RADIOGRAFIA DA SITUAÇÃO SOCIAL NA REGIÃO SUL DE ANGOLA EM DEBATE NO MWANGOLÊ FALA VERDADE ÀS QUARTAS -FEIRAS 8 DE SETEMBRO DE 2021
Por: Luísa Gomes
William Tonet, jornalista e diretor do jornal folha 8 disse que: “A situação não é boa e até aqui, nós continuamos, em peregrinação e é lamentável que de facto, nós possamos encontrar, em pleno século XXI, (21) em Agosto e Setembro de 2021, cidadãos a viverem, em situações deploráveis como se estivessem, não em acampamentos, mas em campos de concentração, aquilo que é dado a estes nossos compatriotas não acredito que um cão, porque conheço os cães dos Governantes, dos Ministros, portanto dos Dirigente deste país, conseguissem comer. E nada justifica, nem a seca e nem a Covid-19, justifica que as pessoas estejam a viver naquelas condições. Os campos onde as pessoas estão a viver é uma situação de violação flagrante dos direitos humanos. Num país normal alguém tinha que se sentar no banco dos réus e tinha que ser julgado por crimes contra humanidade, porque há genocídios, há gente que morre todos os dias e é enterrada sem uma caixa, sem uma coberta, porque nada existe, e para vocês terem uma dimensão, é nestes campos da Cahama, Curoca e mesmo alguns estão confinados em Xangongo, as pessoas recebem pirão num balde de 25 litros utilizados para a massa consistente, para os carros, e não esta cheia com pirão para o universo de cem, cento e vinte, oitenta pessoas.
Depois no outro balde, de vinte e cinco também, não chega a altura de uma mão com feijão, e agora as pessoas que estão a distribuir no seu sentimento de humanismo, o que e que fazem para chegar porque aquele pirão não chega, metem água, deixa de ser pirão e transforma-se em matete, para que cada prato possa receber um bocado e depois passa a parte do conduto que é o feijão, então a pessoas que recebem quinze bagos e outras dez ,outras cinco, outras dois, outras só um bocado do liquido e as restantes só recebem o cheiro de feijão”, lamentou William Tonet.
Por outro lado William Tonet disse que : Em nenhum campo existe uma máscara, se quer de folha de bananeira, também desde que começou a covid-19 o governo não deu a nenhum cidadão nem uma máscara, de bananeira, pelo que e sempre suspeito onde é que vai canalizar os milhões para a Covid-19, e nos campos de concentração o pior ainda, não existe uma tenda, , nem panos, nem essas capas de lonas, para que as pessoas possam fazer uma cubata, algumas tendas, panos, as pessoas apanham retalhos de redes de mosquiteiros e é isso que fazem, mas isso não impede, inclusive a entrada do sol e de outros objetos, é para verem o estado psicológico até das próprias pessoas. Portanto a situação não é boa, a seca de facto atingiu, paradoxalmente mais a região da Huíla do que a região do Cunene e Cuando Cubango e, portanto, mesmo a do Namibe e tanto é que nós temos pessoas, hoje mesmo emigrando para a Namíbia, emigrando para o Cunene, vindas da Huíla, emigrando para o Namibe. Essas pessoas, umas aqui no Namibe, já são quase tratadas como escravos, porque veja como e que pessoas que fugiram a fome na Huíla postas no Namibe, escalar uma caixa de peixe, recebem pouco mais de duzentos e cinquenta kwanzas e outras só duzentos, que nem chega para comprar um kilo de fuba”, reagiu.
Para o Advogado Francisco Candjamba, disse que :” Não é aceite alguém sofrer no seu próprio país, estamos claramente diante de uma violação dos direitos humanos, os campos de concentração exigem mínimas condições, e essas condições são aquelas que no mínimo salvaguardam a vida da pessoa humana. E quando essas condições não se observam, então podíamos dizer que seria melhor que permanecessem na terra dos outros, do que vir na terra do seu próprio governo e ser maltratado pelo seu próprio governo oque e vergonhoso, devíamos ouvir isso, que esta sendo feito pelo estado não angolano, do que ouvir que esta a ser feito pelo estado angolano, esta miséria que se observa só tem um culpado, que é quem esta a dirigir o país. Ė de lamentar, porque quando os magistrados são atingidos por ideologias não se fala de justiça e o pais perde sim e não se fala de justiça, e a injustiça entra pela porta e a justiça passa pela janela, e esta claramente que os magistrados, não têm como se livrar deste peso partidário ,porque uma vez que quem nomeia o juiz e o presidente do tribunal constitucional e pez embora falando, tecnicamente falando o tribunal constitucional não seja superior a outros tribunais, mas o facto de ser o tribunal que tem a competência de anular as decisões de outros tribunais, tecnicamente estamos a falar de um tribunal materialmente com competência a cima da média”, disse.