UM PERCURSO IRREMEÁVEL UM DESTINO FORÇADO
Por :Ismael Pena
A falta de transportes públicos rodoviários que deveriam ligar Namibe ao Cuando Cubango, associada a irregularidade dos horários dos comboios, deixou por terra, esta segunda-feira, 28, de Março, uma equipa de jornalistas do projeto Namibe Fala Verdade, que pretendia deslocar-se as terras do progresso, para fazer o rastreio sobre a situação sócio económica e política do Cuando Cubango e dar uma formação aos jovens locais, que optaram abraçar a carreira de jornalismo comunitário, aliás informar e serem informado está plasmado na constituição angolana. Portanto, não seria errôneo dizer que os jornalistas iam numa missão em obediência à Lei constitucional. Estamos recordados que em véspera da visita do Presidente da República aquela província, o governador local, José Martins caracterizou o tecido social da população como sendo preocupante. Uma realidade que os jornalistas do NFV gostariam reportar no interesse do público.
O Caminho-de-ferro é de Moçâmedes, mas só a linha férrea parte de Moçâmedes até ao Cuando Cubango e não as locomotivas. Porquê, eis o que questionam os que tanto almejam utilizar o tão confortável e mais acessível ao bolso do pacato cidadão que gostaria de ver a vida facilitada no escoamento dos seus produtos do campo para os mercados do Namibe.
Até ao Município da Matala província da Huíla, destino forçado e imprevisível da comitiva devido a saída antecipada do comboio, foi um percurso marcado por várias constatações algumas agradáveis mas que colocam em risco a vida dos passageiros dos comboios rodoviários e não só, outras deixam ainda muito a desejar.
Em cada dez quilômetros percorridos os jornalistas deparavam-se com o gado atravessar estrada ante o olhar impávido e sereno dos seus pastores até porque é pastado mesmo à beira da estrada.
Foi um percurso irremeável.