A projecção da construção de infra-estrutura sobre as ossadas dos primeiros habitantes da cidade do Namibe está a ser criticada por cidadãos locais depois de averiguarem a forma como tem sido usado aquele espaço para actividades desportivas.
Texto de Da Conceição Maria
Falando para o NFV, vários cidadãos reclamam do espaço baldio entre o bairro da Facada e a clínica Elfar, que consideram o espaço um campo santo, este que na era colonial, aquando da construção da cidade de Moçâmedes, foi o cemitério onde foram enterrados os colonialistas portugueses e os primeiros habitantes da cidade do Namibe. Exigem que se dê mais importância e consideração aos restos mortais dos primeiros habitantes do Namibe.
Afonso Ngangula, de origem étnica mucubal, contou que “neste local foram enterrados os meus ancestrais”. Caçador Mucongo, outro habitante, disse: “Os meus bisavós e avós estão esterrados neste local, por isso exijo mais respeito”.
Já Dom Dionísio Hisilenapo, bispo católico da diocese do Namibe, disse que o espaço onde tem sido praticado futebol deve ser respeitado porque é onde repousam os que deram origem à cidade de Moçamedes.