As vítimas do 5 de Janeiro no Namibe relembram com muita tristeza as sequelas e consequência do massacre que vitimou mais de 600 pessoas da etnia Ovibundo na cidade do Namibe e do município piscatório do Tombwa.
Por Armando Chicoca
Sei que em todos os anos nos dias entre 1 a 5 de Janeiro chove bastante. De um lado, São Pedro, abre as torneiras para limpar o lixo da “macumba” que se tornou insuportável, por outro lado chove bastantemente para relembrar as lágrimas de sangue inocente de mais de 600 pessoas assassinadas há 5 de Janeiro de 1993, hoje reconhecidas como “Mártires da Repreensão Marxista-leninista no Namibe” ou seja:” genocídio dos Ovibundos no Namibe”.
Sei que esta última parte pode muitos não vão gostar que se fale, mas infelizmente temos que falar e exigir a UNITA que anualmente quando chega o dia 5 de Janeiro, sem politização e nem partidarização, os dirigentes do partido do galo negro devem preparar flores e vestidos de roupa branca ou preta liderar o grupo das famílias que têm seus ente queridos nas valas comuns do cemitério do Calumbiro cidade capital e no município piscatório Tombwa a esquerda junto do cemitério.
Foi assim no tempo do político Carlos Alberto “Calitas”, foi assim o tempo de Dunduma, Altino Capango, Vitorino Silepo e outros, embora saiba que no Saco Mar também tem um lugar memorável (Vala comum) onde jazem angolanos que mesmo não sendo militantes, simpatizantes e amigos da UNITA o facto de ser Umbundo foi o suficiente para maus-tratos e assassinatos.
“Não é por acaso que o MPLA perde e continuará a perder as eleições no município do Tombwa. O MPLA, tal como disse o Presidente João Lourenço, é preciso que o processo de reconciliação, de exumação chegue ao Namibe, as viúvas dos kotas Tchindjamba, Tchingalule, Verdete, Ngulawa, Júlio e outras possam chorar seus ente queridos”.
Portanto, enquanto não se cumprir a rigor, de 2 a 5 de Janeiro passaremos a vivenciar as lágrimas dos céus devido aos dois factos enumerados.
“Espero bem que não haja relatos feios nos bairros da periferia da cidade capital do Namibe. Também os factos levantados neste artigo devem ser encarados com normalidade e naturalidade por que os que causaram a hecatombe ainda existe e as vítimas sobreviventes das matanças de 5 de Janeiro de 1993 do Namibe somos todos nós”.
(Amândio Wandadjoi, Alberto Manuel, Armando Chicoca, Henriques, Adolfo Cameia, Marcial Ndavoca, Vimbuondo, e outros) ainda sabem contar a história das matanças de 5 de Janeiro e só não exterminou todos ovimbundos no Namibe foi graças a visão de polícia Republicana do Comandante Kim Ribeiro e o Delegado do SINSE no Namibe Quere Saúde, que em contacto com Luanda criaram condições nas instalações da Frissul onde muitos mantiveram sob custódia enquanto eu e outros companheiros mantivemos sob custódia policial no Comando Provincial. O MPLA destruiu do meu património danos calculados a mais de 500 mil dólares americanos. Armando Chicoca (Mártir da Repressão Marxista no Namibe V.I.MCMXCIII)