MWANGOLÈ FALA VERDADE ÀS QUARTAS-FEIRAS 25 DE SETEMBRO DE 2021 EM DEBATE “A RESPONSABILIDADE CIVIL E PENAL DOS MÉDICOS NO EXERCÍCIO DA SUA ACTIVIDADE”

26.09.2021

MWANGOLÈ FALA VERDADE ÀS QUARTAS-FEIRAS 25 DE SETEMBRO DE 2021 EM DEBATE “A RESPONSABILIDADE CIVIL E PENAL DOS MÉDICOS NO EXERCÍCIO DA SUA ACTIVIDADE”.

Por: Paulo Fernando

Eduardo Kassanga: “Dizer que qualquer profissão está subscrita a um código deontológico e profissional, dos médicos não foge da regra. O lema dos médicos creio eu que não foge muito com o lema dos serviços dos bombeiros que é quase um lema universal, dar vida para salvar vida, o médico quando faz a profissão a nível da academia para exercer essa profissão no final faz um juramento que é conhecido por juramento de hipocrazes, dizer que medico no exercício da sua profissão salvar vidas deve ser a sua grande tarefa, o atendimento deve ser humanizado, não deve ser discriminatório, não deve olhar para as condições em que o paciente se encontra, ele deve ter uma formação moral, ética e deontológica, deve estar preparado para tal. A primeira responsabilidade civil de um medico está em socorrer, em salvar vidas, está em dar os primeiros cuidados ao paciente ou ao doente em causa”, disse.

Eduardo Kassanga, “ É de lamentar, mas faltou ouvir a parte contraditória que é o medico em causa para termos um pensamento e uma ideia mais equilibrada, e que lições como essa devem nos servir para um futuro melhor. Agora, entendemos nós que somos africanos, a nossa medicina tradicional é preciso reconhecer que é uma herança, é o que herdamos, no nosso caso em particular Angola, a medicina convencional e a medicina natural andam com divorciados, obviamente há questões que podem ultrapassar a medicina convencional que a medicina natural poderá responder, e vice versa, se elas estivessem em sincronia haveria complementaridade, íamos ver que há coisas que nos hospitais iam atender normalmente, por exemplo a questão da tala, a medicina convencional não tem sabido corresponder nem tem dado uma resposta sobre essa questão, mas a medicina natural por outras técnicas já está um pouco mais avançada nessa perspetiva. Provavelmente o medico dentro da sua perspetiva profissional entendeu que essa situação deveria ser resolvida com a medicina tradicional, se for esse o caso o medico fez bem, agora, se foi o caso da medicina convencional deveria corresponder dando uma resposta, aí vamos dizer que o medico teve negligencia medica”, disse.

Cidadão morto por atropelamento, mas  a sua morte foi associada à covid-19 pela equipe médica no Namibe.

“É preciso entender que a questão da Covid-19 é muito nova para a humanidade e as famílias hoje em dia têm ainda um medo psicossocial da Covid-19 porque é uma cadeia de problemas, porque anunciar que alguém morreu de Covid-19 não é a mesma coisa que dizer que morreu por paludismo. É uma situação que temos de lamentar, e me parece que também alguns dos nossos especialistas de saúde são péssimos na comunicação e temos que entender que hoje a comunicação é um caracter muito importante, a forma como se comunica dita muito a forma como a mensagem vai ser recebida, é uma situação que criou pânico as famílias, vizinhos e amigos e que depois deram conta que afinal o cidadão foi atropelado, cria outro cenário, num país como o nosso onde não temos vias, pavimentos, passeios, as pessoas estão normalmente a cruzar com motos e carros, onde o cidadão é sujeito a ser atropelado a qualquer momento, é com muita pena, agora dizer que pedir desculpa em si serve para acalmar a família, mas não inibe nem acalma o medo que se criou no interior da família, isso é muito maior”, Lamentou Eduardo Kassanga.

Como é que olhas para uma província como a nossa que não tem médicos forense e legistas.

 Eduardo Kassanga: “Creio eu que o maior problema está na falta de quadros, não temos se calhar especialistas nessa área, se calhar o maior número estão concentrados noutras províncias do país, agora, que os estudantes bolseiros que o país tem mandado para formação fora, o Estado não deve apenas mandar tipo estão a ir ao cemitério, deve mandar por predestinação. É complicado uma província tao grande, com 5 Municípios e com o número de habitantes significativos não ter médicos legistas, nem universidade publicas, também precisamos entender que a questão não é só da província, é uma questão que se calhar chega a questão da superestrutura, porque se calhar também Luanda não abrange essas áreas. Aqui em Moçâmedes a nossa realidade não é assim tao negativa, é mesmo aquela mínima, mas o maior problema que temos vivido ultimamente é sobre o atendimento desumanizado, creio eu que isso tem sido a nossa maior dificuldade, o atendimento desumanizado, eu até já cheguei de trocar palavras com enfermeiras, com muita pena as vezes nós tentamos revindicar os nossos direitos, revindicar na perspetiva que situação como essas se melhore, também outro problema é que temos poucas ambulâncias e os nossos postes de saúde parece que só tem mesmo paracetamol, quanto a assistência medica e medicamentosa estamos muito a quem. Eu deixo aqui também um apelo para o ministério da saúde e para a direcção provincial, para a questão do acasalamento entre a medicina convencional e a natural, é urgente para nós enquanto africanos, e não se combate nada com decretos, devemos tomar medidas, o nosso maior problema é que somos um país com mais decretos, mas de pratica não temos nada”, concluiu.

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