso mais recente do jornalista Armando Chicoca, que diz ter sido vítima de agressão física pela esposa aquém viveu há 14 anos resultante dos questionamentos de uma suposta traição que resultou na contaminação de doenças venéreas, o jurista disse que a lei clara quanto a isso, mas tudo depende mediante de uma queixa-crime.
“creio que o mais velho Chicoca tem advogado e mediante a uma queixa pode muito bem recorrer aos órgãos de justiça no sentido de salvaguardar esse direito que está a ser molestado, porque quando alguém sabendo do seu estado serológico e não avisar a terceiro a pena vai de 2 anos de prisão e multa até 240 dias”, frisou.
4-Falta de mais postos moveis do BUAP no Luena inviabiliza processo de atualização do registo eleitoral. Acompanhe reportagem divulgada pela voz da América, na voz do jornalista Manuel José. Através de Angola aumentam as queixas sobre a lentidão e incapacidade dos Balcões Únicos de Atendimento ao Público (BUAP) para o registo eleitoral.
As mais recentes queixas chegam do Luena, a sede municipal da província do Moxico, onde os habitantes locais pedem mais BUAP para dar resposta à demanda.
Os alguns moradores dizem existir um único balcão e vão obrigados a pernoitar no local para conseguir efetuar o registo desistindo.
O município do Luena possui mais de 450 mil habitantes, dos quais 200 mil estão na condição de eleitores, mas, segundo os moradores, há apenas um balcão.
NFV, ponto final muito obrigado a todos a verdade doi, mas liberta estamos juntos.