Namibe: Onda de protestos marcam o primeiro mês do ano de 2021.

03.02.2021

Por: Da Conceição Maria

Província do Namibe registou durante o mês de janeiro onda de protestos contra as injustiças, violação dos direitos fundamentais e liberdade de expressão.

As manifestações foram abertas por mulheres peixeiras á ,07, de Janeiro de fronte à Administração Municipal de Moçâmedes, em que as negociações entre as autoridades locais do estado e as mulheres peixeiras no passado dia 8 de Janeiro não houve consenso. No dia 11 de Janeiro as mulheres peixeiras decidiram retomar as vendas do peixe no mercado demolido pela administração municipal de Moçâmedes.
“Vamos retomar as vendas no mercado do peixe demolido pela Administração Municipal de Moçâmedes porque aquele local se tornou um depósito de lixo, não é justo, ao invés do lixo seriamos nós mas, infelizmente fomos trocadas pelo lixo ” disse Dona Bibiana.

“ Nós não queremos desafiar o governo do Namibe, apenas estamos a defender a fonte de sustento das nossas famílias. Os polícias e fiscais têm nos criado muitas dificuldades no exercício da nossa actividade, confiscam as caixas de peixe sem ter em conta o sacrifício de adquirir “explicou uma das representantes das mulheres peixeiras.

Enquanto as autoridades locais do estado procuravam gerir o conflito com mulheres peixeiras, o concurso público da educação para trabalhadores auxiliares trouxe inquietação aos trabalhadores auxiliares de limpeza e protetores escolares eventuais a mais de quinze anos nas escolas da Província.
Na manhã de 12 de janeiro, dezenas de pessoas, entre mulheres e homens, reivindicaram de fronte ao Governo da Província do Namibe a sua exclusão.
“ Queremos as nossas vagas que a muitos anos nos foi prometido, muitos de nós já estão  com 50 anos onde e quando seremos enquadrados?. Depois de dez a quinze anos hoje nos dizem que vamos para a casa, nós não somos estrangeiros! ”, reagiu Sebastião, protetor escolar a mais de dez anos.

O mês de janeiro foi encerrado com a manifestação “peixe sim, petróleo não ” no dia 30, na cidade capital do Namibe que contou com a participação da sociedade civil, mulheres peixeiras, pescadores e acadêmicos.
“Esta é a demonstração da maturidade do povo namibense, estamos a apelar às autoridades governamentais que queremos continuar com o peixe, a diversificação da economia passa pela agricultura e desenvolvimento do sector pesqueiro que é o forte da Província.  Queremos acreditar que o executivo leve em conta essas reivindicações porque ainda há tempo de recuar da ideia de explorar petróleo na Bacia do Namibe”  disse o deputado Sampaio Mucanda durante a marcha.

O activista cívico Francisco Tchimbwa vindo do Município do Tômbwa, esclarece que: – O nosso objectivo não é mostrar a quantidade de pessoa que se manifestam, mas sim, deixar a mensagem ao executivo angolano que a população do Namibe não quer o Petróleo porque sabemos que para além de afugentar as espécies marinhas, vai alimentar a classe de elite. Nós queremos continuar a preservar o peixe na Província.

Estes são os acontecimentos que marcaram o primeiro mês do ano de 2021 na Província do Namibe.

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