MOXICO: PEQUENA GUIDA DE 3 ANOS DE IDADE MORRE AS PORTAS DO HOSPITAL GERAL LOCAL POR SUPOSTA NEGLIGÊNCIA.
Margarida Dayane, de 3 anos de idade morreu, terça-feira, 21 de Fevereiro de 2023, às portas do hospital geral do Luena Capital da província do Moxico, quando esta supostamente lhe foi negada a assistência médica.
Por Daniel Tchiwape
Os factos ocorreram na cidade do Luena província do Moxico, onde a pequena Margarida Dayane, de 3 anos de idade não resistiu as dores fortes do “paludismo”, segundo familiares da vítima, que lamentam a falta de humanização dos serviços de saúde sobretudo nos cuidados primários nesta parcela do território nacional.
Vítima
“A mãe cujo a filha morreu, esteve no hospital geral do Moxico, no período manhã, na esperança e espectativas de salvar a sua filha, a menina estava grave e foi correr no posto médico em um dos bairros periféricos do Luena, de onde vinha por falta de sangue”, lamentou Sónia de Fátima familiares da vítima.
A província do Moxico, é a mais extensa do território nacional mas os serviços sociais básicos ainda estão aquém do desejado, daí é que as comunidades locais ainda enfrentam inúmeras dificuldades no acesso aos cuidados primários de saúde na província.
O fluxo de pessoas a procura do tratamento médico nas unidades hospitalares locais com maior destaque para o hospital geral do Luena, a única unidade de referência na região do Moxico, atingiu o pico nos últimos dias, devido o aumento doenças diarreicas agudas que afecta maioritariamente as crianças das zonas consideradas vulneráveis.
O caso desta criança que morreu, os familiares dizem que quando chegaram ao hospital encontrara uma situação complicada no banco de urgência do hospital geral da província.
Comunidades a procura de assisstência médica no Moxico
“Quando cá chegamos deparamo-nos com uma situação caótica, preocupante, grave e deplorável, muitos pacientes com os seus filhos ao colo, que estavam desde as 4 e as 5 horas no hospital, sem ser atendidos. As mães suspiravam e procuravam assistência médica, para salvar a vida de seus filhos na área de pediatria do Hospital Geral do Moxico mas infelizmente o atendimento estava muito lento ”, disse um dos familiares que pediu anonimato.
Por seu turno a direcção do hospital geral, tinha imposto as restrições ao atendimento, facto que pânico e sentimento de revolta à centenas de cidadãos que procuravam assistência médica e medicamentosa, segundo Alice Paula mãe uma criança.
“A direcção do Hospital Geral do Moxico, não está a fazer nada, para reduzir essas enchentes que se regista aqui na pediatria, até já deixaram de atender as pessoas. Os seguranças do hospital escolhem as pessoas que eles conhecem, esquema corrupção, associado ao compadrio ainda reina nesta província, precisamos a intervenção do Presidente da República João Lourenço, para resolução deste caso”, disse tendo acrescentado que “ Só queremos que sejamos atendidos porque temos criança graves e estamos aqui desde as 4 horas”, exigiu.
Outros dizem ainda que “ os enfermeiros deste hospital, não estão a trabalhar bem desde as 5 horas que as pessoas chegaram, e vivem distantes, até às 18 horas não foram atendidas”, reagiu.
O atendimento do Hospital geral do Moxico, voltou ao normal, graça a intervenção da nossa equipa de reportagem. Domingas Cristina Tembo, directora Administrava do referido hospital, disse, que os seguranças do “HGM”, foram orientados a não permitirem entrar dentro do hospital para tirar fotografias. Os repórteres comunitários do NFV, foram igualmente confrontados e impedido de tirar imagens dos cidadãos aflitos no local pelos efectivos da Polícia Nacional, chamado para o efeito alegadamente por ordens superiores da província.