Partidos políticos arregaçam as mangas para as eleições de 2022

23.04.2022

Partidos políticos arregaçam as mangas para as eleições de 2022, em debate no  Mwangolê Fala Verdade, edição de quarta-feira, 7 de Abril de 2022.

Por : Paulo Fernando

Justino de Carvalho, secretario para os assuntos políticos da UNITA no Namibe

Justino de Carvalho, secretario para os assuntos políticos da UNITA no Namibe, em sua nota introdutória fala do seu partido “depois da UNITA ter realizado os dois congressos e que por forças maiores o congresso ficou anulado, realizamos um outro e elegemos o engenheiro Adalberto Costa Júnior e na sua noção de estratégia trouxe alguns requisitos que o doutor Savimbi já defendia, constou do seu plano dessa vez a criação de uma Frente Unida e saindo do congresso viemos para as bases organizar o partido para esta empreitada que é a Gente Unida, a semana passada direções da UNITA, do Bloco Democrático e do projeto PRAJA estiveram em uma formação em Luanda para que os novos desafios sejam encarados como desafios para a vitoria, a UNITA já lançou as suas bases a partir desse seminário e estamos envolvidos”, disse.

Oseias Caxinde, professor e ativista social, diz que a sociedade civil está preparada para as eleições que se avizinham “a par dos partidos políticos a sociedade civil tem estado a preparar-se, tanto na perspetiva da fiscalização do próprio registo eleitoral, também na perspetiva de medir o barómetro do publico eleitor com as possíveis sondagens do que vai acontecer nas eleições de 2022 assim como também o trabalho de campo que nós temos feito de um tempo a essa parte”.

NFV: como é que vocês têm transmitido a mensagem da paz e da solidariedade as populações?

Justino de Carvalho, secretario para os assuntos políticos da UNITA no Namibe “a UNITA está implantada a nível da todo o país desde a sua fundação e apesar dos conflitos que nós vivemos nos anos passados nunca a UNITA abandonou o povo, chegamos numa fase crucial e a UNITA tem trabalhado não só com os seus membros para organizar as consciências das pessoas que as eleições é uma festa, trabalhar nas consciências não só dos nossos militantes mas também outra massa de camponeses e outros para que o próprio termo violência não existisse nas nossas abordagens porque apesar de algumas indiferenças que existem entre nós somos filhos da mesma pátria”, realçou, “para a UNITA a sociedade civil é um parceiro muito forte e principal porque nessa frente ampla em que foram convidados algumas forças politicas a UNITA também convidou a sociedade civil para fazer parte dessa frente”, concluiu.

NFV: como é que vocês têm chegado naquelas zonas onde o próprio governo não consegue lá chegar?

Oseias Caxinde, professor e ativista social

Oseias Caxinde, professor e ativista social, respondeu a questão “na verdade a nossa província é composta por 5 municípios e alguns de difícil acesso, se nós olharmos para o Município do Virei que é um daqueles onde tem zonas muito longínquas e a questão do acesso do ponto de vista do asfalto é muito precária, mas ainda assim temos feito esforço para conhecer aquelas zonas”, disse.

Jerónimo, ao telefone a partir da província do Cunene fala da situação social da sua localidade após a visita do Presidente da Republica, João Lourenço “a própria cidade de Ondjiva está com problemas sérios de saneamento que passaram de mal para pior, seja lá qual for o partido que ganhar as eleições é preciso que se invista na melhor pedagogia de trabalho porque nós estamos cansados de ver promessas politicas quando se aproxima as eleições, temos um problema grande que é a questão da descentralização do poder, é preciso que se implemente as autarquias”, comentou.

NFV: João Lourenço sai de Luanda para Cunene com os meios de Estado e dois dias depois colocou a camisola partidária, usando os meios do Estado para as suas atividades. Como é que se pode qualificar isso?

Miguel Epalanga, professor de filosofia, comentou a situação “o Presidente da Republica foi fazer um trabalho na província do Cunene nas vestes de Presidente de todos os angolanos e seria bom que todos os habitantes do Cunene participassem naquele momento encarando a sua excelência como Presidente de todos e não apenas como Presidente do seus partido e assim acaba por ferir sensibilidades fundamentalmente por membros da sociedade que acabaram por encarar aquele momento como um daqueles que não deveria acontecer, nós queremos apelar a consciência das entidades que façam os seus trabalhos não para poder favorecer a cor partidária, mas para mitigar os problemas dos angolanos, para poder atender o problema de todos porque Angola pertence a todos os angolanos”, disse.

Pedro de Sousa, membro do movimento revolucionário no Namibe, fala das eleições que se avizinham “nós os ativistas do Namibe no mês de Setembro abrimos com a campanha de sensibilização ao povo no que tange ao voto consciente, nós queremos passar a mensagem ao povo sobre o valor real do voto e porquê ele deve votar, e nós estamos a levar essa campanha nos vários pontos do Namibe”, continuou, “nós estamos a caminhar para um processo eleitoral que a principio já está viciado”, concluiu.

Daniel Tchimbwa, professor de filosofia

Daniel Tchimbwa, professor de filosofia, tomando a palavra comentou sobre o tema em analise “os partidos políticos nesse preciso momento têm uma grande tarefa, mas eu apelaria que a grande tarefa que os partidos políticos nesse preciso momento estariam a desempenhar não é simplesmente lutar para estar no poder, não é isso, porque assim estariam a lutar contra a maré, nesse preciso momento a tarefa primordial seria lutarem para a consciencialização dos cidadãos…
Não é falta de pessimismo, mas o MPLA é uma maquina que faz tudo e todos para poder se perpetuar no poder e também faz tudo para não fazer nada para servir esse povo e assim os angolanos continuarem a mergulhar na miséria”, lamentou.

Outrossim, Quirino Boano, comentou igualmente o tema em analise “se olharmos para aquilo que é a nossa realidade vemos que há partidos que já não precisam mais de preparação porque há uma híper desigualdade naquilo que é o tratamento de uma força politica, naquilo que é a participação da sociedade civil e dos demais partidos da oposição, há um partido que tem direito a tudo, media, serviços de segurança, a própria justiça até a CNE, enquanto os demais partidos partem em circunstancias de menor privilegio quanto a essa situação e se olhamos para a realidade vemos a questão do PR que depois de estar no Cunene apresenta-se como Presidente do seu partido, esse já não precisa mais de muita coisa enquanto que os demais partidos têm muito trabalho por fazer”, disse.

Francisco Kandjamba, secretario provincial da CASA-CE no Namibe

Francisco Kandjamba, secretario provincial da CASA-CE, convidado a abordar o tema em debate, disse “na verdade estamos num período de pré-campanha e os partidos políticos estão a mobilizar-se um ao outro e cada um no seu canto, assistimos recentemente o MPLA no Cunene a lançar as suas falacias e mais uma vez enganar o cidadão e conquistar aquele voto manipulado e nós também como CASA-CE estamos nesta empreitada a nos dobrarmos para todos os municípios em conquista do voto, o essencial nesse momento é o que o cidadão saiba que alternância em Angola não poderá depender exclusivamente da luta de um qualquer partido politico, mas sim com o envolvimento de toda a sociedade, quem faz a mudança num país é toda a sociedade”, frisou.

Edson Kamalanga, em sua abordagem fala do levantamento das casas da centralidade “estamos a ouvir por alto que está a se fazer entrega as escondidas das casas das duas centralidades do Namibe, ouve-se que as restantes casas que restaram irão servir de campanha eleitoralista a favor do MPLA e isso é grave, vamos ficar atento nós membros da sociedade civil porque todo mundo tem direito de ter uma casa”, disse.

 

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