NAMIBE: “ESTE PAÍS AINDA VAI TER MUITOS PRESOS POLÍTICOS NO FUTURO” DIZ SEDRICK DE CARVALHO

09.11.2022

Sedrick de Carvalho, jornalista e jurista é um dos destemidos jovens do Movimento Revolucionário rotulado de 15+2, que esteve preso durante o ano de 2021 em companhia de outros revolucionários acusados de insurgentes contra a governação do regime de ex-Presidente José Eduardo dos Santos falecido dia 8 de Julho deste ano mas, substituído ainda em vida, em 2017, por João Lourenço.

Por: Fonseca Tchingui

Na cerimónia de apresentação e sessão de autógrafo do seu novo livro intitulado ”Prisão Política”, aos amantes da literatura, alguns jovens presentes aproveitaram a ocasião para perguntar ao autor da obra vendida nesta segunda-feira dia 8 de Novembro na cidade de Moçâmedes província do Namibe, que motivações estiveram na base da sua revolta e se tiveram alguma protecção de alguém da alta hierarquia, por outro, se não tiveram receio, Sedrick de Carvalho respondeu sem rodeios que há princípios intrínsecos a pessoa que por mais que seja detido ou humilhados dificilmente se pode abdicar. ”Há princípios que são intrínsecos a pessoa, quando nós temos uma certa perspectiva, por mais até que sejamos detidos, sejamos humilhados se não quisermos abdicar dos objectivos, dos nossos princípios, muito dificilmente conseguirá abdicar. Agora a consequência, uma prisão e como houve, até a prisão, podemos dizer que é uma sorte de ter sido preso porque outras pessoas foram mesmo mortas, como recentemente, a morte do Inocêncio de Matos, em 2021”, encorajou.

Questionado ainda se a necessidade de mudança no país teria sido uma das maiores motivações, o também jurista e jornalista deixou transparecer que foi uma das razões associadas a um estilo de governação maculado por um regime ditatorial. Não tenho como explicar o quê que motivou. Podemos dizer que o que motivou é a mudança do país, todos nós queremos, até aquelas pessoas que não falam também querem mudança do país. Muitas vezes até ouvimos o próprio polícia, aliás, na prisão mesmo os nossos carcereiros muitas vezes reivindicavam por melhorias. Não quer dizer que eles vão agora abandonar o posto de trabalho. Agora se surgir uma consequência que é a prisão não é bem que ele procurou, podemos dizer que vocês é procuraram, vocês falaram de mais, essas coisas são difíceis de mensurar, o quê que te motivou isso para não ficar aquela s motivações muito prosaica e quero e quero melhorias para o país, todos querem, todos queremos.

= Não podemos menosprezar a liberdade, a liberdade vale muito, se tiver oportunidade de escapar de uma detenção ainda mais sendo injusta, tem mesmo que escapar.

= Este país ainda vai ter muitos presos políticos no futuro.

= Toda a prisão tem danos irreversíveis nas nossas vidas.

=Mas não é uma grande mudança porque João Lourenço sucessor não representa quase nada em ternos de estilo de governação. O MPLA continua a governar, o MPLA continua a ditar. E as vezes têm a tendência de confundir a instituição com a governação, com o grupo.

 Lembrar que muito recentemente foi liberto da cadeia do Peu-Peu, depois de 21 meses.

Tchilalo João Muhala, activista do Cunene

Temos tribunais em Angola  que não perseguem direito mas sim fins  de carácter isolado e ferem a sociedade, diz activista do Cunene Tchilalo João Muhalo, solto na passada quarta-feira, 2 de Novembro depois  de ter passado 21 meses na cadeia de Peu-Peu. Questionado se vai abandonar o activismo depois da sua detenção aos 18 de Janeiro de 2021 e posteriormente  condenado a 3 anos de prisão, pelo Juiz Prudencio Altino Nafimanekue, no processo Querela nº 15/21-J, Tchilalo João Muhalo disse:

Quanto às condições sociais da Unidade Prisional do Peu-Peu em que permaneceu um ano e nove meses, anteriormente conhecida em Angola como cadeia de segurança máxima Tchilalo disse que agora há humanização, Celestino Jossé, Director dos serviços prisionais do Peu-Peu é uma pessoa vertical.

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