RÁDIO NFV FORA D` HORAS

15.07.2021

RÁDIO NFV NOTICIÁRIO DE QUINTA-FEIRA, 15-07-2021

1-UNITA no Namibe quer reaproveitamento racional do rio Cunene para mitigar a seca na região sul do País.

2-Fome continua fazer vítimas mortais no interior do Município do Virei no Namibe desta vez morreram sete pessoas por fome naquele Município.

3-Director geral dos serviços penitenciário Bernardo Pereira do Amaral Gurgel, trabalha no Namibe durante dois dias para constatar o sector, numa altura em que a tuberculose ganha espaço nas cadeias da província.

4-Operação Caranguejo já chegou no Namibe com apreensão de edifício comercial GL e Filhos e outros estabelecimentos comerciais.

Nós somos à rádio NFV edição de quinta-feira, 15 de Julho de 2021, coordenação e produção de Armando Chicoca, edição e técnica de Fonseca Tchingui. Apresentação de Domingos Marcelino.

Uma uma ao desenvolvimento das notícias.

O partido do Galo negro no Namibe quer que governo faça um aproveitamento racional das águas do rio Cunene a fim de acudir a situação da seca no interior das comunidades assoladas pela fome. Esta afirmação foi defendida pelo secretário provincial da UNITA no Namibe Vitorino Silepo, quando reagia ao anúncio do Presidente da República João Lourenço, que fez à província do Cunene nos últimos dias.

Vitorino Silepo, Secretário provincial da UNITA no Namibe

“a situação da seca não é uma novidade para o governo, até porque é desde cedo que o governo tomou conhecimento da mesma: “dizer que não é a primeira vez que nós nos pronunciamos sobre está situação da seca, e nós através mesmo desses microfones nos pronunciamos já em Dezembro do ano passado na sequencia de uma visita que nós fizemos aos Municípios, partido do Camucuio, Bibala e já trazíamos relatos e porque os sinais eram visíveis a olho nu de que a seca iria fazer exatamente os seus estragos e já naquela altura nós fizemos um pronunciamento alertando o governo na perspetiva de que começasse já a organizar logística, organizar armazéns de alimentação porque dentro de três ou quatro meses a fome começaria a fazer a sua própria lei. Em Março voltamos aos Municípios e constatamos que já havia sinais de mortes, já havia relatos e de novo fizemos um apelo ao governo para que então tomasse medidas pertinentes para poder acudir a situação de fome das populações e não só, do Namibe enquanto Província mas também da própria região sul, que envolve também a região sul da Huíla e o próprio Cunene”, Salientou sublinhando que quando hoje se fala da visita do Presidente da República na província do Cunene e porque já lá esteve em 2019 e havia prometido dar soluções do problema mas até agora o problema continua, nós somos de opinião da que a região sul não é uma região com característica diferentes da Namíbia, ou seja, a região sul tem características similares com a Namíbia, ainda assim temos o rio Cunene que faz fronteira entre Angola e a Namíbia, como não bastasse Angola é mais rica que a Namíbia, tem recursos minerais, hídricos, daí em diante Angola tem mais populações que a Namíbia, já que também o povo faz parte de uma riqueza de um país. Hoje por hoje, a seca destrói o tecido humano, destrói até a riqueza tradicional dos autóctones, muito mais ao lado de Angola e a Namíbia, lá a situação é diferente e é por causa disso que diante dessa situação os angolanos refugiam-se para a Namíbia em busca de melhores condições, o que não deveria ser, o país com mais recursos que é Angola devia ter melhores condições que a Namíbia tem, é o contrario, então onde está o problema? O problema está no sistema de governação que nós temos em Angola, o governo de Angola para além de ser incompetentes é incapaz de dar soluções deveria ser necessário para ultrapassar a crise de seca que é cíclica aqui na nossa região”, disse.

Já os membros da sociedade civil no Namibe também partilham da mesma opinião, Fernando Kassinda, Filósofo disse que o problema da seca na região é antigo e o governo deve traçar medidas mais exequíveis para mitigar os efeitos na vida das famílias.

“fala-se de três projectos estruturantes que têm a ver com a construção de barragens e a construção de alguns centros de conservações de aguas e fala-se também da construção de algumas Chimpacas. O importante é nós esperarmos que estes projectos tenham realmente pernas para andar e depois fazermos uma avaliação se realmente podem mitigar aquilo que é a fome que vem assolando esta região sul”, disse.

Florindo Cinco Reis, outro Filósofo disse que os projectos ora anunciados devem sair do papel para prática.
“queremos fazer algo que dure mais tempo para que as populações saiam dessa situação e que possamos minimizar um pouco a pobreza porque quando não há água os animais morrem e a população não cultiva, e nós sabemos que quando não há cultivo não são somente as pessoas dessas zonas que sofrem, mas nós aqui da cidade também sofremos porque os produtos não aparecem e se aparecerem é mais caro”, realçou.

Francisco Silepo Tchimbwa, activista cívico no Município do piscatório do Tômbwa, disse que não se revê nos pronunciamentos do PR e afirma ainda que o governo não tem sabido ultrapassar esta situação da seca na região sul do País, que assola milhares de Angolanos.

“Entendo eu que o governo tem que ser mais pratico, tem que ir para lá saber a realidade, o quê que está a passar de concreto, isso tudo simboliza uma incompetência real ao governo no poder durante os 19 anos esses problemas nunca se resolvem, para mim é necessário que o governo vai ao terreno, nesses Municípios, cria as condições para que esta população não morra de fome como nós vimos recentemente nesses Municípios que a gente tem na parte sul” rematou.

Pedro de Sousa, outro activista disse que enquanto a militância falar mais alto que a cidadania os problemas dos angolanos não terão resolução imediata.

“Enquanto não tivermos um País para todos onde a militância não fala mais que a cidadania não teremos soluções em Angola. Os líderes políticos têm que sentar e ouvir mais a sociedade, nós temos que ter um pacto nacional para dar solução aos problemas do povo” disse o activista”, reagiu.

Comunidades Mucubais vindos do Município do Virei

Enquanto isso, no Município do Virei província do Namibe a fome continua fazer vítimas mortais, desta vez morreram sete pessoas por fome nos últimos dias na localidade de Tchiheke Mucaty, conforme explicações das comunidades Mucubais durante o Mwangolê desta quarta 14 de Julho. Por outro lado, as comunidades confirmam que mais de trezentas pessoas foram para República da Namíbia fugindo da fome.

O Director geral dos serviços penitenciário Bernardo Pereira do Amaral Gourgel, inicia uma jornada de trabalho de dois à província do Namibe, de acordo com o programa que à NFV teve acesso, o director geral vai inteirar-se da realidade actual dos serviços prisionais na província, bem como vai manter encontro com os membros do governo provincial do Namibe.

A visita do director geral acontece numa altura em que as cadeias do Namibe encontram-se super lotadas como é caso da cadeia de Moçâmedes que tem uma capacidade de 350 reclusos e conta atualmente com 490 presos e a tuberculose ganha espaço no seio da população penal. O delegado do Ministério Interior e comandante provincial da polícia Nacional no Namibe comissário Alberto Sebastião Mendes “Limão” descreveu os problemas que o sector enfrenta.

Para o director geral dos serviços penit

Bernardo Pereira do Amaral Gurgel, director geral dos serviços penitenciário

enciário Bernardo Pereira do Amaral Gurgel, disse que veio ao Namibe para constatar a realidade do sector.

Por outro lado o responsável disse ainda que vai pedir as autoridades locais que nos projectos de intervenção dos Municípios incluam programas que visam descongestionar as cadeias do Namibe.
A Operação Caranguejo já chegou no Namibe com apreensão de edifício comercial GL e Filho e outros estabelecimentos comerciais apreendidos pelos serviços de recuperação de ativos da PGR.

A comissão que trabalha na “operação Caranguejo”, integrada pelos representantes da procuradoria-geral da República, serviço de investigação criminal, serviço de inteligência e segurança de Estado e Forças Armadas Angolanas, esta acão resultou na apreensão na passada segunda-feira, 12 de Julho o edifício comercial GL e filhos composto por oito compartimentos dois WC e um quiosques construído no espaço por um dos arrendatário, o arrendamento variavam entre trinta à cinquenta mil kwanzas mensal pagos de três em três meses. Destes compartimentos 5 estão em arrendamento por empresas privadas de prestação de serviço. Os arrendatários a partir do momento da apreensão e selagem deixaram de ter vínculo com antiga gerência e passaram a prestar contas ao cofre da justiça. Segundo fez saber à imprensa o Porta-voz dos serviços de investigação criminal no Namibe José Leolina. O NFV vai continuar acompanhar o desenrolar desta história no Namibe.

Assim terminamos o espaço noticioso desta quinta-feira 15 de Julho de 2021, a verdade dói mas liberta, estamos juntos.

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