AVANÇOS E RECUOS NO MUNICÍPIO DO CAMUCUIO

18.06.2024

Avanços e recuos no munícipio do Camucuio

Por: Domingos Marques

Os avanços e recuos que se registam nos últimos tempos no município do Camucuio, a norte da província do Namibe, foi o tema abordado no espaço Mwangolé do Namibe Fala Verdade, conduzido pelo jornalista Armando José Chicoca, nesta segunda-feira 17 de Junho de 2024, e  que  teve como convidado o administrador daquela localidade, Azevedo Kalassola.

Na ocasião, começou por ressaltar as potencialidades agro-pecuária e a campanha de vacinação, que prevê imunizar cerca de sessenta e duas mil (62.000) cabeças de gado, tendo sido já vacinadas seis mil, quatrocentos e oitenta e uma ( 6.481) cabeças.

Quanto a vacinação de gado, Azevedo Kalassola avançou que:

Azevedo Kalassola, Administrador do município do Camucuio

“O nosso município, é agro-pecuário, pratica-se muita agricultura e também muita criação de gado, e temos uma previsão de vacinarmos perto de seiscentas e duas mil cabeças para campanha deste ano, mas até ao momento, já vacinamos perto de seis mil, quatrocentos e oitenta e uma cabeças, tudo isto, fruto do atraso da vacina, porque a época de vacina, é Fevereiro até Março”, referiu.

 

Segundo o nosso entrevistado, as dificuldades encontradas nesta campanha, têm a ver com os criadores de gado que temem que os seus animais não vão reproduzir, mas fez notar que nada inviabilizou, e  fez menção às áreas onde o gado já foi vacinado.

Azevedo Kalassola, Administrador do município do Camucuio

“Nesta fase os nossos criadores ficam com muita dificuldades fruto disso é que eles pensam que o gado não vai se reproduzir e não vai produzir o leite, mas até ao momento, as coisas estão a andar, quando começamos tivemos apenas trezentas cabeças vacinadas. A nível da comuna do Mamue foram vacinadas mil duzentas e oitenta e nove cabeças, a nivel das Cacimbas, dois mil e quatrocentos e trinta e seis cabeças, na comuna do Chingo foram vacinadas, apenas trezentos e onze, neste momento a comuna das Cacimbas é a comuna que lidera a nível de cabeças vacinadas”

 

Indagado sobre o roubo de gado, o mais alto responsável da terra dos Sonhos e Realizações, admitiu que os mentores desta prática continuam, mas enalteceu o trabalho árduo que policia nacional tem levado a cabo, em estreitar colaboração com outros órgãos de defesa e segurança, e a população, no combate ao fenómeno, e fruto disso os casos tendem a diminuir, porque os supostos meliantes têm sido detidos. Não deixou de enfatizar o engajamento da PGR nesta missão.

Azevedo Kalassola, Administrador do município do Camucuio

“O roubo de gado continua, mas há um grande trabalho da nossa polícia nacional no nosso município, em colaboração com outros órgãos de defesa e segurança no nosso município, bem como a população, que também está engajada na denúncia e localização destes miliantes. De janeiro até ao momento, o índice de roubo tende a diminuir consideravelmente, tudo isto, graças às forças da ordem dos advogados que têm feito um trabalho árduo para que estes miliantes fossem apanhados, e que respondam sobre os seus actos. A título de exemplo, tivemos um caso na localidade do Mylowe, dentro da comuna do Mamuhe, para quem desce do outro lado da serra, onde a população pediu ao administrador e as autoridades tradicionais, que as pessoas ( ladrões), fossem encontradas. Bem haja esta medida da PGR, porque a quatro ou cinco dias, como é do conhecimento de todos, nós temos advogados, mas não temos juiz, dependemos do município vizinho da Bibala, onde o juiz fez um julgamento público a quatro dias”, frisou.

 

No que se refere a saúde e combate a malária, Azevedo Kalassola considerou ser um acto heróico, a compaixão da médica que doou sangue para salvar uma vida.

Azevedo Kalassola, Administrador do município do Camucuio

’’Infelizmente a doutora já não está connosco, terminou o seu mandato, e recebemos uma outra, esperamos que também tenha este acto heróico nas suas veias. Em relação a malária, nós vivemos um momento de terror, o nosso município tem dezanove unidades sanitárias, dentre estas, destacaR o hospital municipal e dois centros de saúde, e os demais são ainda postos de saúde. A nível de estruturação hospitalar, o município sede tem apenas um único hospital, e clama por um hospital com aproximadamente duzentas camas maiores, temos uma capacidade de cinquenta e três camas no hospital municipal, e precisamos de um hospital maior para atender várias patologias que o município tem estado a enfrentar”, advogou.

 

Ainda dentro da base da saúde, Azevedo Kalassola esclareceu que:

Azevedo Kalassola, Administrador do município do Camucuio

“Nós tinhamos uma cama solteira dentro do hospital, e que na mesma cabiam quatro pessoas, porque não havia mais espaços para colocar outras pessoas com esta patologia de malária”

 

Disse mais adiante:

Azevedo Kalassola, Administrador do município do Camucuio

“Nós em colaboração com o Gabinete provincial da Saúde, movemos uma equipa para o município do Camucuio, onde levou-se fármacos anti-palúdicos para ajudar a nossa comunidade, e tantos outros meios, mas o que salvou mesmo o povo do Camucuio naquela altura, foram as campanhas ambulatórias, porque percebemos que a raiz do problena estava na comunidade. Tinhamos um lema denominado, todos somos saúde, todos os munícipes juntaram-se a causa para irradicar o surto da malária, foi possível evitar charcos, as águas paradas, capins ao redor das residências, fomegação, todos os dias moveu-se também uma equipa de médicos no município sede do Namibe, liderado pelo doutor Coríntios, quase uma semana, e em todas localidades foram visitadas, e todos foram diagnosticados, levamos medicamentos e quase todos foram salvos consideravelmente, e graças á isto, hoje temos zero malária no nosso município, com o esforço do governo provincial do Namibe, e o vice-governador Abel Kapitango”.

 

Numa alusão ao sector da educação e ensino, Kalassola, comovido com a situação de dois professores voluntários, que durante muitos anos não recebiam sequer um estímulo, teve que repartir o seu salário durante dois meses, com os mesmo.

Azevedo Kalassola, Administrador do município do Camucuio

“Sou professor de profissão, estou emprestado apenas na política, em menos de três meses no município, foi possível conhecermos quase todas as localidades em que na qual a última foi a serra das neves, não é uma tarefa fácil para se chegar lá, há uma história. Quando lá chegamos, dois professores colaboradores que lecionam em oito turmas, de segunda á sexta-feira, e sempre escalam a serra das neves, aquela que é o segundo pico a nível do país, depois do morro do Moco, para se chegar lá só tem duas alternativas, que é, andando e por via aérea, se for a pé faz-se 9 horas de andamento, os dois professores me fizeram chorar, primeiro pelo número de turmas que lecionam, segundo por serem voluntários, e terceiro pelo facto de não serem remunerados pelo trabalho, o que me fez dividir o meu salário com os mesmos’’, disse.

 

No mosaico turistico, Azevedo Kalassola, explicou que o Ndolondolo vem de um som de uma pedra mágica, que emite um som através do batimento sucessivo de uma pedra sobre a mesma, existindo apenas na região do Camucuio.

Azevedo Kalassola, Administrador do município do Camucuio

’’Ndolondolo, vem de um som de uma pedra mágica, em que tu pegas uma outra pedra pequena, ela imite o som, e ela consoante o tempo vai se deteriorando, e ela só existe na nossa região do Camucuio, e em cooperação com uma comunidade pensa-se em vedar o recinto para podermos fazer um turísmo para assim rentabilizar e fazer dinheiro com o turismo’’, rematou.

 

Acompanhe a transmissão do debate, acessando o link: web.facebook.com/namibefalaverdade/videos/422892227161065

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