NAMIBE: NO MUNICIPIO DA BIBALA NÃO HÁ FOME DIZ ADMINISTRADORA LOCAL

11.06.2023

Há grupos minoritários Khoisan e Kuisses não praticam agricultura nem a pecuária, eles alimentam-se essencialmente de caça, de lagartos e de frutos silvestres.

Por: Fonseca Tchingui

O Município da Bibala, que dista a mais de 160 km, a norte da cidade capital do Namibe, já foi no passado, o celeiro agricola e pecuário da província, mas a situação político-militar, econômico e social que dilacerou o país, agravado pela seca cíclica, fez perder o seu potencial na província.

Luzia Arcanjo Muassualaly, Administradora municipal da Bibala

Visando o regresso aos tempos áureos em que o seu pai Vitorino Arcandjo Massolali foi Comissário Municipal da Bibala, Luzia Arcanjo “Massolali”, Administradora deste Município, além da implementação dos projectos sociais tem procurado dialogar com a velha geração da governação de seu pai em busca de experiencias do passado para com o presente dar-se vida o Municipio da Bibala que tem como primazia trabalhar a terra para produzir alimentos de consumo e o resto evacuar para o mercado e ajudar a provincia do Namíbe na segurança alimentar.

Este desiderato diz ter receptividade nas comunidades locais que no ano agricola 2022/2023 trabalharam bastante e com ajuda de “S. Pedro que abriu as torbeiras do ceu”, bastante chuvas, há neste momento muito produto produzido localmente pelas comunidades.

“Afirmo que no Municipio da Bibala temos produtos alimentares em abundância. Estamos inclusive com dificuldades de escoar os produtos agricolas para outros mercados”, disse.

Luzia Arcanjo Muassualaly, em entrevista concedida á Voz da América e ao NFV, segunda-feira, 5 de Junho de 2023, em resposta a manifestação da fome e o recurso a fruto silvestre por parte dos cidadãos da localidade do Caraculo aquando da inauguração da central da fotovoltaica esclareceu teatar-se de uma situação tipicamente natural que tem a ver com o modus vivente das comunidades locais.

“Há grupos grupos minoritarios khoisans e Kuisses que não praticam agricultura e nem criação de animais, eles alimentam-se essencialmente de caça, de lagartos e de fruto silvestre”, esclareceu.

Sublinhou ainda que háum cuidado especial e orientação expressa do governador da Provincia e da Presidencia da Republica para com esta comunidade no que diz respeito a assistência alimentar, reiterou.

“O município da Bibala em termos de segurança alimentar está bem, porque nós tivemos este ano momento de época de chuvas muito bom, paralisou no mês de Fevereiro, deu a sua continuidade nos meses de Março e Abril com muita intensidade e foi proveitoso. Por essa razão é que os nossos agricultores e as próprias famílias conseguiram produzir ao máximo, nós temos a nível da Bibala muita produção”reafirmou.

O escoamento dos produtos do campo para os mercados é a luta dos produtores locais.

Luzia Massolaly realçou que estamos agora com o problema de escoamento porque a produção é tanta e a população que trabalha a terra agora está preocupada com a questão de escoamento, mas nós tivemos também uma boa notícia do Gabinete provincial de Desenvolvimento Económico que nos notifocou para a recepção de mais três camionetas que vão ajudar escoar os produtos dos agricultores e camponeses do Município da Bibala.

e, está ser já orientado esse tráfego para que da Bibala saiam os principais produtos agrícolas para distribuir em outros municípios e também outras províncias da região.

Fruto silvestre Tabaibo

O Município da Bibala tem cerca de 91 mil habitantes, e pratica-se a agricultura em toda extensão da região com exceção na localidade de Caraculo onde vivem vári
as comunidades khoisan e Kuisses, que que gozam do forum especial, contido na agenda das preocupações da Presidencia da República, grupo esse que não pratica agricultura e nem a pecuária, e alimentam-se essencialmente da caça, de lagartos e de frutos silvestres.

Para contornar a situação e inserir estas comunidades para o novo modo de vida, segundo Luzia Arcanjo, está sendo feito um trabalho aturado e conjunto com as Organizações Não Governamentais para inseri-los no mundo do trabalho.

” Estamos a fazer agora um grande trabalho com as ONGs e a própria direcção municipal da Acção Social no sentido de reservar um período especial de alimentação para essa população. por exemplo consomem carne de caça e você introduzir na sua alimentação diária o funge de milho, o feijão ou arroz nem sempre é bem vinda esta dieta alimentar.Então, estamos a fazer um trabalho muito intenso para agregação desses grupos, na agricultura havendo ja espaços preparados com os respectos apoios de imputes agricolas disponiveis para prática de agricultura.

Por exemplo, no Município da Bibala ainda é visivel muitas residências feitas de pau-a-pique, não significa que essa população vive mal, não, vive bem, é o modus vivente dessa população ainda visivel na Comuna da Lola, no Caito, na Kilemba
Tira-los de seu habitate para residencias construção de alvenaria, eslas não aceitam por razões culturais e tradicionais. Por isso é que para quem não está habituado conviver com essa população acha que é um problama, quando que não é um problema.

Concluiu que “hoje já não se fala muito em população vulnerável na Bibala.Nós temos muita produção a começar pela produção do leite azedo, temos a produção em alta, a abóbora, massango, massambala, e milho. Quem passa pelo corredor Bibala/Caito, Caito –camucuio vai ver como é que o nosso gado está bonito, vai ver igualmente o nível de produção que temos nesse corredor, portanto, nós estamos bem servidos nesse momento, em comparação com os anos anteriores em que tivemos momentos muito difíceis de seca”.

Ainda constatamos que a população lamenta a falta de apoio das empresas que exploram mármores na localidade do Caraculo têm feito alguma coisa a favor do povo local?

“ A nível da Administração Municipal estamos a fazer um trabalho interno com todas as empresas que exploram, mármores e granitos no corredor do Caraculo, o grupo OMATAPALO e não só, tem estado apoiar as nossas escolas da localidade do Caraculo, o que se passa é o seguinte: a extração é feita aqui no Caraculí, mas a transformação é feita na vizinha província da Huila e os impostos são pagos no Lubango mas há um grande trabalho que está a ser feito agora, e, por orientação do Gabinete da Vice governadora para o sector político econômico e social no sentido de revermos essa legislação relativamente ao sector mineiro, no entanto, há um trabalho também avançado do próprio apoio que essas instituições vão continuar a nos dar, para dizer que, fora da exploração de granitos e mármores o empreiteiro que está fazer a estrada Bibala-Caito e Caito-Camucuio vai oferecer brevemente, um internato á igreja Católica com a capacidade de 40 lugares em compensação Social”, esclareceu.

“As comunidades vão receber outros títulos de compensação social, por isso é que nós estamos a trabalhar com essas empresas, não é de um dia para outro, é preciso fazer um trabalho porque eles também têm regras, primeiro é a prospecção depois é a própria exploração, então nós também entendemos esse papel das empresas, mas estamos a trabalhar, há um grande casamento entre essas empresas e Administração Municipal e para o caso concreto do Caraculo os apoios nesse momento incidem mais a escola da local.

Quanto ao projecto de importação de Camelos, a Administradora da Bibala esclareceu o seguinte:

“Nós ( Delegação do do Governo do Namibe) estivemos nos Emirates Árabes Unidos e muito recentemente veio para o Namíbe uma equipa de tecnicos de EAU e na presença do governador provincial, trabalhamos no Caraculo para a identificação da área especifica onde vão ser criados os camelos. A equipa dos Emirates deixou recomendações para o sucesso do projecto e nós estamos a cumprir na integra para recebermos com agrado e brevemente o primeiro lote de camelos na estação zootécnica do Caraculo.

Não precisou o primeiro lote que chega nesta fase experimental de adaptação dos camelos. “Tem três fases, cumpridas todas as regras a equipa vai trazer os primeiro camelos para a experimentação, se se adaptarem bem ao clima que já foi aprovado pela equipa tecnica dos Emirates vamos ver é ter uma extensão do maior número de animais e lotes aí no Caraculo, mas por enquanto estamos aguardar que também o grupo faça o seu relatório, fez avaliação e nós vamos receber também outras orientações para posteriormente então recebermos os primeiros lotes de camelos no Caraculo,reagiu

Questionada sobre as recentes declarações do presidente da Cooperativa de criadores de gado no Namibe, João Ernesto dos Santos, segundo as quais a vinda dos camelos vai melhorar a dieta alimentar das comunidades em leite:

“Agora não vamos ainda falar nem do leite nem da carne dos camelos. Nós agora vamos falar daquilo que é a nossa realidade local que é o leite de cabra, que nós temos em abundância e o leite de vaca. Quem passa pelo corredor Moçâmedes-Caraculo, até a Bibala vê que ao longo da via estão aí os nossos nativos, o povo mucubal a comercializar o leite de vaca e o leite de cabra, esses sim, nós temos em maior quantidade,eu fiz referencia que estamos a fazer um grande trabalho com a Banca no sentido de apoiar investidores a implantar pequenas indústrias na Bibala, de produção de queijo, do embalamento do próprio leite de cabra, o leite de vaca. Esses sim, podemos já falar e agora da melhor carne que nós temos a nível de toda a região é a carne do Namibe, do município da Bibala.Houve também uma época boa de vacinação de gado, isso é que é mais importante, gado vacinado carne com qualidade, leite com qualidade”, disse

Relativamente aos camelos, só depois de termos o lote aqui em Angola é que podemos dar prosseguimento da própria estratégia de criação e distribuição aos nossos criadores.

Quanto ao programa da merenda escolar no município da Bibala Luzia Arcanjo Massolaly assegurou que: “A nível do município da Bibala, nós temos estado a distribuir merenda escolar e a grande estratégia neste momento porque temos como dizia , bastante produção de abóbora, leite de vaca e leite de cabra, estamos a introduzir na dieta diária dos nossos alunos porque é um produto local, um produto nacional que as crianças podem consumir sem qualquer receio. E para além desses produtos nós também temos a produção em alta de feijão, nós estamos agora a fazer um trabalho que nos próximos dois ou três dias vamos apresentar a nível da comuna da Quilemba-Velha.A equipa de uma cooperativa de agricultores está aí a trabalhar e vamos apresentar a grande quantidade de produção de feijão, de abóbora,de soja que nós tínhamos que fazer aquisição nas vizinhas províncias do Bié e Huambo, agora já temos a produção da soja na localidade da Quilemba-Velha.

Com excesso de produtos do campo Luzia Massolaly realçou que inverteu a piramide das cozinhas comunitarias no Municipio da Bibala com a produção local?

As cozinhas comunitárias nasceram num projecto emergencial da seca que assolou a nossa região, felizmente para o Municipio da Bibala choveu bem. Agora é contrário, a nossa população é que está fazer a entrega de produtos a Administração Municipal com que nós estamos a apoiar nas escolas em merenda escolar. As cozinhas comunitárias agora estão aí apenas para apoiar aqueles mais velhos que já não conseguem trabalhar, já com mais de sessenta e setenta anos de idade, que têm um outro problema de deficiência, de resto a nossa população está mesmo a produzir.Nós temos no âmbito do PIIM recuperados várias chimpacas, vão ficar com água retida pelo menos até mais de cinco anos.Isso é muito bom, não só porque foi gasto o dinheiro do PIIM nesses projectos mas também porque é um corredor de transumância.Nesse momento nós estamos a espera que se houver problema de seca no Municipio do Virei a Bibala está disponível para receber o gado porque temos pasto, temos água, a produção agrícola está em alta.Nós vamos fazer trabalho interno com a direcção da agricultura, vamos continuar andar pelos campos para ir aferir aquilo que a nossa população produziu e vamos apoiar cada vez mais.

A Administradora da Bibala fala dos produtos mais produzidos no município?

O povo produziu abóbora, massango, massambala, produtos hortícolas também, a par do Município de Moçâmedes a Bibala está a desenvolver um grande projecto de produção de tomate em Caito temos bastante produção de tomate, então nós queremos ganhar a pérola no cultivo, na produção e na distribuição do tomate a nível do país.

No quadro de combate a pobreza durante o ano de 2023 foram cabimentados para aquele Municipio um montante de 336 milhões de Kwanzas. Sendo 35 milhões atribuídos para o combate a pobreza e 300 para outros para projectos.Os 25 milhões são do comitê participativo do munícipe que também já têm em carteira os referidos projectos. Para o combate a pobreza nós estamos a trabalhar de forma árdua, distribuição de motorizadas de tees rodas, o emponderamento da mulher, não só, praticamente toda essa produção é fruto do trabalho do programa de combate a pobreza porque para além de motorizadas do tipo caleluia distribuímos as moto-bombas, distribuímos sementes.

O Municipio da Bibala foi potenciado com novos quadros quadros de saude pública?

Estamos bem porque no dia sete de Junho recebemos novos enfermeiros, estamos aguardar os concursos públicos do sector da educação, mas o sector da saúde está bem reforçado.

HA QUE PROVINCIA PERTENCE A SERRA DA LEMBA?

A serra da Humbia e a Serra da Leba pertencem a Bibala, territórios da província do Namibe. Este problema está totalmente resolvido com a província da Huíla.

E alegada questão de imposto ou cobrança da portagem?

A titular do Município da Bibala promete resolver e nos proximos dias e disciplinar a questão da portagem que faz parte dos impostos fiscais.

“O cidadão pagava a tal portagem que era o dinheiro em mão, isso não existe. O dinheiro tem que ser pago, aquilo é um verdadeiro imposto, mas o dinheiro tem que ser pago no portal do munícipe. O estado não recebe dinheiro em mão.O Estado recebe o dinheiro através das transferências bancárias no portal do munícipe, esse é um dos temas também que nós estamos a solucionar com Administração geral Tributária.

A Bibala está crescer, há compromisso do Banco desenvolvimento Angola de uma conferência a realizar a nível do Município da Bibala, se tudo correr bem com a realização dessa conferência nós vamos ter muitos investidores na Bibala por que eles precisam conhecer realmente o quê a Bibala.

Bibala não é só a seca. A seca passou, tivemos realmente dois três anos complicados mas o ano de 2023, abençoo o Município da Bibala. A nível da localidade do Caraculo nós fizemos um trabalho em todo o corredor e temos muita água, temos bacias de retenção totalmente cheias, o nosso gado está bem, os cabritos , temos pasto, é bonito de se ver, era uma grande preocupação, mas agora para mim já não é preocupação, agora temos outros temas.

Até ao final do mês de Julho os temas do PIIM ficam encerrados., porque segundo ela:

” queremos ser a bandeira na fase do PIIM-2, a semelhança do Camucuio nós também queremos estar na linha da frente a nivel dos Municipios de Angola”, concluiu.  https://fb.watch/l5itwXJmD8/

 

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