Quanto faltam poucos meses das eleições gerais em Angola, no Huambo na Província do muitos cidadãos dizem não feito o registo eleitoral.
Por: Faeton Malavoloneke
As quintas eleições em Angola serão realizadas na segunda quinzena do mês de Agosto de 2022, e a sociedade angolana está expectante para se deslocar às urnas e exercer o seu dever de cidadania. Entretanto, na província do Huambo muitos cidadãos em idade eleitoral ficarão de fora por falta de registo e atualização do cartão eleitoral, conforme disseram alguns à nossa reportagem.
Paulino João Tchimbindo, que mora no bairro Académica, disse que não atualizou o seu registo eleitoral devido a algumas situações que o impediram. Estudante e vendedor ambulante, viu na enchente do Balção Único de Atendimento ao Público (BUAP) um impasse para a atualização. Passou várias vezes pelas administrações municipais, onde funcionam os BUAPs e a enchente era demasiada, e algumas pessoas até passavam dias e outros noites para conseguirem fazer o mesmo registo ou atualização. Não fez o mesmo porque teria que deixar de trabalhar e de ir à escola.
“Para ser sincero ainda não atualizei o registo eleitoral devido algumas situações que impediram-me o fazer, sou estudante e vendedor ambulante, não tinha muito para enfrentar as enchentes nos postos de atendimento”, disse. As enchentes eram demasiadas o que obrigava muitos cidadãos a pernoitar nos BUAPS”, denunciou.
Adelina Berenice Canganjo, morador do bairro Bom Pastor cidade do Huambo
A nossa reportagem ouviu também Adelina Bernice Canganjo, morador do bairro Bom Pastor. Contou que não atualizou o registo eleitoral porque sempre que foi ao BUAP ficou insatisfeita com o atendimento de tão cheios que estavam, apesar de ter ficado lá o dia todo.
“Não atualizei o meu registo eleitoral, porque fui para lá e não goste do atendimento”, lamentou.
Madalena Chicuamanga, outra munícipe do Huambo, também não atualizou o seu registo eleitoral por causa das enchentes. Mesmo tendo permanecido das 8H às 12H, não foi atendida. É o caso de Albano Jamba, de 27 anos de idade e morador do bairro Cavongue. Lamentou a enchente dos postos de atualização e por estarem muito distantes. É de opinião que deviam expandir para todos os sítios, principalmente nos postos médicos e mais próximo dos bairros. Segundo o cidadão, as entidades competentes não se preocuparam com o povo, senão colocariam os serviços mais próximos para que as pessoas atualizassem o seu registo eleitoral, visto que as pessoas não podiam deixar de procurar sustento para as suas famílias e se preocuparem com a atualização do cartão eleitoral.
“Sempre que fui aos postos de atendimento encontrava cheio, chegava as 8 às horas até as 12 não tinha sido atendido”, lamentou a jovem.
O jovem Nelson Ndovala António, de 20 anos de idade, residente no bairro Bom Pastor, também não atualizou o seu registo eleitoral por falta de tempo e enchente no BUAP. Maria da Conceição, de 22 anos de idade e moradora no bairro do Cambiote, não atualizou o registo eleitoral porque não tem o seu bilhete de identidade. Adiantou que tratou o assento de nascimento no mês de Março do ano em curso e até ao momento não foi emitido, não podendo tratar o bilhete de identidade.
“Não atualizei o meu registo eleitoral porque os posto estavam muito distantes das comunidades, as autoridades governamentais devia expandir os serviços até aos bairros para permitir que aqueles que não têm capacidade de deslocar os serviços estaria perto de si, estamos desesperados com a está situação”, criticou.
A província do Huambo, região central de Angola, tem uma área geográfica de 35.771 Km2 e com uma população de aproximadamente 2.309.829 de habitantes, sendo a quarta província mais populosa de Angola. Tem onze municípios, 37 comunas e conta com 40 BUAP instalados em todas as administrações municipais e comunais.
Edição e narração de Faeton Malavoloneke, repórter Comunitário do projeto Namibe Fala Verdade, a partir da cidade do Huambo, Província com o mesmo nome, numa coordenação de Armando Chicoca, diretor geral do projeto NFV, financiamento da NED e Open Society, a verdade doí mas liberta estamos juntos.