HUIÍLA: EXPLORAÇÃO DE NIÓBIO DESALOJA MAIS DE QUATROCENTAS FAMÍLIAS EM QUILENGUÊS E ACC MANIFESTA-SE PREOCUPADA

31.07.2023

No município de Quilengues mais de 400, famílias estão a ser desalojadas dos seus kimbos para dar lugar uma empresa chinesa que está explorar Nióbio, um dos principais recursos para industria aeronáutica.

Por: Fonseca Tchingui

Domingos Francisco Fingo, director executivo da Associação Construindo Comunidades

Domingos Francisco Fingo, director executivo da Associação Construindo Comunidades, com sede na cidade do Lubango, província da Huíla, uma das organizações da sociedade civil que luta pela dos direitos humanos na região sul de Angola, em entrevista concedida ao NFV, manifestou-se inconformado com que chamou de expropriação de terras comunitárias na localidade da Bonga, município de Quilengues, onde mais de 400, famílias estão a ser desalojadas dos seus kimbos para dar lugar uma empresa chinesa que está explorar Nióbio, um dos principais recursos para industria aeronáutica.

Fingo, manifestou-se preocupado com alegada ausência de responsabilidade social corporativa das empresas que exploraram recursos naturais na região sul do País.

Em resposta Adriano Pedro, Administrador municipal de Quilengues província, disse que tudo está ser feito para que as comunidades nativas não fiquem prejudicas neste processo. Com este projecto segundo o responsável máximo do município de Quilengues, vai trazer desenvolvimento naquela região com a colocação de furos de águas e outros serviços sociais a bem das comunidades locais.

NFV: Senhor Administrador, há uma situação que nos chegou como preocupação. Cerca de duzentos quimbos serão desalojados por uma empresa chinesa que explora o Biópio. Qual é a posição da Administração  em relação a essa questão?

Adriano Pedro, Administrador municipal de Quilengues

Este é um processo, é um processo  que vem decorrendo  e que está-se acautelar todas  as normas que tem a ver com ao desalojamento, indemnização das populações, portanto, a exploração do Nióbio aquilo é um interesse nacional, mas isso não é que  vão ser desalojados, não é bem assim,então quer dizer que as populações vão ser indemnizadas, vão abandonar estes locais para outras localidades onde  o Estado e as próprias comunidades entenderam estar,  é mais ou menos por aí, mas é um processo que já vem a decorrer há um bom tempo.

NFV: Recebemos queixa de algumas comunidades a dizerem que  muitas delas vão receber cerca de duzentos ml Kwanzas. O que se prevê para acomodar essas pessoas ?

=Isso não é verdade, isso não é verdade,não é que vai receber duzentos mil, isso não é verdade e também o processo de alojamento  isso é um consenso entre  as comunidades, Administração  e a empresa, agora, há quem por  outras questões que  pode estar descontente,uma ou duas pessoas, mas isso tudo é  dentro das noras jurídicas aquilo que tem a ver com  o próprio ordenamento jurídico angolano, isso não  é fora das normas, O processo ainda não terminou, então  está decorrer.

NFV: Portanto  está salvaguardada a situação de residências?

Com certeza, está tudo salvaguardado, havia  um consenso entre as comunidades, Administração e a própria empresa.

NFV: Quantas pessoas serão reassentadas?

Bem, nós nesta primeira fase temos cerca de  aproximadamente  não tenho aqui os dados a minha frente  mas,  são cerca de quatrocentas e tal  pessoas, mas isso é um processo, nem todas  vão sair  de uma só vez. A medida que houver interesse então conversa-se com as pessoas, mobilizam-se as pessoas vão abandonando, porque o processo é longo nem sequer a empresa começou a explorar.A empresa está numa fase de  instalar os seus meios, então  quer dizer que isso é um processo, a medida em que  eles têm interesse fala-se com  as comunidades, com as autoridades locais, as autoridades  tradicionais, as autoridades religiosas que estão   lá naquelas áreas, comissões de moradores, enfim  e faz-se os devidos esclarecimentos e dá os passos subseqüentes.

 NFV: Senhor Administrador, o quê que pode trazer para o nosso município de Quilengues essa exploração de  recursos  minerais?

Bem, por aquilo que nós soubemos e também   o que a empresa também sabe e não só, isso primeiro vai trazer  um desenvolvimento ao município porque são os recursos minerais   explorados para servir   os munícipes, o município, a província  de uma forma geral e o país, de uma forma geral.Mas para o nosso município a prioridade é mesmo primeiro o emprego para a juventude local, como nesta fase inicial já priorizamos   jovens locais  estão a trabalhar  na mesma empresa, para além do emprego vai beneficiar também para  construção de  estruturas básicas, estruturas sociais  para as nossas  populações. Quilengues também tem algumas dificuldades,talvez vamos priorizar na construção de escolas , precisamos de estruturas de  saúde e precisamos também da água e vamos  por aquilo é básico necessário para as populações, isso é que nós temos estado a tratar com a empresa caso venha explorar  esse recurso mineral que se encontra naquela localidade, não fazer como  também  se tem  feito noutras localidades e que a população não se beneficie, mas nós vamos defender sempre e sempre as nossas populações.

NFV: Qual é o tecto em termos  de valores para  a indemnizações ?

Aquilo depende porque a indemnização tem a ver com as lavras, tem a ver com  os quimbos e tem  a  ver com arvores frutíferas enfim, valoriza-se esses bens todos   e depois disso dá-se , portanto,  a indemnização as pessoas afectadas  e não só, também temos casa, quem quiser  receber uma casa em troca da sua  casa, também a empresa está construir   algumas residenciais sociais, então isso vai depender, mas ele achar  fazer o somatório daquilo que tem  também vai. Acho que deve estar acima de dois ou três milhões de Kwanzas, mas vai depender daquilo  que cada um tem. Quem quiser dinheiro vai receber dinheiro e que m quiser uma casa também vai receber uma casa. Obrigado senhor Administrador, estamos juntos.

 

 

 

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