Os resultados e boas práticas do projecto “EKEVELO” esperança na resiliência implementado há três anos pelo Programa FREESAN com o financiamento da União Europeia e parcialmente gerido pelo Instituto português de Camões foram recentemente apresentados publicamente na sala de conferências da Universidade do Namibe, no 6º seminário provincial.
Por: Fonseca Tchingui
As acções do projecto, “EKEVELO” consistiram em resiliência e segurança alimentar, barragem subterrânea, sistemas de irrigação, munir as comunidades do Kavelocamue no município do Virei, com técnicas agrícolas no âmbito de combate a pobreza e a seca, orçado em mais de 700 mil Euros, noventa porcento, subvencionado pelo programa “FRESAN” e, dez porcento pelo CRS co-financiador. Segundo a coordenadora do referido projecto, Sílvia Santos.
Das 150 agregados familiares beneficiárias, preconizadas, o projecto abrangeu 161 e dos quais quarenta porcento são mulheres chefes de agregados. “O projecto EKEVELO( esperança na resiliência) implementado no município do Virei, província do Namibe, no âmbito financiado pela União Europeia e parcialmente gerido pelo Instituto de Camões é um projecto que respondeu ao convite-2 do programa FERESAN para a promoção da segurança alimentar e nutricional. A duração inicial estava prevista para 32 meses mas tivemos um desafio extra no ano 2020, quando o projecto iniciou, a pandemia da covid-19 que levou a um arranque maia tímido do projecto, por isso mesmo levou a esta extensão de mais sete meses e termina no final deste mês”, explicou.
Noutro passo do seu esclarecimento, Sílvia Santos adiantou que : “tínhamos como objectivo beneficiar quarenta membros dos grupos de facilitadores em cada uma das comunidades, pretendíamos alcançar 150 agregados familiares, 15 membros de uma equipa multissectorial municipal criada e dinamizada em parceria com Administração municipal do Virei e conseguirmos abranger setenta técnicos e representantes de instituições públicas e de organizações da sociedade civil na província do Namibe. Das 150 agregados familiares preconizadas neste momento o projecto abrangeu 161 e dos quais quarenta porcento são mulheres chefes de agregados. Foram distribuídas mais de 4 toneladas de sementes de milho, feijão, bata-doce e hortícolas”, frisou.
Por seu turno o Bispo do Namibe Dom Dionísio Hisilenapo, na qualidade de Presidente da Caritas de Angola, na província, uma Organização não-governamental da igreja católica, disse que aquela “ONG” vai continuar a prestar a sua colaboração para ajudar as comunidades, que considerou de ser fundamental. O Prelado Católico instou as autoridades governamentais locais, no sentido de olhar para o estado actual das vias de acesso ao município do Virei.
“Nós continuaremos a oferecer a nossa colaboração, não se ganha nada, não temos contrapartida mas para ajudar a comunidade e, para nós isso, é fundamental. As escolas, as barragens, enfim tudo isso. Mas talvez se possa dizer o seguinte: no futuro, que se pense seriamente naquele município (Virei), que do ponto de vista hidrográfico geológico parece ser muito rico, mas os acessos a esse município e mesmo daqui de Moçâmedes para o Virei, mesmo que se fez para que não se estrague, se cuide desde que haja uma corrente vital de Moçâmedes via transportes, porque as estradas não facilitam muito bem”, suplicou.
E a situação da seca no município do Virei foi descrita pelo Soba local, Bernardo Mussonde, como um problema que o governo deve encarar com seriedade. “ um problema sério. É preciso desviar água do rio Cunene, senão este ano morrem os animais e a população. Os que estão a beira dos rios estão comer, mas os outros vendem os cabritos aos candongueiros”, lamentou.
O Administrador municipal do Virei André Cassinda, defende a necessidade de mais mãos solidárias dos parceiros do governo no combate a pobreza e, mostrou-se animado com o impacto positivo do projecto “EKEVELO” na vida das comunidades atingidas pela fome e seca e augura a sua continuidade.
“Pretendemos que esses projectos continuem e que haja de facto mão solidária por parte dos nossos parceiros. No quadro de combate a pobreza e também o PIIM-2 nós temos que conversar com as empresas que ganharam o concurso público, para o efeito têm que fazer furos com mais de cem metros de profundidade para que não tenhamos problemas em tempo seco. É um projecto sustentável que veio minimizar os efeitos da seca que ainda assola o município do Virei, então essas barragens vêm dar alguma solução naquilo tem a ver com o armazenamento da água que vai chovendo a montante. Nós estamos com problema do lençol freático que baixou consideravelmente”, sustentou.
Anica de Sousa, Vice-governadora, para o sector político, económico e social do governo local, que presidiu o acto, fez notar que só se pode alcançar resultados exitosos com a implementação de projectos que contem com a participação das comunidades.
“ Devemos ter presente que apenas alcançaremos resultados exitosos, se efectivamente podermos desenhar e implementar projectos que contem com a participação das comunidades. O objectivo deve ser instruir as pessoas a respeito da mudança antes que seja implementado qualquer projecto e ajudá-la a entender a lógica da mudança. Assim, as pessoas se sentirão mais valiosas, pois participarão do processo de decisão de mudança tornando muito mais fácil o alcance dos objectivos”, confirmou, tendo mais adiante acrescentado que ”o governo provincial do Namibe augura que as boas práticas do projecto “EKEVELO”, como é o caso da tipologia de barragens subterrâneas, agregue valores no sistema de agricultura nas comunidades e reforce o trabalho que tem sido desenvolvido no sector da agricultura com as famílias sobre a inclusão produtiva” , concluiu a governante no seu discurso de abertura do 6º seminário provincial. https://fb.watch/jeQJXU9PKE/