Noticiário NFV, edição de segunda-feira dia 27 de Maio de 2024 com os seguintes tópicos:
1 – PCA do CFM diz que densidade populacional de Moçâmedes, não justifica reabertura do ramal entre cidade e Saco Mar, e o Governador Archer Mangueira desapontado convida-o para consulta pública;
2 – Namibe: Direcção de Acção Social, diz que aumentam casos de abandono de idosos na província;
3 – Produtores de sal, consideram urgente lançamento e implementação de serviços de cabotagem no sul do país, para redução de custos de transportação;
4 – Ministério dos Transportes recomenda adopção de estratégia regional, para que permita melhor aproveitamento das potencialidades do corredor do Namibe;
5 – Angola: especialistas dizem que não há condições para acabar com mercado informal.
Somos à rádio NFV, coordenação e supervisão de Armando Chicoca, edita Esmael Pena, produção de Domingos Marques, eu sou o Dino Manuel, com apoios do NED e da Open Society.
O Presidente do Conselho da Administração do Caminho de Ferro de Moçâmedes, António Fernandes da Cruz, disse que a densidade populacional da cidade capital da província do Namibe, não justifica a reabertura do ramal que liga Moçâmedes ao Saco-Mar.
Aquele responsável alegou que seria pouco rentável, e com avultados custos para a empresa.
O Governador do Namibe, Archer Mangueira, aparentemente irritado com pronunciamentos do PCA do Caminho de Ferro de Moçâmedes, disse que o Caminho de Ferro não pode funcionar no Namibe nem em província nenhuma como ilha, tem de ser parte.
O governante máximo do Namibe que falava durante o fórum sobre a cadeia de valor do Porto do Namibe, foi mais longe, e convidou o PCA do Caminho de Ferro de Moçâmedes a auscultar a população, tendo mesmo considerado os pronunciamentos do PCA como uma provocação.
Governador provincial do Namibe Archer Mangueira, considera provocação, a afirmação do Presidente do Conselho da Administração do Caminho de Ferro, António Fernandes da Cruz, segundo a qual a cidade de Moçâmedes não possui densidade populacional, que justifique a reabertura do ramal entre Moçâmedes e o Saco Mar, pois segundo alegou, não seria rentável os custos avultados a empresa. Fórum sobre Cadeia de Valor do Porto do Namibe, recomenda aos governos províncias do sul do país, abordagem colaborativa sobre assuntos da região.
Gabinete de Acção Social no Namibe, preocupada com o abandono de idosos pelos familiares. Edson Fela completa essa informação.
A desestruturação das famílias, crenças ao feticismo e a crise social, são causas do aumento de abandono de idosos no lar de terceira idade e nos hospitais na província do Namibe. A preocupação foi manifestada pela Diretora da Ação Social, Sandra Somene, que atualmente controla 26 idosos internados naquela instituição com a capacidade de albergar 60 anciãos.
Directora de Acção Social no Namibe, Sandra Somene, apreensiva com o aumento de casos de abandono de idosos pelos familiares.
O lançamento do projecto do corredor do Namibe e a implementação da cabotagem sul do país, poderão reduzir os custos de escoamento do sal produzido no Namibe, cujos níveis rondam à volta das 60 mil toneladas anuais. Fernando Gomes Solinho, Vice-presidente da Associação provincial de Pescas do Namibe, para área salineira, explica o quão é oneroso transportar sal para as superfícies comerciais, ora da província do Namibe.
Fernando Gomes Solinho, Vice-presidente da Associação Provincial de Pescas do Namibe, para área salineira
Fernando Gomes Solinho, Vice-presidente da Associação Provincial de Pescas do Namibe, para área salineira. A implementação de serviços de cabotagem no sul do país, vai reduzir os custos de transportação de mercadorias para outros pontos do país.
Combater a teia burocrática e constrangimento que impeçam aceleração de projectos relevantes, e uma abordagem colaborativa sobre assuntos da região sul entre as províncias locais, bem como dedicar-se uma atenção especial aos sectores privado e unidos na prossecução dos projectos. São algumas das recomendações saídas do primeiro fórum sobre a cadeia de valor do Porto Comercial do Namibe, realizado no último fim de semana na cidade de Moçâmedes, apresentado pelo Presidente do Conselho da Administração daquela empresa portuária, Nazareth Neto.
O Secretário de Estado para Aviação Civil, Marítimo e Ferroviário Rui Carreira, que orientou os trabalhos e encerrou o evento, defendeu a adopção de uma estratégia regional para que permita melhor aproveitamento das potencialidades do corredor do Namibe. Rui Carreira deixou esta recomendação aos governos e vários sectores económicos das quatro províncias da região sul, Namibe, Huíla, Cunene e Cuando Cubango
Secretário de Estado para a Aviação Civil, Marítimo e Ferroviário Rui Carreira, quando declarava encerrado o Primeiro fórum sobre a cadeia de valor do Porto do Namibe, realizado no fim de semana em Moçâmedes.
O Governo angolano proibiu a venda nas ruas de dezenas de produtos. Especialistas dizem que não há condições para acabar com mercado informal
Não há condições para se acabar com o mercado informal da economia, dizem especialistas ouvidos pela Voz da América.
O Governo, através de um decreto presidencial, proibiu a venda ambulante de animais vivos, carnes verdes, fumadas e miudezas comestíveis, medicamentos, inseticidas, raticidas, plantas e ervas medicinais, móveis, máquinas e utensílios elétricos, bebidas alcoólicas, combustíveis e materiais de construção.
A medida vem expressa no Regulamento da Lei sobre a Organização, Exercício e Funcionamento das Atividades de Comércio Ambulante, Feirante e de Bancada de Mercado, aprovada em decreto assinado pelo Presidente angolano, João Lourenço.
O impacto na economia informal pode ser severo. De acordo com o Inquérito ao Emprego em Angola (IEA), divulgado pelo Instituto Nacional de Estatísticas, a economia informal domina o mercado, com 79,8 por cento das mais de 11,7 milhões de pessoas em idade ativa a desenvolveram a sua atividade económica fora do sistema formal.
A decisão do Governo está a ser interpretada por analistas como visando acabar com a venda ambulante no país nos moldes como é atualmente praticada.
Manuel Viage, sindicalista e antigo secretário da UNTA-Confederação Sindical diz que a decisão de se acabar ou reduzir o peso do mercado informal na economia “ não vai produzir efeitos” enquanto Governo não “animar a economia” de forma a que se possam criar mais oportunidades de emprego”.
“Dinamizar a agricultura comercial , voltar a dinamizar as fazendas que eram provedoras de mão de obra”, nota Viage.
Para o economista, Américo Vaz, o problema da venda ambulante “carece de muita investigação, consulta e debate e diálogo com os operadores, com as comunidades e administrações locais para tirar a informalidade e passar para a formalidade”.
“Toda a venda ambulante que se faz nas nas grandes cidades ela já é organizada”, lembra o economista. “Temos associações e estas podem com os governos tentar encontrar a melhor forma de organizar”, afirma.
A proibição é extensiva aos móveis, artigos mobiliários, colchoaria, antiguidades, aparelhagem radioeléctrica, utensílios elétricos ou a gás, candeeiros, instrumentos musicais, discos e afins, veículos automóveis, aparelhos de medição e verificação, material de fotografia, artigos de ótica, vestuário, calçados, bijuterias, armas e munições, moedas e notas de banco estão igualmente proibidos à venda ambulante.
Peça de Venáncio Rodrigues, Correspondente da Voz da América em Luanda
Especialistas angolanos manifestam dúvidas em relação à eficácia da medida do Governo, de proibir a venda ambulante de vários produtos industriais e do campo.