Partidos políticos arregaçam as mangas para as eleições de 2022, em debate no Mwangolê Fala Verdade, edição de quarta-feira, 7 de Abril de 2022.
Por : Paulo Fernando
Justino de Carvalho, secretario para os assuntos políticos da UNITA no Namibe, em sua nota introdutória fala do seu partido “depois da UNITA ter realizado os dois congressos e que por forças maiores o congresso ficou anulado, realizamos um outro e elegemos o engenheiro Adalberto Costa Júnior e na sua noção de estratégia trouxe alguns requisitos que o doutor Savimbi já defendia, constou do seu plano dessa vez a criação de uma Frente Unida e saindo do congresso viemos para as bases organizar o partido para esta empreitada que é a Gente Unida, a semana passada direções da UNITA, do Bloco Democrático e do projeto PRAJA estiveram em uma formação em Luanda para que os novos desafios sejam encarados como desafios para a vitoria, a UNITA já lançou as suas bases a partir desse seminário e estamos envolvidos”, disse.
Oseias Caxinde, professor e ativista social, diz que a sociedade civil está preparada para as eleições que se avizinham “a par dos partidos políticos a sociedade civil tem estado a preparar-se, tanto na perspetiva da fiscalização do próprio registo eleitoral, também na perspetiva de medir o barómetro do publico eleitor com as possíveis sondagens do que vai acontecer nas eleições de 2022 assim como também o trabalho de campo que nós temos feito de um tempo a essa parte”.
NFV: como é que vocês têm transmitido a mensagem da paz e da solidariedade as populações?
Justino de Carvalho, secretario para os assuntos políticos da UNITA no Namibe “a UNITA está implantada a nível da todo o país desde a sua fundação e apesar dos conflitos que nós vivemos nos anos passados nunca a UNITA abandonou o povo, chegamos numa fase crucial e a UNITA tem trabalhado não só com os seus membros para organizar as consciências das pessoas que as eleições é uma festa, trabalhar nas consciências não só dos nossos militantes mas também outra massa de camponeses e outros para que o próprio termo violência não existisse nas nossas abordagens porque apesar de algumas indiferenças que existem entre nós somos filhos da mesma pátria”, realçou, “para a UNITA a sociedade civil é um parceiro muito forte e principal porque nessa frente ampla em que foram convidados algumas forças politicas a UNITA também convidou a sociedade civil para fazer parte dessa frente”, concluiu.
NFV: como é que vocês têm chegado naquelas zonas onde o próprio governo não consegue lá chegar?
Oseias Caxinde, professor e ativista social, respondeu a questão “na verdade a nossa província é composta por 5 municípios e alguns de difícil acesso, se nós olharmos para o Município do Virei que é um daqueles onde tem zonas muito longínquas e a questão do acesso do ponto de vista do asfalto é muito precária, mas ainda assim temos feito esforço para conhecer aquelas zonas”, disse.
Jerónimo, ao telefone a partir da província do Cunene fala da situação social da sua localidade após a visita do Presidente da Republica, João Lourenço “a própria cidade de Ondjiva está com problemas sérios de saneamento que passaram de mal para pior, seja lá qual for o partido que ganhar as eleições é preciso que se invista na melhor pedagogia de trabalho porque nós estamos cansados de ver promessas politicas quando se aproxima as eleições, temos um problema grande que é a questão da descentralização do poder, é preciso que se implemente as autarquias”, comentou.
NFV: João Lourenço sai de Luanda para Cunene com os meios de Estado e dois dias depois colocou a camisola partidária, usando os meios do Estado para as suas atividades. Como é que se pode qualificar isso?
Miguel Epalanga, professor de filosofia, comentou a situação “o Presidente da Republica foi fazer um trabalho na província do Cunene nas vestes de Presidente de todos os angolanos e seria bom que todos os habitantes do Cunene participassem naquele momento encarando a sua excelência como Presidente de todos e não apenas como Presidente do seus partido e assim acaba por ferir sensibilidades fundamentalmente por membros da sociedade que acabaram por encarar aquele momento como um daqueles que não deveria acontecer, nós queremos apelar a consciência das entidades que façam os seus trabalhos não para poder favorecer a cor partidária, mas para mitigar os problemas dos angolanos, para poder atender o problema de todos porque Angola pertence a todos os angolanos”, disse.
Pedro de Sousa, membro do movimento revolucionário no Namibe, fala das eleições que se avizinham “nós os ativistas do Namibe no mês de Setembro abrimos com a campanha de sensibilização ao povo no que tange ao voto consciente, nós queremos passar a mensagem ao povo sobre o valor real do voto e porquê ele deve votar, e nós estamos a levar essa campanha nos vários pontos do Namibe”, continuou, “nós estamos a caminhar para um processo eleitoral que a principio já está viciado”, concluiu.
Daniel Tchimbwa, professor de filosofia, tomando a palavra comentou sobre o tema em analise “os partidos políticos nesse preciso momento têm uma grande tarefa, mas eu apelaria que a grande tarefa que os partidos políticos nesse preciso momento estariam a desempenhar não é simplesmente lutar para estar no poder, não é isso, porque assim estariam a lutar contra a maré, nesse preciso momento a tarefa primordial seria lutarem para a consciencialização dos cidadãos…
Não é falta de pessimismo, mas o MPLA é uma maquina que faz tudo e todos para poder se perpetuar no poder e também faz tudo para não fazer nada para servir esse povo e assim os angolanos continuarem a mergulhar na miséria”, lamentou.
Outrossim, Quirino Boano, comentou igualmente o tema em analise “se olharmos para aquilo que é a nossa realidade vemos que há partidos que já não precisam mais de preparação porque há uma híper desigualdade naquilo que é o tratamento de uma força politica, naquilo que é a participação da sociedade civil e dos demais partidos da oposição, há um partido que tem direito a tudo, media, serviços de segurança, a própria justiça até a CNE, enquanto os demais partidos partem em circunstancias de menor privilegio quanto a essa situação e se olhamos para a realidade vemos a questão do PR que depois de estar no Cunene apresenta-se como Presidente do seu partido, esse já não precisa mais de muita coisa enquanto que os demais partidos têm muito trabalho por fazer”, disse.
Francisco Kandjamba, secretario provincial da CASA-CE, convidado a abordar o tema em debate, disse “na verdade estamos num período de pré-campanha e os partidos políticos estão a mobilizar-se um ao outro e cada um no seu canto, assistimos recentemente o MPLA no Cunene a lançar as suas falacias e mais uma vez enganar o cidadão e conquistar aquele voto manipulado e nós também como CASA-CE estamos nesta empreitada a nos dobrarmos para todos os municípios em conquista do voto, o essencial nesse momento é o que o cidadão saiba que alternância em Angola não poderá depender exclusivamente da luta de um qualquer partido politico, mas sim com o envolvimento de toda a sociedade, quem faz a mudança num país é toda a sociedade”, frisou.
Edson Kamalanga, em sua abordagem fala do levantamento das casas da centralidade “estamos a ouvir por alto que está a se fazer entrega as escondidas das casas das duas centralidades do Namibe, ouve-se que as restantes casas que restaram irão servir de campanha eleitoralista a favor do MPLA e isso é grave, vamos ficar atento nós membros da sociedade civil porque todo mundo tem direito de ter uma casa”, disse.