AFINAL O SLOGAN ” ORDENS SUPERIORES “AINDA VIGORA NESTE PAÍS.
Filhos de antigos trabalhadores do CFM obrigados abandonarem suas residências onde residem há mais de 40 anos na cidade do Namibe.
Por : Esmael Pena (NFV)
Oito filhos dos antigos funcionários do Caminho-de-ferro de Moçâmedes num total de mais de setenta famílias, foram convidados abandonarem as residências pertencentes aquela empresa, onde moram há mais de quarenta anos, sem no entanto qualquer garantias de outras moradias, correndo o risco de viverem na rua.As audiências solicitadas ao Governador da província não foram tidas em conta e o prazo de trinta dias dado pela Direção do CFM para deixarem as casas está prestes a terminar e, as famílias com dezenas de crianças estão forçadas a viverem ao relento em plena época do cacimbo, como se fossem deslocados num país onde se diz existirem defensores dos direitos humanos.
A posição inumana tomada pelo Senhor Delegado do CFM no Namibe, Francisco Mário sob o habitual slogan” ordens superiores” ditadas por sempre invisíveis, demonstra claramente o quão são desrespeitados ou violados sistematicamente os direitos fundamentais e a dignidade da pessoa humana neste país.
“Fomos surpreendidos pelo senhor Delegado Francisco Mário, que teríamos que abandonar as casas. Nós perguntamos onde iriamos morar e, ele disse que não se responsabilizaria porque cumpria ordens superiores do governo. Por isso, nós fomos marcar audiência com o Senhor governador para sabermos se era realmente ordem do governo mas não fomos respondidos”, disse Angelina Margarida Manuel uma das lesadas, cujo pai passou a reforma em 2015e, já falecido.
“O Senhor Delegado Francisco Mário, disse que vocês já viveram muito tempo nas casas do Caminho-de-ferro e em nome da bandeira da República têm de abandonar a casa. Que nos ajudem, somos doze famílias” lamentou Ildo Ramos Baba, igualmente antigo filho do funcionário do CFM também falecido.
Démarches feitas pelo NFV no sentido de ouvir o contraditório do Senhor Delegado do Caminho-de-Ferro de Moçâmedes Mário Francisco, saíram goradas porque ora, está ocupado, ora porque ausentou-se.