O estado deplorável porque passam as comunidades da Comuna do Mulondo, Município da Matala não justifica a existência de uma administração local do estado.
Por: Armando Chicoca
A cruzada dos deputados da bancada parlamentar da UNITA mexeu com a província da Huila, onde os representantes do povo no parlamento pela oposição tiveram contacto com as comunidades nos Municípios, comunas e aldeias, ouvir do povo e perceber como andam os projectos sociais.
O Deputado António Bandula Bandwa, do círculo provincial do Zaire trabalhou no Município da Matala. O Deputado diz ter constatado um abandono total da responsabilidade do governo para com a população. Muita criança fora do sistema de ensino, o povo reclama escolas, centros de saúde e outros serviços. A barragem da Matala construída no tempo colonial para abastecer energia eléctrica as províncias da Huila e do Namibe, apesar de vários orçamentos para a melhoria na produção e distribuição de energia elétrica, não conseguem abastecer a energia electrica ao Município da Matala.
As comunidades da Comuna do Mulondo, Município da Matala não sabem o que é energia eléctrica nas suas residências e vila.
A pobreza é visível no rosto do nosso povo, afinal o que é que se fez passados 22 anos de paz em Angola, questionou.
“Eu trago imagens chocantes da Matala, o governo Demitiu-se das suas funções. A estrada 110 que foi construída pelo colono para apoio a população, o governo não conseguiu se quer fazer a manutenção, a estrada desapareceu.
A fome no Município da Malala é um facto, o povo está faminto porque apesar de ter chuvido, a população camponesa reclama que a semente distribuída não germinou, disse o parlamentar que criticou o governo por não haver vontade política de reaproveitamento das águas e da cintura verde do rio Cunene.
“A fome é um facto no Município da Matala. Na Comuna do Mulondo há fome extrema, só mesmo Deus sabe. Nós insistimos que as autarquias poderiam melhor resolver este problema”, disse o deputado Bandua.
“O problema da Matala não é o governo central que deve vir resolver, tem que ser a Matala resolver os problemas locais. Os problemas da Matala, o governo central não tem a mínima ideia daquilo! Vinte e dois anos de paz, a Matala não tem escolas em condições, não tem hospitais em condições. Para onde queremos levar Angola”, questionou.
A entrevista com o jornalista Armando Chicoca foi feita nas bombas de combustível da Sonangol na Matala, onde as viaturas a gasóleo estavam a ser negadas o abastecimento alegadamente para se garantir stock de combustível para o Censo nos Municípios da Matala, Chicomba, Quipungo, Jamba, Cubango e outros Municípios da região. O Deputado António Bandula Bandwa disse tratar-se de desgovernação.
“Isto é o pacote da desgovernação que o país está. Não se compreende que bombas de combustíveis do estado tenha apenas combustível para o Censo e não haja para a livre circulação de pessoas e bens. O combustível que veio para estas bombas não é do censo porque o Censo tem as suas logísticas e orçamento, e não é prejudicar o cidadão, aliás é obrigação do governo colocar combustíveis nas bombas. Isso não é favor, mas sim obrigação”, reagiu o deputado as longas filas de combustíveis em que o gasóleo desde as madrugadas de sexta-feira,11, ao princípio da noite estava a ser vendido com toques nas bombas da Sonangol na Matala.
“É preciso dizer ao governo que não é favor colocar combustíveis nas bombas, é obrigação. Isto tem que ser dito a população, porque quem governa tem obrigações com o seu povo. O que estamos a assistir neste momento nas bombas de combustível da Sonangol na Matala é total desgovernação. Quem não tem compromisso com o povo diz que não tem gasóleo para os cidadãos e só tem para o Censo, isto é desgovernação total e não tem outro nome”, reagiu
Olhando para o Canal de irrigação da cintura verde do rio Cunene, projectado no tempo colonial com pouco dinheiro, o Deputado Bandwa faz uma comparação com o canal do Cafu na Província do Cunene que custou mais de 137 milhões de dólares americanos, inaugurado no âmbito da campanha eleitoral de 2022 que já teve desabamento na época chuvosa de 2023.
” Francamente não consigo entender aonde é que está este problema. O canal projectado no tempo colonial na Matala está aí aos olhos de um todos, mas o canal construído na província do Cunene recentemente, que engoliu muitos milhões de dólares já está em panke-panke. É urgente despertarmos aos cidadãos de que o MPLA acabou-se já não tem mais nada para dar aos angolanos. Temos que dizer ao povo que 2027 é o ano de Vitória do povo com o presidente Adalberto Costa Júnior a Presidente da República, concluiu, apelando à vigilância popular em 2027.