Situação social dos desmobilizados ex-militares das extintas FAPLAS do Município do Tômbwa

30.05.2021

Situação social dos desmobilizados ex-militares das extintas FAPLA do Município do Tômbwa no Namibe.

Por: Paulo Fernando

O MWANGOLÉ desta quarta-feira, 26 de Maio de 2021, esteve em debate refletindo a situação social dos ex-militares das extintas FAPLA do Município do Tômbwa.
Tendo como convidados três representantes dos duzentos e dezasseis ex-militares do Município do Tômbwa. Manuel Cavela, coordenador do grupo dos antigos militares, Modesto Dala secretário do grupo e José Francisco, membro ativo grupo todos eles antigos militares das extintas FAPLA.

Manuel Cavela, na sua nota introdutória  disse que “o grupo dos ex-militares estão desapontados e descontentes por uma situação única, nós fomos virados as costas praticamente, ninguém nos conhece, ninguém nos atende. Nós o grupo dos ex-militares pedimos um esclarecimento ao governo, em particular o gabinete da Administração e gestão dos assuntos dos ex-militares do Estado Maior General em Luanda, como é que ficou os elementos que ainda não receberam? A maioria não recebeu e ate aqui não  nos dizem nada. O grupo dos ex-militares no Município do Tômbwa, o ano passado dia 4 de Novembro, enviou um documento de reclamação a Administração Municipal, na qual o Administrador na pessoa do Senhor Alexandre Nyuca, recebeu o documento, chamou-nos, reuniu connosco e consolou-nos a dizer que ele iria resolver este problema, nós concordamos, tivemos toda  amabilidade e bondade, fizemos toda separação dos documentos e entregamos, mas até aqui nada se faz sentir. O que nos aborrece, é que o Delegado Provincial Rodrigues Tiago, vinha lá no Tômbwa dizer que os documentos são separados, só preenche para a inserção das cooperativas os elementos com passaporte da disponibilidade com NIP, que é o número pessoal”, manifestou.

Modesto Dala, “Nós ex-militares das FAPLA vimos os nossos irmãos das FALA a serem cadastrados e serem inseridos no sistema, e recebem as suas remunerações sem problema. Em 2020 os ex-militares da eximisses e a TGFA foram cadastrados e inseridos no sistema pelo Ministério do Interior, estes já recebem as suas pensões ao Banco sol, então nós ex-militares questionamos, então o Ministério do Interior é outro governo neste país, diferente do Ministério da defesa”? questionou.

José Francisco, “Por acaso a nossa vidas lá no Tômbwa estamos  a correr risco, estamos desempregados, vivemos de  biscatos, levar sacos nos  carros de mão de um lado à outro, e as nossas Senhoras remediam no rio chamado Pinda, um rio que não tem lugar suficiente para toda gente realizar os seus cultivos, vivemos mesmo assim, os nossos filhos estudam e não têm como continuar com os estudos. Devido a nossa preocupação de lutarmos por essa Angola, darmos o nosso sangue por essa pátria e o governo que tanto nos prometeu não nos dá nenhuma insuficiência de viver Falava-se da reforma não estamos a ver, da integração, não estamos a ver nada e nem água vai nem água vem”, lamentou.

 

Modesto Dala,  “Neste momento nos encontramos desempregados e a vida está difícil  para sustentarmos as nossas famílias, nós queremos formar as nossas crianças para que amanhã sejam também reconhecidos, mas nós pais não temos como, não temos como pagar  propinas. Só para estar conforme estou, é necessário desarriscar, vender um pouco de carvão, bocado que sai é para fuba e sabão, para manter a higiene pessoal está difícil. Nós começamos no Kuvango já no fim de 1976, depois do Kuvango fomos a Humpata num centro militar comandante Dagdoi, ali fizemos o nosso curso militar com duração de três meses, em 1977, depois do juramento fomos a província do Cuando Cubango, estivemos no Município de  Menongue o  nosso comandante chamava-se  Farrusco, ele trabalhou connosco”, esclareceu.

Manuel Cavela, sublinhou por outro lado que  “chamaram-me pela rádio naquele tempo  apresentei-me voluntariamente, até ao centro de recrutamento no armazém do porto, na padaria Estevão, saímos dai fomos para o Lubango na montada, onde treinamos uns três meses e saímos dai fomos ate a escola de condução em Luanda, fizemos o curso e o diretor na altura foi o primeiro Tenente Sabino, o homem do Kwanza Sul. Sobre a questão dos seus documentos o que nos espanta é o que dizem que essa disponibilidade dos  nossos documentos por ser provisório é falso, não está incluso em qualquer documento para entrar no sistema, não serve porque são inelegíveis e duvidosos, e eu pergunto: o governo que me deu esse documento me deu porquê? Ate esse documento onde estou fardado também é falso, onde é que eu tirei esse documento, para dizer que é duvidoso? Eu não entendo que tipo de governo nós temos, eu estou a representar a maioria, todos descontentes por causa dessa situação,” desabafou.

O problema dos ex-militares, governo na pessoa do Senhor Presidente da República , ou então nosso comandante em chefe das Forças Armadas Angolanas, tem que pôr a mão nisso, porque nós podemos dar razão ao Presidente, pode ser ate que o governo está a fazer alguma coisa para nós, mas aqui não chega, nós aqui não estamos a ver nada,  há uma barreira enorme ali que ninguém consegue de romper, porque eles sabem que estão a tirar, o governo pensa que estamos a receber e a nossa voz lá em cima não chega. Há muita inquietação que nem o próprio executivo conhece, o que nós queremos é que o governo elabore um plano urgente para dar algumas delegações as provinciais de inspensão ou de fiscalização, de auscultação, para auscultar o próprio homem carente. Porque o desgraçado está mesmo aqui e ninguém lhe conhece, eu Manuel Cavela, se não ir ao  luxo apanhar lata, o meu filho não come, porque eu não tenho como fazer, o governo na qual eu trabalhei e fiquei velho na tropa até aqui não me dá nada. Se dizem que nossos documentos são falsos, quem falsificou? O próprio executivo que dá é que tem os documentos é que falsificou, que culpa nós temos  que combati à 10 anos? Para nos incluir nos bandidos, e são os  próprios bandidos que estão a viver e a comer bem. Isso qualquer um fica triste. O governo não está a dar conta que nós assim vamos nos odiar, o FAPLA vai odiar o Segurança do Estado, porquê que ele recebe, porque eles lutaram na cidade, no interior, e os que estavam em frente dos combates são esquecidos? O governo pensa mesmo que assim está a fazer bem? Ou porque estamos calados é medo? Medo porque se não vamos receber represálias conforme já fazem”, rematou.

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