Espaço Namibe em 7 dias edição de segunda-feira, 15 de Novembro de 2021

22.11.2021

Namibe em 7 dias, edição de segunda-feira, 15 de Novembro de 2021.

Por :Paulo Fernando

Questões de insegurança pública preocupam moradores da província do Namibe. No fim de semana houve mais uma morte a facada, trata-se de um jovem que perdeu a vida enquanto que convivia com os seus amigos.

Daniel Tchimbwa, filósofo

Daniel Tchimbwa, filosofo, disse que: “as ondas de criminalidade a nível da nossa cidade tem crescido cada vez mais, lamentamos porque em pouco tempo já há muitas perdas de vidas e a comunidade local está mesmo a culpar os próprios órgãos de segurança praticamente da policia nacional, acusa-se que existe pouco patrulhamento a nível das comunidades sobre tudo nas zonas mais criticas, estamos a falar da Camulola, nos Eucaliptos, estamos a falar também dos bairros 5 de Abril e Platô, segundo algumas especulações muitos desses marginais são indivíduos identificados, são adolescentes identificados, mas até aqui não ouvimos nada a respeito, são zonas onde todo mundo circula e nós estamos a ver que dia após dias esses acontecimentos vão aumentando”, disse.

Florindo Cinco Reis, igualmente filosofo, olhou para a situação da seguinte maneira: “é uma situação que afeta-nos a todos até porque a cidade de Moçâmedes nem sempre foi uma com esse índice de criminalidade ainda mais quando se trata de morte, cá no Namibe atualmente está a se fazer um patrulhamento noturno isso me dá entender que a policia está com uma atitude reativa e isso é grave, a policia tem que ser proactiva tem que agir antes dos acontecimentos sucederem, os criminosos cometem os seus crimes porque sabem que a policia só anda até as 18h e isso é um sinal de insegurança até porque em nossa cidade os nossos bairros não são todos iluminados e há sítios mesmo que de noite é uma situação grave”,reagiu.

País celebrou 46 anos de Independência Nacional. Governador do Namibe Archer Mangueira rendeu homenagem aos profissionais da saúde na mesma data.

 Florindo Cinco Reis, Filósofo

 Florindo Cinco Reis: “tornamo-nos independentes em 1975 no dia 11 de Novembro e nesta data tal como é de habito ver-se muitas inaugurações, mas a verdadeira celebração do 11 de Novembro não se resume apenas nessas homenagens aos enfermeiros, aos professores, nas inaugurações de escolas e hospitais, a verdadeira homenagem do 11 de Novembro devemos dar a aqueles antigos combatentes que realmente lutaram para que a independência hoje fosse um facto, muitos desses senhores hoje estão perdidos na sociedade tendo como pensão 20, 25 mil kwanzas, eu acho que não é nada bom nós estarmos aqui todos felizes com os nossos anos de independência enquanto que colocamos de lado aqueles que realmente lutaram para que a mesma independência realmente fosse um facto”, expressou.

“Desde o momento que tomei consciência eu nunca festejei a nossa independência porque eu não posso ser hipócrita, quer saber sobre a independência vai aos antigos combatentes e perguntam se eles são independentes, quer me perguntar sobre a independência procure qualquer cidadão comum e pergunta se tem independência, vai as comunidades dos professores e pergunta se os professores em Angola gozam de independência, será que independência é livrar-se do colono e ficar assim? Não, eu ainda não considero isso como independência”, lamentou, “até a independência partidarizam, nós não podemos comemorar uma independência partidarizada é impossível, fala-se da independência e depois aparece um único herói, eu não considero isso como independência”, disse Florindo Cinco Reis.

Comunidades Khoisans dizem ser excluídos da campanha de prevenção e combate a Covid-19 em Angola.

 Florindo Cinco Reis: “essa comunidade não é só excluída da campanha de combate a Covid-19, é excluída de muitas coisas, a fome que eles sofrem, não têm bilhete só são angolanos porque nasceram e vivem em Angola, mas juridicamente não têm um documento  e falando dessas comunidades estamos a falar daqueles povos que habitam naquelas regiões do Kuando Kubango, uma parte da Huíla, é necessário que se aposte também na prevenção desses indivíduos dessa população que são angolanos quanto nós”, frisou.

Para Daniel Tchimbwa: “Falando dessa comunidade já tem se vindo a constatar a bastante tempo, ela é excluída de diversas maneiras, mas eu as vezes admiro muito o partido no poder porque quando se trata de questões de campanhas eleitorais chegam até ao fim do mundo eu fico admirado porque há situações que eles não têm bilhete mais têm cartão eleitoral, é engraçado e ao mesmo tempo triste”, disse.

Famílias afetadas pela fome e seca na região sul de Angola comem caroço de mucua para saciar a fome.

 Florindo Cinco Reis: “A situação da fome é gravíssima no nosso país, até os partidos na oposição são de opiniões que se declare estado de emergência no sul de Angola, ou seja, para o governo declarar estado de emergência é mostrar a sua incompetência e o governo não quer passar por essa situação então vai mentido que não há fome, disse o deputado João Pinto que a fome em Angola é uma invenção dos partidos na oposição, é grave isso e é necessário que se aplique medidas para minimizar essa situação porque acabar com a fome é impossível, mas vamos apenas minimizar, em Angola nunca estivemos tao pior como dessa vez, estivemos em tempos de guerras, mas nunca tivemos uma fome tao grave como essa, ainda no tempo do ex-presidente José Eduardo dos Santos nós chegamos a comprar um saco de arroz a 2500 kwanzas, o nosso problema hoje em Angola é a fome e satisfazer a população não é preciso muita coisa, é só dar comida, hospital, escolar e acabou, não precisamos de Lexus é mesmo vosso, mas dá coisas básicas as populações”, disse.

Daniel Tchimbwa, Filósofo

Para Daniel Tchimbwa: “Desde sempre fomos ensinados que a primeira necessidade do homem é a alimentação, imagine que é onde o nosso governo mais falha, então um governo que não consegue pelo menos viabilizar politicas que possam facilitar para que os cidadãos possam adquirir os seus sustentos normalmente não tem a capacidade de governar, outros países já não têm mais a fome como problema até porque estão preocupados com outras coisas, estão a ir a lua, estão a descobrir outros planetas e essa coisa de combate a fome é um assunto já ultrapassado, nós ainda estamos atras de situações bastantes básicas, é vergonhoso, veja que o PR João Lourenço apelidou de marimbondos os seus companheiros enquanto que marimbondo é mesmo, nesse momento o mais marimbondo que apareceu nesse país é João Lourenço que nos levou na pior situação que nos encontramos nesse momento”, comentou.

Estudantes que frequentaram puniv e escolas politécnicas manifestaram por serem excluídos do concurso publico no sector da educação.

 Daniel Tchimbwa: “Essa é uma situação que temos vindo a constatar durante esse tempo todo até porque em Angola faz-se mais concursos no sector da educação e da saúde são os sectores que mais empregam e diz-se agora que só concorre para a educação quem é formado em magistérios, há um colega que escreveu no facebook que liceu não é para pobre, ou seja, o liceu é uma preparação para a universidade, você não pode meter o teu filho e dize que quando terminares o puniv terá emprego, não até porque a formação do liceu é geral aquilo que o aluno no INE aprende em 5 ou 3 anos no liceu aprende-se em menos tempo, antigamente muitos os estudantes dos liceus também tinham acesso ao concurso publico e nós víamos que muitos deles saiam-se muito bem e essa coisa de dizer que quem fez o liceu não pode concorrer eu pergunto, porque não tem conhecimentos científicos ou não tem metodologias?”, questionou.

Florindo Cinco Reis: “é uma situação bastante polémica, mas a verdade tem que ser dita nos últimos 4 ou 3 anos em que houve concursos no ministério da saúde eu não vi ninguém que é formado nessas áreas a reclamar, porquê que reclamam sempre no sector da educação, as pessoas têm que sentir medo de ser professor porque é muita responsabilidade e quem quiser ser professor tem que possuir a formação pedagógica, depois do puniv vá ao ISCED ou a Pedagógica escolha o curso termina o superior e concorra como professor, não faça confusão, não adianta discutir, olhando para a questão da exclusão será que estão a ser excluídos? Se eu dizer que sim vai parecer que não estou a se muito honesto e se eu dizer que não parece que também estou a descartar a contextualização, será que todo mundo tem que entrar só aí, você quando faz o puniv tem que sonhar em terminar o superior, sonhar auto”, disse.

 

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