Cunene: Classe empresarial diz estar desamparada pelo Governo Provincial

25.01.2021

Por: Da Conceição Maria.

A Câmara empresarial do Cunene   foi criada a 7 de janeiro de 2007 e conta agora com mais de 150 membros  associados e tem   como Presidente Jorge Manuel António “Shimuandi”.

Para este debate o “Mwangolé”  Fala Verdade sob o tema o papel do empresariado no desenvolvimento da província foram convidados Francisco Abílio Lumbamba , Jerónimo Francisco Maria António e Orlando Chiyelekeni. Por razões justificáveis Francisco Abílio Lumbamba não se fez presente no debate  que  facilitado por amando Chicoca,  apoio (NED), contou apenas com as duas individualidades.

“Apesar do distanciamento com o Governo da província do Cunene, a classe empresarial  local muito tem feito  em prol do desenvolvimento das comunidades” disse Orlando Chiyelekeni,  empresário no ramo da informática e Vice-presidente para o comércio,  indústria e prestação de serviço da câmara do comércio do Cunene.
Jerónimo António,  empresário no ramo da construção Civil, telecomunicações e eletricidade, é de opinião que: “ser empresário no Cunene não tem sido coisa fácil, mas a classe empresarial desta província tem procurado buscar soluções para ajudar o governo no desenvolvimento e no combate  à fome e a pobreza”.

Entre os avanços e recuos  os empresários em debate aproveitaram o momento para abordar a situação da destruição da estrutura da feira da câmara de comércio.
” Sinto-me indignado com o posicionamento  que Administração Municipal de Ondjiva tomou quando destruiu as estruturas da feira, uma vez, que de lá muitas famílias faziam o seu ganha pão. As coisas devem ser tratadas respeitando  as pessoas que sempre deram a mão ao Governo  nos momentos difíceis ” disse Orlando Chiyelekeni, para quem:

” A nossa pretensão é levar o assunto para Luanda uma vez que o governo do Cunene até hoje não consegue dar uma solução do problema que de alguma forma acabou por influenciar nas boas relações que pretendíamos manter por longos anos”

“Nós não fomos notificados sobre a demolição da feira, da noite para o dia destruíram sem aviso prévio. Não vamos aceitar que práticas como estas  criem um mau ambiente entre os empresários e o Governo Provincial. Esperamos o pronunciamento da PGR para que se resolva tudo em torno da justiça. A classe empresarial não é e nunca será contra o governo local, nós simplesmente queremos defender aquilo que nos é de direito” explicou Jerônimo António.

“Os danos causados aos feirantes, estão calculados em quinhentos milhões de kwanzas e aos empresários um valor de três mil milhões, perfazendo um total de três bilhões e quinhentos milhões de kwanzas, os advogados constituídos já estão a trabalhar no caso ( levar o Governo do Cunene às barras de tribunal)  ” revelou Jerónimo António ao NFV à  margem do debate.

Quanto a situação social na província do Cunene levantada neste debate, é descrita como  preocupante tendo em conta a seca iminente   e a fome nas comunidades rurais. Contudo Jerónimo António destacou a figura de seis empresários,   Francisco Lumbamba, Mateus Ângelo  Vietnam, José Ventura( Zé Brigadeiro), António  Vanjul, Armandão e Bernabé Nguli,  que agora enveredam pela agricultura  mecanizada que trouxe mais valia para a província do Cunene.

               “Tem sido muito motivador e gratificante a forma como estes agricultores têm trabalhado no  combate a fome, miséria  e mitigação dos efeitos da seca  no seio das comunidades rurais do Cunene, através dos investimentos em várias ramos com destaque na agricultura no Cunene” disse Jerônimo António.

“A região sul de Angola,  precisa de figuras  como Lumbamba e outros  para ajudar o crescimento económico e social das províncias ” disse Orlando Chiyelekeni.

Nos minutos finais do debate, Jerônimo disse:  ” sonhamos com um Cunene melhor,  precisamos  entender que governar não é tomar decisões que nos convém, mas sim decisões que trazem desenvolvimento para a Província.  É nosso desejo estar incluídos nos programas governamentais da Província porque a estabilidade social faz-se com a união e são os empresários que criam postos de emprego”.

” O grande obstáculo para a classe empresarial do Cunene tem sido a AGT( …),   tem sido uma grande assassina para as empresas privadas nacionais,  devido  a burocracia nos procedimentos de regularização e pagamentos de impostos e valores ás empresas. As empresas  que   já declararam falência no Cunene, têm a mão desta instituição que se chama AGT.  Cunene é um povo especial, quando se aproximam as eleições,  mas lembro-vos que não é um povo burro ! ” declarou no último minuto do espaço “Mwangolé”  Fala Verdade, Orlando Chiyelekeni.

O próximo  “Mwangolé ” será feito no interior da província do Cunene, município do Kuvelay, onde se localizam as seis fazendas agropecuárias desta província. Uma equipa vasta do NFV, faz incursões no Sul de Angola, para saber da fome e da seca,  Armando Chicoca, Da Conceição Maria, Daniel Elias e Edna Mande.

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