VÍTIMAS DA SECA E FOME NA REGIÃO SUL DE ANGOLA QUEREM APOIO DO GOVERNO

17.10.2022

Desta vez o grito de socorro veio das comunidades rurais do Município da Humpata, há 25 quilómetros da cidade do Lubango, Província da Huíla, onde, segundo os assistentes sociais  muitas famílias dizem estar a enfrentar uma crise alimentar sem precedentes em consequência da seca.

Por: Fonseca Tchingui (NFV)

Rodmira Nanga, Professora e assistente Social na cidade do Lubango, capital da Província da Huíla, em objecto de estudo sobre as famílias nesta região, sem avançar números disse que muitas famílias nos Municípios da Humpata e dos Gambos, vivem em situação de vulnerabilidade acentuada e advoga necessidade urgente de intervenção das autoridades governamentais para acudir as vítimas desta calamidade natural.

Rodmira Nanga, Professora e assistente Social na cidade do Lubango, capital da Província da Huíla

“As constatações que temos estado a fazer é que as comunidades rurais continuam a viver as consequências da seca e fome, as populações reclamam essencialmente a fome e falta de água” tendo citado como exemplo, os Município dos Gambos onde as comunidades são maioritariamente pastoris optaram pelo nomadismo face ao agravamento da crise alimentar.

“Muitos rapazes e principalmente chefes de famílias acabaram indo para República da Namíbia a procura de melhores condições de vida, deixando para trás mulheres, crianças e idosos sem meios de subsistência”, declarou Rodmira Nanga, assistente social.

Ainda de acordo com a activista social a grande urgência das comunidades prende-se com a falta de água para a prática da agricultura e consumo humano para mitigar os efeitos negativos da seca.” O Município dos Gambos potencialmente agro-pecuário, os criadores de gado devem ser ensinados a desenvolver esta actividade, sim, existem algumas organizações não-governamentais nacionais e internacionais que têm estado a trabalhar na tentativa de mitigar a situação e, eu acho que este trabalho deve continuar com atenção do governo”, salientou.

Entretanto, Rodmira Nanga reconhece as medidas paliativas que o governo local tem tomado para minimizar a situação da nestas regiões do País. “O governo local tem feito alguma coisa porque nós não podemos só levantar os problemas, mas também temos estado a nos aproximar ao governo da Huíla para ouvir de quais sãos os planos na prática porque nós temos muitos planos em papel que podem serem realizados, mas para quem tem fome e sede a intervenção do governo deve ser já e agora”, concluiu.

Para Domingos Findo, director Executivo da Associação Construindo Comunidades, com sede na província da Huíla, é lamentável o grau de mendicidade das famílias no seio das comunidades atingidas pela fome e seca.

“Estamos assistir um nível de mendicidade muito enorme que sinceramente deixa muito a desejar, recomendo ao governo que tome iniciativa de garantir uma política de governação inclusiva e participativa que escute a vontade do povo, que seja mais transparente nos seus procedimentos para evitar quaisquer desconfianças”.

Noutro desenvolvimento aquele membro da sociedade civil disse que o programa do governo angolano denominado “Kwenda” que visa a minimizar a situação das famílias vulneráveis não teve pernas para andar.

“Infelizmente este programa Kwenda deixa muito a desejar porque os critérios de avaliação para atribuição dos subsídios do referido programa não são transparentes daí a razão de que estamos completamente indignado com esta realidade, se fosse um programa responsável poderia minimizar a questão das famílias que vivem situação da fome e seca na região sul, está é a dura realidade nesta região ”.

Comunidades assoladas pelas seca no Municípios da Jamba na Huíla

“A solução desta situação passaria pelo aproveitamento das águas freáticas e das águas pluviométricas por via de represas a fim de garantir que as comunidades na eventualidade de uma estiagem pudessem pautar pela irrigação e agricultura familiar seria o suporte da sustentabilidade das populações”, sugeriu.

No Município do Camucuio Província do Namibe, mais de 58 mil famílias estão afectadas pela seca e fome. Os dados foram revelados pelo director Municipal da Acção social naquele Município a norte da cidade capital do Namibe, Oliver Manuel.

“As famílias estão mesmos vulneráveis por falta de alimentação, porque os resultados da campanha agrícola 2021/2022 não são satisfatórios, consideramos assim que a seca atingiu 58 mil e 426 famílias”, esclareceu.

Nesta altura os criadores de gado naquele Município encontram-se nas zonas de Chongoroi província de Benguela e de Quilengues, Província da Huíla, a procura de pasto para o gado tal como disse Domingos Mira, um dos criadores na localidade de Cavinbangala.

“Todos anos tende sido assim, deslocar nestas regiões a procura de capim e água para o nosso gado, temos Chimpacas deixadas pelo colono português, se o governo reabilitar poderia resolver a crise que estamos viver resultante da falta de chuvas”, disse.

Mais de cinco mil alunos estão fora de sistema de ensino em consequência da seca no Município do Virei à leste da cidade capital do Namibe, segundo deu a conhecer Tomás Tchimbwa, director exercício da educação naquela parcela territorial do País.

Por sua vez João Lourenço, Presidente da República de Angola, no seu discurso sobre o Estado da Nação, proferido na Assembleia Nacional por ocasião da abertura do ano Parlamentar à (15/10/2022) prometeu que o seu executivo vai continuar a desenvolver várias acções para mitigar os efeitos negativos da seca na região sul do País e não só.

“Estão cadastrados cerca de 829.475 agregados familiares deste número beneficiam já 588.902, ainda está em curso o programa integrado de desenvolvimento local e combate a pobreza cuja sua implementação já permitiu a integração de 76.258 pessoas em todo País”, Deu a conhecer.

Os relatos de fome e seca vêm de todos lados na região sul do País, nomeadamente nas Províncias do Cunene, Huíla, Namibe e Cuando Cubango devido ausência das quedas pluviométricas que escasseiam-se nos últimos anos.

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