NAMIBE: SAL QUE CONSUMIMOS NA REGIÃO SUL DE ANGOLA É NACIONAL OU IMPORTATADO?

26.05.2023

O empresario do sector salineiro no Namibe, Fernando Gomes Solinho, ajuda-nos esclarecer este fenômeno.

Por: Ismael Pena

O convidado do Mwangolê Fala Verdade “as quarta,-feiras”, na terceira semana do mês de Maio antecipado para segunda-feira, 22 de Maio de 2023, conduzido pelo jornalista Esmael Pena, no bairro Saco-Mar, Fernando Gomes Solinho disse que tem em stok mais de 9 mil toneladas de sal, o mercado está ocupado com o produto importado.

“Tenho cerca de nove mil (9.000) toneladas de sal em stock porque o mercado está ocupado”.

Fernando Gomes Solinho, Empresário no Namibe

De onde vem o sal consumido na região sul de Angola, a importação desse produto e o impacto negativo para produção nacional foi a base da conversa entre o NAMIBE FALA VERDADE (NFV) e o Sócio-gerente da empresa salineira SALDOSOL, Fernando Gomes Solinho.

“ O Iodo é uma responsabilidade do governo porque é um problema de saúde público, para combater o Bócio”.
A conversa desenrolou-se no meio de duas montanhas de sal, naquela unidade extractiva nascida há trinta anos, no quadro do programa de redimensionamento empresarial.

Namibe Fala Verdade: Um pequeno historial da sua empresa. Fernando Gomes Solinho: A Sal do Sol é uma das empresas ligadas ao Ministério das Pescas, que tem objecto principal a extracção e exploração de sal marinho. Somos uma empresa que existe precisamente há trinta (30) anos, faz este ano trinta anos, que existimos. Começamos com uma modéstia de duas a três mil toneladas e, estamos neste momento entre cinco a seis mil toneladas ano. Onde há trabalho as dificuldades não faltam.

A SALDOSOL vive algumas dificuldades?

Vivemos as dificuldades que todo o mundo vive, somos uma empresa vulnerável, portanto, somos produtores dum determinado produto alimentar e, também industrial dos mais, não diria desprezados nem, mas um dos produtos onde o nosso governo ainda não presta atenção que nós gostaríamos que merecêssemos, mas acredito o que os melhores tempos virão. Portanto, somos uma empresa sediada na província do Namibe, no município de Moçâmedes, estamos baseados aqui na parte sul industrial do município Sede, chamada Saco-Mar.

Quantos trabalhadores?

Albergamos cerca de cento e três (103) trabalhadores, uma força de trabalho jovem e, uma das grandes dificuldades que vivemos hoje está precisamente na comercialização. A situação salarial é estável? Essa é uma empresa, com regozijo posso o dizer isso, não temos rigorosamente salário em atraso desde que existimos cumpre integralmente com as nossas responsabilidades, tanto com os trabalhadores, para com o Estado, Ministério das Finanças, AGT, Ministério do Trabalho, temos isso muito bem organizado, felizmente não temos problemas do género.

NFV: O escoamento tem sido fácil?

SAL DO SOL

Como sabe, hoje qualquer produto importado é mais fácil de chegar ao país do que o produto nacional distribuir-se para todas as famílias, no caso do sal, então temos essa grande dificuldade de sobrevivermos, mas, vamos esperar que tempos novos surjam.
NFV: A SAL DO SOL nasce no âmbito do Programa de Saneamento Económico e Financeiro (SEF)? Fernando Gomes Solinho: A SAL DO SOL, à semelhança da maior parte das empresas que Angola hoje é detentora, nasce do Redimensionamento Empresarial, depois de em noventa e dois, o Estado entendeu libertar-se de tudo que fazia gestão, tinha uma economia muito centralizada e, claro, as pescas não fugiu à regra, então nós a nível da província do Namibe todas as unidades que eram do Estado, quiçá, a maioria absoluta, hoje são todas liberadas, portanto, alguns de nós gestores do passado fomos beneficiados com aquisição de algumas unidades, e no caso, portanto, há trinta anos atrás essa unidade fazia parte de um grande bloco chamado EMPROSAL, uma empresa produtora do sal da província do Namibe, do Estado, redimensionou do Tombwa até a Lucira (comuna do município de Moçâmedes), portanto, nós estamos aqui no município de Moçâmedes.

NAMIBE FALA VERDADE : Os níveis de produção são satisfatórios?

Níveis de produção

Fernando Gomes Solinho: Os níveis mantêm, nós temos uma tendência nos últimos dez anos de termos uma produção estável, nem estamos aumentar nem estamos a diminuir, portanto, só o facto de não estarmos a diminuir já é uma grande vantagem e, o que nos desanima pensarmos em produzir muito mais para o futuro é que os níveis de comercialização ainda não atingiram o grau que nós gostaríamos que atingisse. Porquê? Nós ainda assistimos a importação do nosso produto. Nós assistimos unidades, por exemplo em Luanda, na zona económica especial, em Viana, empresas a empacotarem sal, a embalarem sal, depois viemos a perceber que os pacotes não obstantes trazerem o símbolo, produzido em Angola, o sal é todo importado, portanto, essas ambiguidades fazem de nós reféns daquilo que nós estamos tentar fazer para melhoria das empresas que produzem no país. Este é um dos grandes adversários. Qual é a produção anual? Produzimos seis mil (6.000 ) toneladas de sal, por ano, salvo de houver uma situação menos boa, natural, mas essa é a nossa provisão, esse tem sido o nosso compromisso. Tem produto retido em armazém por dificuldade de escoamento? Neste momento, tem a produção de cerca de um ano e meio imobilizada, tenho cerca de nove mil (9.000) toneladas de sal em stock porque o mercado está ocupado. Estou a espera que as coisas melhorem, para ver se o sal nacional tem espaço para ser consumido.

A que deve-se o armazenamento dessa quantidade?

A comercialização. Se importas o sal, eu não posso vender, mas, eu tenho que continuar a produzir, esse é o nosso problema. Estamos a espera que as coisas melhorem, porque não produzimos para fazer stock, produzimos para pôr no mercado, para ser consumido. Níveis de produção atingir no primeiro semestre do presente ano? Nós continuamos sempre com uma previsão média de quinhentas toneladas mês, portanto, essa é a previsão que nós temos nos últimos dez a nos. Eg esse ano não vai fugir a regra, felizmente o Namibe não teve grandes quedas pluviométricas que poderiam prejudicar ou diminuir a nossa produção, então, quer dizer que este ano supostamente até o terceiro trimestre vai ser um ano de boa produção, portanto, vamos manter as quinhentas toneladas mês. Falou da importação do sal.

Quer dizer que o país ainda não encontrou antídoto para combater o vírus de importação de produtos que podem ser produzidos localmente, ou seja, de que o país é potencial produtor?

Esmael Pena e Fernando Solinho

Só se importa tudo aquilo o que os membros do governo permitem. Nós estamos ainda com o problema e o receio de que ainda temos governantes que estão muito concentrados nos seus gabinetes climatizados e, esquecem-se que o país tem mais de 1 milhão e duzentos quilómetros quadrados com muita coisa a ser feita, muita produção a todos níveis e, nós não fugimos a regra. Portanto, quando o ano passado entraram vinte mil toneladas de sal importando, nós gritamos aos quatro ventos, não fomos ouvidos, aparentemente, mas, espero bem, com a nova gestão do Ministério das Pescas que tal situação não se repita, até porque não será bom, nem para os políticos nem para os governantes. Assistimos nos últimos tempos a proliferação de comerciantes expatriados. Adquirem o sal nacional? Nós falamos de expatriados, o quê que se passa, é um assunto muito sério para ser respondido. Porquê? Que eles estão a tomar conta do mercado fluido do país, estão. Todo mercado comercial, a retalho está entregue à eles. E como se não bastasse, só dizer isso, é que nós visitamos essas lojas deles e, encontramos o alvará comercial do angolano, portanto, todo mundo sabe, mas todo mundo não se preocupa em resolver este assunto.

Noventa porcento dos nossos clientes são mesmo os “mamadus”. Quer dizer que enfrentam uma concorrência desleal?

Isso, já não sabemos se é desleal, porque eles não estão aqui ilegais, eles estão aqui legais. Agora, o que acho estranho é que esta pequena actividade devia ser exclusivamente para os angolanos, para uma camada empreendedora promissora jovem, e, entretanto, eles estão ocupar este espaço porque são beneficiados com algumas leis que lhes protegem, são refugiados e, a partir daí eles estão melhor que os angolanos, então, esse é um problema que tem de ser resolvido em gabinetes políticos. O empresariado nacional ainda encontra “ cortina ferro” nos Bancos para acessar aos financiamentos? Não é fácil. Hoje, os Bancos funcionam também como empresas, comercializam o dinheiro, emprestar e receber os seus juros, e, grande parte da minha classe empresarial perdeu confiança junto aos Bancos.

Os Bancos não têm confiança em nós. Perderam confiança. Qual é a razão?

A maior parte de nós, por razões, muitas subjectivas e outras objectivas, no passado recente souberam retirar milhões dos Bancos, muitos milhões e não souberam honrar com os seus compromissos. O BDA tem vindo a percorrer as províncias, para dialogar com os governos e empresários locais, na perspectivar de financiar projectos que possam alavancar a economia nacional. Não seria uma solução para o problema que o empresariado enfrenta no domínio financeiro? O BDA está atravessar o país todo a visitar as empresas, a prometer soluções, mas, entretanto, não sai das soluções, não sai das propostas. Vamos esperar que eles compreendam de que não podem prometer o que não podem fazer e, quem deve tem que cumprir.

Um dos maiores clientes da SAL DO SOL eram as FAA. Ainda mantêm esse vínculo comercial?

Não, não. Hoje são abastecidos pelas empresas estrangeiras, porque eles importaram o sal a um preço muito acessível, o esquema está montado, as Forças Armadas deixaram de ser meu cliente desde que chegaram as vinte mil toneladas. Quer dizer que há uma empresa muito forte que não permite que as empresas nacionais estejam também relançadas para com o Estado. Em quetypé ficou a implementação do projecto de produção de camarão? Deixei de pensar nele porque enquanto não tiver fluidez no principal produto que é o meu objecto social, que é o sal. O projecto do camarão era um subprojecto que viria envolver a SAL DO SOL. Mas enquanto não tivermos animação suficiente da nossa comercialização, naturalmente, tenho que evitar envolver-me noutros projectos. Tinha em perspectiva ampliação da empresa.v A intenção mantém? As boas intenções mantêm-se todas. Só precisamos que o governo perceba, que existimos, que nós precisamos de vender o que produzimos. Felizmente não é um produto perecível, porque se fosse como se passa com agricultura, que muito produz et muito se estraga, felizmente o sal é um conservante, o sal só tem stock.

O maior problema consiste na importação do sal?

SAL DO SOL conquistou há anos um prémio em Nova York, Estados Unidos.

Esse é que é o problema. O Estado tem que se preocupar em saber donde vem tanto sal produzido em Angola, embalado em Luanda. Essa preocupação alguém tem que a ter, o EGAE, o SIC, Ministério do Comércio, têm que saber como é que aparece tanto sal produzido em Angola, embalado em Viana. De algum lugar o sal está sair. Falando com os meus colegas, produtores de sal, principalmente em Benguela, todos dizem que não estão abastecer Viana para embalar com outras marcas. NFV sabe que a SAL DO SOL conquistou há anos um prémio em Nova York, Estados Unidos. Foi um reconhecimento pela qualidade e valorização do seu produto? Foi um troféu, nós por excelência somos sempre valorizados lá fora. Portanto, o nosso produto foi valorizado, fui a Nova York (Estados Unidos) buscar esse prémio, sentimos regozijados, mas esse prémio não nos traz rigorosamente nada, só nos traz o mérito de termos sido galardoados pela boa qualidade do sal nacional , sem aditivos, sem absolutamente nada, e, só dá alegria mas não nos dá satisfação.

Qual foi a instituição ou organização internacional, que galardoou a sua empresa?

É uma instituição espanhola que está baseada nos Estados Unidos de América. De onde vem o sal consumido na região do sul país? A região sul do nosso país tem duas grandes unidades de produção, estão baseadas nas províncias do Namibe e Benguela, supostamente, somos nós que abastecemos todo o país internamente. O nosso problema não é o pequeno consumidor, o nosso problema é estarmos nos grandes mercados, aí é que temos grandes dificuldades.

No município do Tombwa foi descoberta uma zona salineira, distante do mar que os populares tornaram-na em área de garimpo do sal e fonte de rendimento. Como conhecedor da matéria, é aconselhável a exploração e o consumo do mesmo?

O governo tem que ter a coragem política de perceber de que a exploração daquele sal não é próprio para o consumo directo, cuidado, que não faz bem a saúde, nem sequer faz bem para os produtos em que são aplicados, mesmo salgar o peixe com aquele sal é horrível porque o peixe toma um gosto diferente, aproveito para transmitir à toda a população que consome este sal para se cuidar. O que o governo que deve fazer de concreto, neste caso? O que eu estou espera, é o governo um dia que cerque a área de exploração desse sal, chama os produtores para nós fazermos um consórcio para darmos tratamento ao sal e uma exploração muito mais perfeita.
Os produtores nacionais querem acabar com a importação do sal. O país já produz o suficiente para abastecer o mercado nacional? Sim. Para o mercado nacional produz o suficiente. Repara, só Benguela, segundo um dos grandes produtores chamado rei do sal diz que vai produzir duzentas e cinquenta mil (250.000) toneladas ano. Nós temos um consumo nunca superior a cento e cinquenta mil (150.000) toneladas para o consumo humano. Implica dizer que a produção do sal já cobre o país para toda a população sem necessitar de que sejamos ombreados com a importação desse produto. Agora é só a vontade política que determina essa intenção menos boa. Tem recebido apoio do governo local? Não. Em trinta (30) anos de existência único apoio que tivemos foi em 22011, que o Ministério das Pescas emprestou-nos menos de cinquenta mil (50.000) dólares, foi só para tirar-nos do marasmo porque a unidade ficou submersa no leito de água. Portanto, nós sobrevivemos com aquilo que produzimos e vendemos. Quem são os maiores consumidores do Sal do Solinho? Nós temos um grande respeito pelos pequenos comerciantes. Recebemos por dia trinta, cinquenta clientes, a esses damos uns caris especial, porque nós sabemos que esse sal vai para abastecer as suas áreas de convivência social. Também abastecemos o sal para o consumo animal.

O Ministério das Pescas nunca deu a conhecer ao empresariado do ramo, um programa que visa tirar o sector salineiro do marasmo em que se encontra?

O Ministério das Pescas tem tido boas intenções, um do problema que eu acho que o Presidente da República também tem que se envolver nisso, é que não pode haver mudanças de ministros com muita regularidade, porque entra um ministro monta um programa, três, quatro anos o programa ainda não está implantado ele já saiu, chega outro ministro e faz outro programa. Os mandatos, não estou a dizer que deviam ser eternos, mas, pelo menos cinco ou seis anos o governante tem que se manter, porque não se mantiver esse período ele não vai perceber o que está fazer. Não é por acaso o que nós temos tido eleições, já estamos no segundo mandato de João Lourenço, se dependesse de mim diria que precisaria de ter o terceiro mandato porque ele precisa de colher o fruto que plantou. E há frutos que demoram muitos anos a surgir para ser consumidos. Temos que reconhecer que o COVID parou um pouco o país, quando pára o país pára tudo, nós também estivemos parados.

SAL DO SOL tem estabelecido parcerias com congéneres nacionais ou estrangeiros?

Não, não. Temos uma Associação, que é dos produtores dos Sal de Angola, mas, sem parcerias, somos uma Associação, nos encontramos regularmente, se possível, para debatermos o nosso estado de saúde económica, financeira e comercial, mas, parceria ainda não. Nunca pensou nisso? Acho que está na altura de nós começarmos a pensar nas parcerias, porque ninguém pode andar sozinho. Eu já reconheci que nestes últimos trinta anos andar sozinho, eu e mais o meu sócio acho que não é suficiente, precisamos de envolvermos com outras forças vivas, se calhar com mais competência, com mais vida, mais ideias, vamos ver o quê que nos reserva o 2023.

Tem sido fácil adquirir o Iodo?

O Iodo é um problema muito sério. É um produto muito caro, o quilo é cerca de cem dólares, apesar de ser económico, mas, é um debate que está ser muito debatido, salvo a redundância, porque nós concluímos, eu em particular, pressiono o governo assumir o Iodo. O negócio é particular, porque o governo tem de assumir os custos com o Iodo? Porque é para combater uma endemia, que é o Bócio. Portanto é um problema de saúde pública. Se é o problema de saúde pública, não o sal que tem que ter o Iodo, não, o sal foi escolhido para ser condutor do iodo, porque é um produto que está em todas as mesas de forma indiscriminada, o sal não tem padrão, foi escolhido para transportar o Iodo. Não é o sal sem iodo que está mal. Não, não. O Iodo tem que ser uma responsabilidade do governo, tem que assumir, ele tem que nos entregar o iodo de acordo a produção. Não pode ser os produtores assumirem, é mesma coisa como a Poliomielite.

Já viu se tivéssemos que cobrar as nossas crianças, aos pais carentes?

Estaríamos num problema muito sério, e, o governo acho que tem capital suficiente para perceber isso, de que o Iodo é sua responsabilidade, não é dos produtores. No momento em que NFV desenrolava a entrevista com Fernando Gomes Solinho “MAN SOLAS” , como é carinhosamente tratado pelos seus admiradores, dado o seu traço característico de critico sem rodeios, ao mesmo tempo que assistíamos também a um carregamento de trinta(30) toneladas de sal produzido na sua unidade industrial, que tinha Luanda como destinatário o maior mercado do país, Luanda. O empresário salineiro, igualmente membro das Associações provincial das Pescas do Namibe e dos Produtores de Sal de Angola, já desempenhou vários cargos de direcção a nível da província do Namibe, com destaque para o Comércio, onde foi inúmeras vezes director de diversas áreas do sector.  https://fb.watch/kM9wILJiZ0/

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