NFV FORA D` HORAS 05-04-2024

07.04.2024

Noticário NFV, edição de sexta-feira dia 05 de Abril de 2024 com os seguintes tópicos:

1 – Jovens na diáspora reiteram compromisso de contribuir para desenvolvimento do país;

2-  INEMA necessita de mais recursos humanos para criar suas estruturas no interior da província;

3 – Presidente da IESA deplora teologia da prosperidade defendida por algumas religiões;

4 – Sociedade cívil no Namibe quer mais valorização dos que lutaram pela independência e pela paz;

5 – Advogado quer inquérito à decisão inconstitucional do Supremo Tribunal no “caso dos 500 milhões”.

 

Somos à rádio NFV, coordenação e supervisão de Armando Chicoca, edita Esmael Pena, produção de Domingos Marques, eu sou a Ester Culembe, com apoios do NED e da Open Society.

 

Cerca de trezentos jovens angolanos que vivem na diáspora, em Portugal, Bélgica, República Checa e Espanha, participantes do primeiro encontro nacional das comunidades, realizado na capital do país sob o lema, Angola o país real, contexto político e económico, reafirmaram o seu compromisso e apoio às reformas económicas do Executivo angolano, em curso no país, mormente no combate à pobreza.

“Já faz algum tempo que a diáspora sente a necessidade de fazer parte do processo evolutivo da economia local, através dessa conferência histórica foi uma grande oportunidade para nós podermos participar de uma conferência onde congregou mais de 200 delegados, o que nos permitiu através de estudos feitos estatísticamente pela monar de constatar Angola real, requer afirmar o apoio da comunidade, apoio nas iniciativas que sua excelência tem em relação a reforma no combate a pobreza, também queremos saudar o senhor Presidente e agradecer por tudo que tem feito, permitiu-nos ver que o país tem tido sim uma influnção, Angola está avançar, então quero afirmar nossa excelência, tem todo apoio da diáspora, conte connosco, nós vamos arregaçar as mangas e vamos trabalhar todos juntos”.

Jovem na Diáspora

 

E o Presidente da República João Lourenço, aconselhou-os a manter sempre o vínculo com o país, e lamentou o facto de algumas informações distorcidas que pairam nas redes sociais, e colidem com à realidade do país.

João Manuel Gonçalves Lourenço, Presidente da República de Angola

“Vocês vivem no estrangeiro, acredito que por vontade própria, cada um terá suas razões do porquê que escolheu viveu fora é um direito que cada um tem, os cidadãos que vivem ali onde se sentem bem, onde pensam encontrar a solução dos seus problemas, das suas respectivas famílias, o mínimo que a gente pode pedir de vocês é que mantenham vínculo com a terra, viver no exterior pode ser bom, mas nunca se esqueçam de vossas origens, onde é que vocês saíram, vocês estão lá com a família, mas as mulheres, filhos e netos eventualmente ainda deixaram aqui os tios, a grande parte da família que não levaram continuam em Angola, então este vínculo tem que ser mantido, infelizmente atraves das nossas redes sociais há pessoas mal intecionadas,  passam para vós uma realidade distorcida daquilo que  Angola tem, ninguem está querer dizer que vivemos num paraíso, mas esforçamo-nos não apenas o governo, a sociedade no geral, organizações não governamentais, os empresários, todos nós em conjunto esforçamo-nos por cada dia ir resolvendo paulatinamente os enormes problemas, que de uma forma geral todos os países atravessam”.

Presidente da República João Lourenço, durante o encontro que manteve com os jovens residentes na diáspora.

 

O Instituto Nacional de Emergências Médicas –INEMA no Namibe tem como desafio criar ramificações em toda a província, para responder a demanda dos serviços do sector, mas a materialização deste desiderato se esbarra na insuficiência de recursos humanos. A responsável daquela instituição, Dina Camundongo Serafim consideram urgente a solução do problema.

“Nesta previsão de apliação de serviços, vamos precisar dependendo do concurso público, que nos deêm mais quadros para fazer cobertura, tamos a falar de 200 profissionais para podemos ter serviços em todos os municípios”.

Dina Camundongo, Responsável do Instituto Nacional de Emergências Médicas-INEMA no Namibe

Responsável do Instituto Nacional de Emergências Médicas-INEMA no Namibe, Dina Camundongo Serafim clama por mais recursos humanos para criar representações nos municípios.

 

O presidente da Igreja Evangélica Sinodal em Angola no Namibe, Dinis Eurico, diz que os defensores da teologia de prosperidade aproveitam-se dela para promessas falsas, visando extorquir os bens materiais e financeiros às camadas mais pobres e menos esclarecidas.

Dinis Eurico, presidente da Igreja Evangélica Sinodal em Angola no Namibe

“A teologia da prosperidade hoje é muito forte porque há muitos pobres, a teologia da prosperidade encontra suporte, estrume na pobreza, nas dívidas, então os defensores da teologia da prosperidade usam a pobreza, as dificuldades, as doenças e os pobremas da vida para dizer que eles têm uma resposta, a igreja envagêlica tem que apresentar um cristo que salva o pecador apesar da pobreza, não é um cristo que só da dinheiro, um cristo que livra das dívidas, um cristo que traz a namorada em casa, um cristo que traz de volta o marido, o cristo que nós pregamos não é um cristo materialista, é o cristo espiritual”.

 

Líder da Igreja Evangélica Sinodal em Angola, no Namibe, Dinis Rico deplora a teologia da prosperidade. O líder da IESA instado pela emissora pública disse que a cobrança de valores monetários em troca de oração ou cura não é bíblico.

Dinis Eurico, presidente da Igreja Evangélica Sinodal em Angola no Namibe

“Há uma grande diferença entre a teologia da prosperidade e a teologia evangélica por teologia, é isto que nos diferencia, a teologia da prosperidade diz você não pode ficar doente, um crente não pode ficar doente, não é verdade que um cristão não pode ficar doente, pode sim, profeta grande Elizeu ficou doente, o Paulo tinha algumas enfermidades, todos os homens estavam doentes, o Rei Ezequias, pregar que ficar doente é sianal de que é pecador não é verdade, a teologia da prosperidade também cobra dinheiro quando ora por alguém para ficar curado, quanto mais forte a oração, mais caro é, onde é que está na bíblia que Jesus cristo quando orou por alguém cobrou dinheiro, onde é que nós lêmos na bíblia quando Jesus ressussitou alguém cobrou dinheiro, a bíblia em Mateus capítulo 10 diz assim, de graça recebestes e de graça dai”.

 

Presidente da Igreja Evangélica Sinodal em Angola no Namibe, Dinis Eurico, condena a teologia da prosperidade que encontra suporte na pobreza.

 

Académicos e outras franjas da sociedade civil no Namibe, consideram que os percussores da luta pela independência e pela paz, ainda não usufruem dos benefícios do seu sacrifício pelo bem estar dos angolanos.  Os pormenores desta notícia é com o Edson Fela.

Para o professor universitário Pascoal Cipata, é necessário que nas instituições se aborde o valor dos que deram o melhor de si pela independência e pela paz que os angolanos desfrutam hoje.

“Tanto a nivel das escolas como nas outras instituições sociais para de uma forma paulatina, periódica, por tanto falarmos desses ganhos transmitirmos isto através de clubes desportivos, através de ações sociais por cultura cívica cinobredade, então é preciso com essas ações todos nos envolvermos, acredito que nós poderemos mudar a cosciência do angolano e sobretudo da nossa juventude”.

Pascoal Cipata, Professor universitário na província do Namibe

 

Quem alinha no mesmo diapasão é a Ildegarda de Sousa.

“E falar justamente do antigo combatente há esta necessidade porque nós convivemos com eles todos os dias de forma directa e indirecta, conhecemos as suas dificuldades, o nível de carência, a questão renegados, esta necessidade de se valorizar, não do ponto de vista discursal a que em ferir discurso, palavras enloquentes muito lindas não, mas é do ponto de vista efectivo, e esta efectividade, penso que os dois colegas de painel também já fizeram referência, esta efectividade prende-se necessariamente e mudarmos a nossa politica social”.

Ildegarda de Sousa

 

Ildegarda de Sousa abordada pela rádio pública no Namibe, defende a mudança de políticas sociais para que se dê mais dignidade aos antigos combatentes.

“Há esta necessidade desta alteração do quadro da política social, porque entende-se aqui, que o Estado enquanto ente-jurdico ´´e o único que detém todos os meios necessários para salva-guardar o bem mais preciso que temos, que é a vida e vida condigna, não basta só ter vida, é claro que estamos a referenciar os ganhos do ponto de vista de infraestrutura, mas há essa necessidade de se reconhecer os ganhos do ponto de vista da humanização, dos recursos humanos e é claro que eles são os principais autores, os da linha da frente. A política social deve ser alterada, uma das soluções que eu trago aqui, infelizmente eu já ouvi vários governantes neste sentido e até pouco tempo a dizerem contra, chegamos no periódo de paz de 2002 a 2024 com uma explosão económica do ponto de vista daquilo que é a venda do petróleo, este salto quantitativo não se refletiu no que seria a qualidade de vida dos angolanos porque continuamos sendo um país rico do ponto de vista natural, mas no ponto de vista da efectivação da qualidade de vida do angolano, isso não se reflete, e a franja mais prejudicada neste momento é do antigo combatente, encontramo-os na condição de pedinte, acho que a política social podia ser mudada.

Ildegarda de Sousa

Académicos e membros da sociedade civil no Namibe, querem mais valorização dos antigos combatentes.

 

Advogado quer inquérito à decisão “inconstitucional” do Supremo Tribunal no “caso dos 500 milhões”. Sérgio Raimundo reagia assim à decisão do Tribunal Constitucional (TC), de 3 de abril, de anular o acórdão do plenário do TC que condenou José Filomeno dos Santos (Zenu), Valter Filipe, Jorge Gaudens e António Bule em segunda instância por branqueamento de capitais e peculato, no âmbito do conhecido caso dos 500 milhões de dólares transferidos ilegalmente do BNA para o estrangeiro. Coque Mukuta.

 

Ex-presidente do Conselho de Adminsitração do Fundo Soberano de Angola, José Filomeno dos Santos, e ex-governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Valter Filipe (dir)

Sérigo Raimundo reagia assim à decisão do Tribunal Constitucional (TC), de 3 de abril, de anular o acórdão do plenário do TC que condenou José Filomeno dos Santos (Zenu), Valter Filipe, Jorge Gaudens e António Samalia Bule em segunda instância por branqueamento de capitais e peculato, no âmbito do conhecido caso dos 500 milhões de dólares transferidos ilegalmente do BNA para o estrangeiro.

O plenário do TS terá agora de conformar a sua decisão com a recomendação do órgão constitucional.

O TC declarou “a inconstitucionalidade do acórdão por violação dos princípios da legalidade, do contraditório, do julgamento justo e conforme e do direito à defesa”.

Sérgio Raimundo fez notar que os juízes do TC “denunciam situações graves de violação da Constituição e da lei”

“Quando vieram dizer nas suas declarações de voto… que lhes foi posto um processo para assinarem de cruz a decisão sem lhes terem dado a possibilidade de lerem o processo isso é grave e num país sério, isso deveria ter outras consequências”, disse.

Questionado sobre as consequências que deviam ter, Raimundo disse que “num país normal, era um inquérito”.

“É uma situação grave que não se deve repetir na justiça de um Estado que se quer democrático e de direito”, concluiu Raimundo.

Por seu lado, o constitucionalista Albano Pedro alerta que a decisão não significa que os réus foram ilibados.

“Eles continuam presos, continuam condenados em sede da primeira instância”, diz Pedro.

A decisão do TC “anula o recurso e voltam a estar sob efeito da primeira sentença e a primeira sentença condenava-os”.

Valter Filipe Duarte da Silva, antigo presidente do Banco Nacional de Angola

José Filomeno “Zenu” dos Santos foi condenado pelo crime de burla por defraudação na forma continuada a quatro anos de prisão e pelo crime de tráfico de influência na forma continuada a dois anos de prisão “e, em cúmulo jurídico, condenado a pena única de cinco anos de prisão maior”.

O antigo presidente do Banco Nacional de Angola, Valter Filipe Duarte da Silva, foi condenado a um total de oito anos de prisão por peculato e burla por defraudação.

O antigo funcionário sénior do BNA, António Samalia Bule Manuel foi condenado a um total de cinco anos de prisão por peculato e defraudação e Jorge Gaudens Pontes Sebastião a seis anos de prisão por burla por defraudação e tráfico de influência a seis anos de prisão.

Peça de Coque Mukuta, correspondente da Voz da América em Luanda

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