Cidadãos residentes em diversos bairros da cidade capital Ondjiva, província do Cunene, nomeadamente, Naipalala1, Kamunhandi e Okafitu 1, não fizeram a atualização dos seus dados eleitorais e por isso não estão habilitados para participarem nas eleições gerais deste ano.
Por: Dino Manuel
Um dos Interlocutores em conversa com o repórter comunitário na província do Cunene, Dino Manuel
A negligência e falta de bilhete de identidade ou fora do prazo de validade são os principais motivos apontados à nossa reportagem para não efetuarem a atualização do registo eleitoral. É o caso de Daniel Sapalo e Dorito Severino, ambos provenientes da província do Bié.
“Não me registei porque o meu bilhete ainda não saiu. Vim do Bié, para cá devido ao trabalho. Agora, estão a obrigar a tratar o cartão do munícipe ao mesmo tempo não tenho como tratar através do bilhete. Seria a primeira vez a votar”, lamentou Daniel Sapalo.
Já Dorito Severino garante que tem o cartão eleitoral, mas deixou na província onde reside, Bié, estando no Cunene com o propósito de encontrar trabalho.
“Já atualizei, graças a Deus, mas ficou e não consegui trazer comigo. Atualizei no Bié e não sei se vou conseguir voltar. Aqui está sendo meio difícil mesmo. Estamos aqui a um bom tempo”, contou.
Outros cidadãos alegaram falta de tempo, esquecimento do bilhete de identidade na vizinha província da Huíla, entre outros motivos, para a não participação processo eleitoral.
“Uma vez fui lá atualizar e estava muito cheio, então fiquei aborrecido e daí já não fui para lá mais. Seria a primeira vez a votar, disse António Kayumba.
Mário Candeeiro também fez o registo e não votará nas eleições em que seria a sua primeira participação. Mas admitiu que não o fez por “talvez falta de interesse”. O cidadão Manuel Junto disse que não fez o registo porque o horário de trabalho não permitiu. “Não atualizei, ficava no amanhã, amanhã, depois falei que hoje vou, depois o prazo acabou”.
Quando Romeu Manuel Paulo conseguiu regressar ao Lubango, sua terra-natal, colocou o bilhete de identidade e voltou a Ondjiva, “mas lá já não estão a admitir”. E disse que, “agora que já o tenho em posse, se me for permitido tratar o registo eleitoral, agradecia. E não é apenas eu, até os meus colegas que estão aqui”.