FAMILIARES DAS VÍTIMAS DA CHACINA DE 5 DE JANEIRO DE 1993 EM VALAS COMUNS NO NAMIBE QUEREM FUNERAL CONDIGNO.

06.01.2023
FAMILIARES DAS VÍTIMAS DA CHACINA DE 5 DE JANEIRO DE 1993 EM VALAS COMUNS NO NAMIBE QUEREM FUNERAL CONDIGNO.
O processo de exumação de ossadas de pessoas sacrificadas em valas comuns em tempo de conflito em Angola deve ser abrangente “no Namibe”.
Por: Fonseca Tchingui
Os sobreviventes do martírio de 5 de Janeiro de 1993 no Namibe, denominados mártires da repressão marxista-leninista no Namibe”, pedem a João Lourenço, Presidente da República de Angola que há 30 anos desde o dia 5 de Janeiro de 1993, as famílias das vitimas dos excessos das autoridades governamentais aguardam pela exumação de mais de 600 ente queridos que jazem em valas comuns no cemitério de Calumbilo por assassinato, algumas pessoas mortas por asfixia e outras enterradas vivas em vala de fronte ao cemitério do Município do Tombwa, para um funeral condigno.
1º Link https://fb.watch/hU5SjarcOE/
Benedito Katapa, Alberto Manuel, Jacinto Rinda, Manuela Fernanda Verdete, (viúva do malogrado engenheiro Verdete, Armando Chicoca, José Gavino, e outros sobreviventes dizem que a semelhança do que do que se está a acontecer em Luanda, o processo de reconciliação nacional subintendido no resgate dos corpos das vítimas do conflito armado deve também chegar ao Namibe a bem da paz e reconciliação decretada pelo chefe do executivo angolano.

Américo Wongo, secretário provincial da UNITA no Namibe

Resgatar os corpos que jazem nas valas comum há 30 anos, e entregar as ossadas as  famílias com respetivas certidões de óbitos é o imperativo para que se chore, se realize o óbito conforme a tradição angolana. Na manhã de quinta-feira, 5 de Janeiro durante a deposição de cora de flores nas valas comuns dos cemitérios do Calumbilo na capital do Namibe e no Tombwa, Benedito Katapa, um dos sobreviventes, com as lagrimas nos olhos, perdoando os seus carrascos, disse que a chacina no Namibe levou muitas pessoas e outra no Tombwa foram enterradas vivas nas valas comuns nesta data.

“Eu e alguns 70 companheiros fomos a tempo de termos sido recolhidos pela polícia comandada pelo subcomissário Jim Ribeiro ficamos sub custodia nas instalações da Somar”, disse.
“Camiões basculantes carregavam muitos mortos pelas ruas em direção a vala comum do Calumbilo, houve pessoas que discretamente acompanhavam todos movimentos dos camiões com mortos, os próprios motoristas eram ovimbundos e fizeram o registo dos mortos”, concluiu.
Justino de Carvalho, era militar das FALA desmobilizado naquela altura, mas prestava serviço na sede do partido do galo negro.
“Na manhã do dia 5 de Janeiro de 1993, em companhia de seus colegas conseguiram atravessar o deserto a pé até ao Município de Quilengues, província da Huila, onde juntaram-se a outros companheiros.Depois de fracassado encontro da UNAVEM no dia 3 de Janeiro, nós que nos encontrávamos na sede do partido fomos traídos por ataque das forças governamentais que muito cedo haviam feito cerco a sede, nós nos preparamos, graças a longa experiencia militar, abrimos o cerco, rasgamos pelo deserto apé até Quilengues”, descreveu.
Alguns colegas que se encontravam nos bairros atrasaram unir-se a nossa corrente e são esses que também jazem nesta vala comum que hoje estariam também aqui connosco contar esta história. Tem havido conversa exploratória com o governo do Namibe para um funeral condigno, mas há pessoas do governo que me parece alérgicos para resolver este caso do enterro condigno”, disse.
“O Presidente da Republica João Lourenço Nos esforços da reconciliação Nacional também deve contemplar a província do Namibe, abrindo valas comuns onde alguns cidadãos mesmo não fazendo parte da militância da UNITA foram enterrados vivos e outros asfixiados em contentores por serem Ovimbundos.
Américo Wongo, dirigente da UNITA no Namibe, disse que há uma pressão muito grande de famílias que querem encerrar o óbito de seus ente queridos, com um funeral condigno, que já leva há 30 anos, segundo Maria Manuela Fernanda Verdete.
“O meu marido quando o assassinaram deixou-me 5 órfãos, o quinto e ultimo deixou-me grávida e hoje tem 29 anos e vai trintar e é formado na engenharia de Geologia e Minas, não foi fácil formar os 5 órfãos sozinha, mas com a graça de Deus foi possível”,disse apelando a outras viúvas perseverança e fé para um funeral condigno dos nossos maridos e ente-queridos, concluiu.
Um grupo de sobreviventes estudam formas de legalizar a Associação dos mártires da repressão marxista leninista no Namibe visando pressionar o chefe do executivo angolano para abertura das valas comuns para um funeral condigno bem como escrever as memorias do 5 de Janeiro no Namibe.
2º-https://fb.watch/hU5WMDtC6Q/

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