RÁDIO NFV FORA D` HORAS

12.07.2021

RÁDIO NFV NOTICIÁRIO DE SEGUNDA-FEIRA, 12-07-2021

1-Autoridades da província do Namibe melhoram mobilidade urbana com a entrega de dez novos Autocarros as empresas PAUFIL e BETACAP.

2-Mais de duas mil pessoas refugiaram-se para República da Namíbia fugindo a fome na província do Cunene.

3-Comentaristas do NFV Advertem à João Lourenço, que o problema da fome e seca na região sul do País, não se combate com medidas paliativas.

4-Agricultores da Cacula província da Huila, dizem que a seca fustigou as suas culturas e pedem o apoio as autoridades.

Nós somos à rádio “NFV” edição de segunda-feira, 12 de Julho de 2021, coordenação e produção de Armando Chicoca, edição e técnica de Fonseca Tchingui, apresentação de Domingos Marcelino.

Uma uma ao desenvolvimento das notícias.

As autoridades da província do Namibe melhoram a mobilidade urbana com a entrega de dez novos Autocarros as empresas de transportes de passageiros urbanos e suburbano PAUFIL e BETACAP que ganharam o concurso de concessão dos meios importados pelo governo angolano.

Archer Mangueira, Governador do Namibe

As autoridades da província do Namibe querem ver melhorada a situação dos transportes públicos urbano, com a entrega de dez novos autocarros as empresas PAUFIL limitada e BETACAP Limitada, que ganharam o concurso de concessão dos meios entregues na manhã desta segunda-feira 12 de Julho, pelo Governador provincial do Namibe Archer Mangueira. A empresa PAUFIL beneficiou de 8 ao passo que a BETACAP com os dois autocarros. A vice-governadora para o sector técnico e infraestruturas Ema Guimarães, em declarações a Imprensa disse que com estes novos meios vai facilitar criação de novas rotas na cidade do Namibe.

“Este projecto faz parte da continuidade dos planos de mobilidades do governo da província, com estes dez autocarros vamos fazer mais uma vez um reforço as rotas e criar novas, que vão facilitar o transporte urbano na cidade do Namibe”, disse.

A reação dos beneficiários não se fez esperar Paulo Domingos, responsável da empresa PAUFIL, disse ser um desafio, mas lamenta o mau estado das vias de acesso nas zonas urbanas.

“Mais oito autocarros para vir reforçar a frotas já existente, de realçar que é um fardo muito pesado gerir meios e colocar meios de transportes todos os dias os cidadãos não é fácil, a empresa PAUFIL existe há mais de 22 anos pela experiencia que temos será possível. Reforçar o casco urbano e vamos reforçar também as rotas intermunicipais e comunais Bentiaba, Lucira e o Município do Virei apesar da via que ainda está mal mas os cidadãos precisam dos nossos serviços”, disse.
João da Costa, da empresa BETACAP, “ são dois autocarros que vão reforçar os 12 já existentes que fazem rotas intermunicipais e interprovincial”, disse.

Para os cidadãos está é mais uma avalia para província e visa aliviar o sofrimento do povo.
“Jaime Chenguelele, é mais uma avalia para nossa província, estes novos meios vão reduzir o grande défice que se vive na cidade, em tempos de aulas tem havidos muitas dificuldades por parte dos estudantes para chegarem até as escolas, para chegarmos aos de trabalho as vezes usamos Mototáxi vulgo “cupapata” o que não tem sido fácil para os Munícipes”, reagiu.

Gerdina Ulipamwe Didalelwa, Governadora do Cunene

Mais de duas mil pessoas refugiaram-se para República da Namíbia fugindo da fome na província do Cunene e sobretudo crianças com idade entre cinco aos dez anos. Informação foi prestada pela Governadora da província do Cunene Gerdina Ulipamwe Didalewa, na última sexta-feira 9 de Julho, quando fazia apresentação do ponto de situação da província ao presidente da República João Lourenço, que trabalhou durante dois dias as terras do rei Mandume.

“temos 2 mil 619 pessoas refugiadas para a República da Namíbia e a maior parte dessas pessoas são crianças dos 5 aos 10 anos”, disse.

Para o presidente João Lourenço, garantiu a construção de novos projectos que visam mitigar os efeitos da seca que assola a região do sul de Angola.

“Nós viemos desta vez a Província do Cunene para dizer que os constrangimentos que existiam para o inicio das obras dos outros dois projetos, estou a me referir aos projeto de construção da barragem do Calueque e seu canal associado com uma extensão de 111 km entre as localidades da Mupa e do Ondjiva, o outro projeto é o da construção da barragem do Ndue e o seu canal associado numa extensão de 75 km, esses dois projetos as obras de execução vão arrancar no quarto trimestre deste ano, ou seja, a partir do mês de Outubro nós garantimos que efetivamente as maquinas vão estar no terreno para dar inicio efetivo da construção desses dois projetos, nesse mesmo período vamos dar também inicio a recuperação dos diks e assudos existentes na região do Curoca, de igual forma com a única diferença de datas de inícios de obras também cumpre-me informar que o projeto da margem direta do rio Cunene, reabilitação da represa da cova do leão e transferência de água a partir do rio Caculuvale para quatro sedes Municipais, nomeadamente, da Cahama, Otchindjau, Onkhocua e Tchitalo as obras terão inicio a qualquer momento”, frisou.

Archer Mangueira, Governador do Namibe disse na ocasião, que a província é das mais afectadas pela seca e o seu executivo trabalha no sentido de sensibilizar as comunidades para o aproveitamento das condições naturais existentes nas localidades.

“A Província do Namibe é uma das províncias mais afetadas, o que nós temos estados a trabalhar é no sentido de tornar as assoes efetivas, me refiro as criação de condições para que se reduza a transumância dos gados e das pessoas e isso passa para a reabilitação de Chimpacas e empresas, sensibilização também das populações para o aproveitamento das condições naturais que existem nas suas localidades bem como a criação de condições para a produção do essencial para o pasto”, disse.

Enquanto isso, no Namibe os membros da sociedade civil dizem que o problema da fome e seca, não deve ser resolvido com medidas paliativas. É preciso que governo angolano encontre politicas mais viáveis que possam mitigar os efeitos negativos da seca que assola a região sul do País. Esta preocupação foi defendida na manhã desta segunda-feira, 12 de Julho, pelos comentaristas do Namibe em sete dias espaço de análise aos factos que marcaram a semana finda. Fernando Cassinda, filósofo, disse que a situação da seca na região sul, é um problema já antigo.

Fernando Cassinda, Comentarista NFV

“sabemos muito bem que a seca tem ceifados muitas vidas estamos a falar da região sul de Angola que vem se debatendo desde 2018, 2019 até este ano com a questão da seca, nós sabemos muito bem que há pessoas na região sul a morrerem porque não há água, não há comida, essa visita do Presidente da Republica de Angola ao Cunene serve como uma espécie de almofada, no sentido de vermos as questões resolvidas, fala-se de três projectos estruturantes que têm a ver com a construção de barragens e a construção de alguns centros de conservações de aguas e fala-se também da construção de algumas chimpacas. O importante é nós esperarmos que estes projectos tenham realmente pernas para andar e depois fazermos uma avaliação se realmente podem mitigar aquilo que é a fome que vem assolando esta região sul”, realçou sublinhando que devemos fazer realmente é entendermos que a questão da seca, da fome na região sul não se resolve com algumas ideias paliativas, sabemos muito bem que durante todo esse tempo fala-se toda hora da questão das contribuições, estamos a falar sobre a questão das doações, pois sabemos muito bem que um saco de arroz, 2 ou 3 quilos de fuba não resolve o problema dessa gente que está messes e messes, anos e anos sem qualquer coisa para comer, ou qualquer coisa para beber. É preciso que esses projectos venham realmente contribuir naquilo que é a resolução do problema da fome, da seca na região sul de Angola, sabemos também que o Namibe está a viver também a mesma situação e por essa razão que alguns governadores da região sul, estamos a falar concretamente de Kuando Kubango, Namibe e Lubango que estamos a ver realmente quais são os projectos que devem ser agilizados no sentido de resolvermos a questão. Eu também apelo que nesses projectos deve-se também envolver pessoas académicas para ver se possam contribuir realmente na resolução dos problemas, nós sabemos que Namibe recebeu algumas motas para resolução desta questão, mas mesmo assim continuamos com essa grande dificuldade, então estamos a ver que precisamos mudar de estratégia no sentido de nós vermos a situação da seca minimamente resolvido”, disse.

Florindo Cinco Reis, Comentarista NFV

Florindo Cinco Reis, igualmente filósofo, disse que a falta de água nas comunidades constitui um dos grandes problemas que tem ceifado vidas humanas.“É uma situação cíclica e lembramo-nos muito bem que em 2019 o Presidente da Republica João Lourenço, esteve na província do Cunene para fazer uma avaliação sobre a situação da seca e deixou algumas recomendações, ou seja, fez-se alguns furos de aguas, mas que mesmo assim os furos não foram suficientes para resolver então a situação. Vimos bem nas imagens que os meios de comunicação social nos passaram, que a ideia é desviar o curso das aguas do rio Cunene para que possa chegar também a aquelas populações que sofrem com a seca, pelo projecto que nós vimos vamos acreditar que será uma grande valia para aquela população, porque depender somente das quedas fluviométricas e conforme o ambiente está poluído acreditamos que nem sempre teremos chuva nos meses próprios, e conforme disse bem o colega Fernando Kassinda, que a seca não afeta só a província do Cunene, afeta também as províncias do Cuando Cubango, Namibe e Huila e falando concretamente da província do Namibe, nós estamos a ver a situação do Município do Virei da Comuna do Yona, é uma situação muito triste, recentemente passou uma reportagem de um meio de comunicação social onde nós vemos as pessoas a morrerem de fome, ou seja, onde não há água falta tudo, morrem os animais e morrem as pessoas. Essa situação assim é bastante critica para o povo angolano num país com muita água, onde tem muita água nós ainda dependemos da chuva e só agora é que nós despertamos que afinal da contas o rio Cunene serve para alguma coisa, coisa esta que os namibianos já utilizam faz tempo, por isso esperamos que não sejam resoluções paliativas, ou seja, fizemos isso mais depois de dois anos estamos a fazer a mesma coisa, não, queremos fazer algo que dure mais tempo para que as populações saiam dessa situação e que possamos minimizar um pouco a pobreza porque quando não há água os animais morrem e a população não cultiva, e nós sabemos que quando não há cultivo não são somente as pessoas dessas zonas que sofrem, mas nós aqui da cidade também sofremos porque os produtos não aparecem e se aparecerem é mais caro.

Acreditamos que é uma situação que esperamos que seja resolvida o mais breve possível porque quando se fala de seca não é para fazermos um projecto de 5 ou 6 anos, quem tem sede hoje não pode esperar, o colega Fernando Kassinda falou de que o governo em 2019 ou 2020 fez a distribuição de algumas motas cisternas para fazer esta distribuição de água que não sei como é que foram feitas, mas algumas já não estão em condições e acredito que não estão em todas as zonas, mas nós aqui temos motas paradas que para voltarem a andar têm que reabilitar de novo, porque são novas e apanharam sol e há zonas que até aqui não tem água mas não se sabe o porquê que não distribuam nas populações, se é reserva ou se já não precisam, então precisamos rever essa situação porque a seca em Angola é uma situação muito triste e que as populações estão a morrer por falta de água”, reagiu.

Os Agricultores do Município da Cacula província da Huila, dizem que a seca devastou as suas culturas e pedem o apoio as autoridades. Adão Cossama, um dos agricultores disse que há vontade de cultivar a terra por parte dos agricultores daquela região. Por outro lado Adão Cassoma, manifestou-se preocupado com a fome e seca.

“Os agricultores do Município Cacula, têm vontade de cultivar a terra só que o grande problema prende-se com a situação da seca e fome que assola a região desde o ano de 2020/2021, o que tinham cultivado um pouco de Massambala e massango estão aproveitar de comer um pouco agora aqueles que tinham semeado milho neste momento não têm nada para comer”, disse.

António Gomes, outro empresário do sector da agricultura, disse que é preciso termos os terrenos devidamente preparados para que haja maior produção.  Assim terminamos o espaço noticioso desta segunda-feira, 12 de Julho de 2021, a verdade dói mas liberta, estamos juntos.

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