NAMIBE: FALTA DE INVESTIMENTO NO INAMET CONDICIONA DIVULGAÇÃO DA PREVISÃO DO TEMPO NA PROVÍNCIA

27.09.2023

Os membros da comissão provincial de protecção civil avaliaram, nesta segunda-feira, 25, o impacto das alterações climáticas no Namibe.

Por: Fonseca Tchingui

O encontro extraordinário dos membros da comissão provincial de protecção civil no Namibe, que decorreu no Anfiteatro do governo local, visou avaliar os danos e consequências das catástrofes naturais e lançamento da campanha de sensibilização as comunidades, sob presidência da Vice-governadora para os serviços técnicos e infra-estruturas Ema da Silva.

Terça de Jesus, director do INAMET, instituto de metrologia no Namibe, disse que a falta de investimento neste sector condiciona divulgação da previsão do tempo na província do Namibe.

“Para termos uma previsão local sobre o estado de tempo nesta localidade, temos que ter estações metrológicas funcionais, no raio de cada de 30 quilómetros por uma estação metrológica. A província do Namibe tem três estações instalados pelo INAMET de acordo com o projecto de modernização do INAMET através do metro France Internacional, temos uma estação no Aeroporto,temos no município do Tombwa e outra mais antiga que data dos anos 80. É preciso que governo invista neste sector tal como se faz em outros sectores da vida pública” disse.

Recursos humanos também é um preocupa o sector.Segundo o responsável, para atender a demanda é preciso mais três técnicos para a província do Namibe.

Ernesto Tchalengua,Superintendente chefe Bombeiro nas vestes de porta-voz da referida comissão apresentou os mecanismos que serão usados para prevenir os desastres naturais na província.

“Esta campanha tem dez o objectivos: 1-Conscientização Pública: Informar a população sobre os diferentes tipos de desastres que podem ocorrer na área onde vive, os riscos associados a esses desastres e a importância da preparação para lidar com eles. Isso ajuda a garantir que as pessoas estejam cientes dos perigos que enfrentam;
2-Educação sobre Preparação: Promover a educação sobre como se preparar antes de um desastre, incluindo a criação de planos de emergência familiares, kits de suprimentos de emergência e o conhecimento sobre rotas de evacuação, abrigos e procedimentos de segurança;
3-Divulgação de Informações de Risco: Fornecer informações precisas e atualizadas sobre os riscos específicos de desastres na área, como inundações, terremotos, incêndios florestais, furacões etc. Isso ajuda as pessoas a entenderem melhor as ameaças e a tomarem medidas adequadas;
4-Promoção da Resiliência Comunitária: Incentivar a colaboração entre membros da comunidade, agências governamentais, organizações não governamentais e outros parceiros para fortalecer a resiliência local. Isso envolve a criação de redes de apoio, treinamentos e exercícios de simulação;
5-Redução do Pânico: Evitar a disseminação de informações falsas ou exageradas que possam causar pânico desnecessário. A campanha visa fornecer informações confiáveis e tranquilizar as pessoas, ao mesmo tempo em que as encoraja a agir de maneira responsável;
6-Motivação para a Acção: Inspirar as pessoas a adotarem medidas preventivas e de preparação, como a manutenção de suas propriedades de forma segura e a participação em treinamentos de primeiros socorros;
7-Engajamento da Comunidade: Encorajar a participação activa da comunidade na identificação de riscos, no planeamento de resposta a desastres e na implementação de medidas de mitigação. O engajamento da comunidade pode levar a soluções mais eficazes e adaptadas às necessidades locais;
8-Monitorização e Avaliação: Estabelecer um sistema de acompanhamento para avaliar a eficácia da campanha e fazer ajustes conforme necessário. Isso ajuda a medir o impacto das ações de sensibilização e a identificar áreas que precisam de melhoria;
9-Promoção de Mudanças de Comportamento: Incentivar as pessoas a adotarem comportamentos mais seguros e responsáveis em relação aos riscos de desastres, como não construir em áreas de risco, seguir as instruções das autoridades em caso de evacuação e estar preparado para agir rapidamente;
10-Fomento da Cooperação Institucional: Facilitar a colaboração entre diferentes agências governamentais, organizações não governamentais, setor privado e comunidade acadêmica para garantir uma abordagem abrangente e coordenada para a gestão de riscos de desastres”, descreveu.

Os participantes também apresentaram as suas inquietações e sugestões sobre o assunto.

“A minha preocupação é a seguinte, os mais velhos dizem que não há presente sem o passado, eu venho do bairro Saco-Mar, nós a vezes só nos preocupamos em época de chuva, queremos que se faça vala de drenagem, lá no saco-mar existem uma vala de drenagem que o colono deixou mas anda no esquecimento”, lamentou Manuel Muchinda. “Eu falo em nome da igreja católica, a igreja também tem estado preocupada com as alterações climaticas, a tempo o Papá Francisco apelou no sentido que mundo preserve cada mais o meio ambiente. Em 2017 os bispos da conferência episcopal em são Tomé em Angola, estiveram no Namibe e fizeram a plantação de algumas arvores na localidade do 4 de Março que infelizmente hoje aquelas arvaores estão a ser vandalizada, esta também uma das preocupações que temos enquanto igreja”, disse o sacerdote catolico João Baptista.

Ema da Silva, na ocasião disse que as alterações climáticas têm consequências graves na vida das famílias.

“Com os efeitos negativos das alterações climáticas, temos também observado na nossa província a ocorrência de ventos que causam danos irreversíveis, que infelizmente por vezes causam mortes, deslocamento de comunidades das suas zonas de origens para outras. Os desastres naturais só serão mitigados com estudos, meios técnicos, onde possamos ter um sistema de alerta prévio e prever através da sensibilização permanente e da educação cívica as comunidades mais vulneráveis”, disse.

A governante pediu aos participantes no sentido de replicarem a informação no seio das comunidades locais sobre os riscos dos desastres naturais.

“Por parte do governo já existe um compromisso, de orientar por via do planeamento urbano e rural a identificação de zonas seguras para as comunidades instalarem-se. Esta campanha só vai atingir seus objectivos se trabalharmos em conjunto, o governo, a protecção civil, as ONG ́s, as universidades e as comissões de moradores”, apelou.

Participaram deste encontro, membros do governo provincial do Namibe, membros de comissões de moradores e acadêmicos.

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