Polícia Nacional em Cabinda acusada de inviabilizar conferência Provincial sobre paz

24.05.2022
As supostas ordens superiores desta vez falaram mais alto no território de Cabinda, onde a Omunga pretendia realizar sábado 21 de Maio do ano em curso, no hotel Mayombe, uma conferência sobre os caminhos da paz em Cabinda, mas a mesma foi inviabilizada pelos órgãos de defesa e segurança na província.
Por: Fonseca Tchingui (NFV)
João Malavindele, diretor executivo da “OMUNGA”, organização que tem a sua sede na Província de Benguela, que lamentou o facto, disse que mais uma vez a figura ordem superior falou mais alto o que não é concebível em pleno século XXI.
“Depois de tanta luta que nós fizemos sobre a questão dos direitos Humanos, pensávamos que essas coisas mesquinhas já tinham sido ultrapassado”, disse tendo sublinhado que Infelizmente está é segunda vez que esta atividade é cancelada de forma consecutiva, nós a Omunga em parceria com os parceiros locais decidimos refletir os caminhos da Paz inclusive convidamos as autoridades governamentais locais mas eles entendem que a mesma deve ter uma autorização do governo da Província que com muita pena no estado de direito e democrático”, reagiu.
No entender daquele membro da sociedade civil a inviabilização desta atividade demonstra a clara evidência de um Estado autoritário.
“Assim desta forma de democracia não temos nada, porque eu não preciso de uma autorização para realizar uma conferência no espaço privado que até acarretou custos para o fazer pagamos a unidade hoteleira e o governo por sua vez se deu no direito de impedir uma conferência que não põe em perigo a Província”, lamentou.
João Mavindele, foi mais longe pelo que vejo não é possível falar de paz em Cabinda.
“A pressão que sofremos das autoridades, toda hora telefonemas daqui e da cú-la desde que chegamos, então devemos pensar muito bem sobre a situação de Cabinda que é muito preocupante”, concluiu.
Na visão do reverendo Tony Nzinga, esta atitude não constrói um Estado de direito democrático.
“Estou muito triste, porque não esperava que estando no meu País, acontecesse situações como essa”, lamentou o reverendo sublinhando que :” Eu não a pensar que estando em Cabinda estou noutro País, nas províncias tem havido encontros e debates, que não vi aqui em Cabinda, não nos deixaram sentar na sala, isso para mim é um choque muito grande”, reagiu.
Por outro lado o reverendo Tony Nzinga, disse que a decisão não foi comunicada com antecedência.
“O que me choca muito é que este evento estava para ser realizado no mês passado também tinha sido cancelado, as pessoas que teriam realizado este atividade organizaram e fizeram o melhor para que o mesmo evento fosse feito nas condições que estava ser exigido para poder realizar agora chega-se no momento impede-se novamente e os que impedem nunca mostram a cara”, lamentou.
O NFV, tudo fez para ouvir as autoridades governamentais de Cabinda, mas sem sucesso.
Já na Província do Moxico, a situação não difere, a manifestação que visava, protestar contra a situação social dos órfãos e viúvas dos polícias falecidos foi reprimida igualmente pela polícia Nacional, segundo explica Daniel Chiwape, ativista cívico e membros da sociedade civil naquela Província detido e torturado.
“Nós estávamos a marchar para exigir os direitos da pensão por morte e sobrevivência, ora depois de eu ser detido torturado à força levado ao SIC onde fui interrogado pelo diretor daquele órgão de que eu violei a lei, como é que eles deixam-me em paz 4 horas depois”, questionou. “Nós podemos deixar que vocês marchem, porque na rua vai passar a primeira Dama da República Ana Dias Lourenço”, lamentou o ativista.
“A pensão de sobrevivência por morte é decretada pelo decreto  lei 63/14 de 13 de  Março e da lei 7/4 15 de Outubro, esses foram os direitos que fizemos no exercício da manifestação”, sustentou.

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