Salários míseros, horas extras e condições de trabalho consta no caderno reivindicativo dos trabalhadores dos caminhos de ferro do CFM.
Por: Fonseca Tchingui
A Assembleia dos trabalhadores do Caminho de Ferro de Moçâmedes, no Namibe, devia ter lugar as 14 horas de hoje terça-feira 7 Novembro, segundo José Serviço Canonguemby, secretário da Comissão Sindical do CFM-Namibe. Acompanhe a reportagem na voz do jornalista Armando Chicoca
“Teremos uma assembleia cá no Namibe, esta marcado para as 14 horas do dia 06 de Novembro de 2023, com todos os trabalhadores, posteriormente iremos para Menongue, província do Cuando Cubango, também realizar a mesma assembleia com todos trabalhadores para informar o que é que a comissão sindical esta a prever daqui em diante caso não houver uma negociação com Conselho da Administração”, disse.
Mário Francisco, Delegado do CFM no Namibe confirmou a realização da assembleia dos trabalhadores naquela instituição, mas evitou tecer outros pormenores.
“ Não tenho legitimidade de falar sobre o caderno apresentado pela UNTA, só mesmo a UNTA deve falar aos órgão de defesa massiva”, confirmou.
No caderno reivindicativo, os trabalhadores do CFM que compreende as províncias do Namibe, Huíla e Cuando Cubango, exigem o aumento salarial na ordem de 175%, a promoção de categorias, o pagamento das horas extras, melhoria das condições de trabalho e outras exigências sociais.
“No primeiro ponto estamos a falar de salário mínimo 175% categorias, horas extras, os principais pontos do caderno reivindicativo que na qual até agora não fomos respondido adequadamente, com se não bastasse temos trabalhadores eventuais que na qual estão a receber 12 mil kwanzas a funcionários com 5 anos de serviço, por mas que esteja numa área de eventual bem que isso não é ilícito, estamos a tentar negociar com o conselho de Administração para ver se mudam os nossos salários”, instou.
Nos últimos dias realizou-se a Assembleia dos trabalhadores do CFM da Huíla e os sindicalistas do Namibe e da Huila vão nos próximos dias juntar-se aos sindicalistas do Cuando Cubango na Assembleia dos trabalhadores do CFM em Menongue, capital do Cuando Cubango segundo, José Augusto, segundo Secretário sindical na Huíla que falou da situação social degradante no seio dos trabalhadores.
“Muito difícil, não dá para sobreviver nestas condições, depois do Namibe pretendemos ir no Cuando Cubango ver os colegas naquela área de jurisdição, nenhuma resposta nos satisfez da nossa reivindicação, sendo que a primeira dizia que iria ver ver a situação e isso não agradou os trabalhadores, esperava-se que o conselho se pronunciasse, vamos sentar para negociarmos e vermos a situação deste caderno reivindicativo.”
No CFM, os trabalhadores efectivos auferem um salário mínimo de 40 mil kzs equivalente há 40 dólares americanos e os trabalhadores eventuais, alguns deles há cinco anos de serviço auferem um salário mínimo de 12 mil kwanzas equivalente a 12 dólares americanos.
Os trabalhadores do CFM são os que auferem o salário mais baixo a nível dos CFA que compreendem as linhas férreas do CFM, CFB e o CFL.
Caso não haja abertura negocial por parte do PCA do CFM, os mais de 500 trabalhadores desta linha férrea no sul de Angola vão entrar e greve por tempo indeterminado no decurso do presente mês de Novembro, prejudicando a livre circulação de pessoas e bens do Namibe ao Cuando Cubango e também do Namibe a Jamba Mineira e Tchamutete, respectivamente.