A Deputada da Bancada Parlamentar da UNITA o maior partido angolano na oposição, Helena Bonguela Abel, esteve recentemente na província do Namibe para acompanhar o desenrolar dos trabalhos da segunda reunião ordinária do seu partido que decorreu na cidade capital da província, Moçâmedes, nesta segunda-feira, 24 de Outubro de 2022, sob o lema, Avaliar, Preservar, Crescer para Avançar.
Por: Fonseca Tchingui (NFV)
Questionada pelos jornalistas sobre o estado atual do seu partido na província, a dirigente da UNITA disse que no Namibe esteve sempre forte, está dinâmico e preparado para os próximos desafios que se impõem e, cada vez mais próximo das populações porque sente os problemas que vivem e procura encontrar a maneira de amenizar (os problemas) e, fazer chega-los junto de quem é de direito para a resolução dos mesmos.
Numa alusão ao quadro social que enfrenta a população, Helena Bonguela Abel, igualmente Presidente nacional da Lima organização feminina do Partido UNITA, fez notar que Namibe enfrenta variadíssimos problemas nos sectores das águas, saúde e educação e, mostrou-se cética quanto a concretização das promessas eleitorais do Presidente da República João Lourenço que advoga a construção de barragens em rios secos. “São variadíssimos. O Namibe é uma província desértica, sendo desértica o que ressalta à vista é mesmo ainda a falta de água. Aqui há falta de água potável, as populações apesar das promessas do Presidente da República que diz construir barragens, não sei como é possível construir barragens em rios secos, a não ser que me digam qual é o maior rio do Namibe tirando o mar”, frisou.
“Também houve promessas de construção a nível de baías, remodelar, dar um ar mais citadino, será? Isso vai se concretizar”, questionou?
A entrevistada mostrou-se também a apreensiva com crianças fora do sistema de ensino que considerou ainda débil e com a falta de uma assistência sanitária eficaz à população bem como a falta de humanização dos serviços de saúde.” Na área de educação continuamos a ter crianças fora de sistema de ensino, continuamos a ter escolas degradas, continuamos a ter de uma maneira geral um ensino débil. Também temos problemas na área da saúde sobretudo no concernente a saúde materno-infantil. Ainda não há serviços humanizados, não há enfermarias que correspondam a demanda das populações, não temos ainda os serviços de saúde na proximidade. O executivo preocupa-se com a construção de´´ monstros hospitalares“, enquanto a comunidade não tem nem sequer um posto de enfermagem para não falarmos de um centro de saúde e passarmos para os níveis de hospitais municipais que realmente correspondam a necessidade de amenizar postos de saúde junto das populações”, lamentou.
A interlocutora referiu-se igualmente sobre a coabitação política do seu partido com as demais formações da praça política angolana, um assunto para a segunda parte da entrevista que o amigo internauta poderá ler nas próximas horas.