UM NATAL ENTRE APERTOS E DESAPERTOS

21.12.2023

O Padre Henrique Simão Mutali, felicita as crianças e as famílias  angolanas apartir do exterior do país e deseja a todos muita saúde, amor e prosperidade, que o ano 2024 traga conforto e mudanças na vida das familias. No seu artigo de opinião intitulado “um natal entre apertos e desapertos”, o sacerdote católico trás a tona a realidade de Angola e dos angolanos nos últimos tempos “A.C”.

“A passos largos caminhamos para Belém a fim de celebrarmos o Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo a carne. Este é o grande Mistério do Amor de Deus que enviou o seu próprio Filho para partilhar a nossa natureza e nos iluminar com a Sua Luz ( Jó 3:16). O Natal é, de facto uma celebração do Mistério da Encarnação. Enfeitar as cidades com símbolos de Natal e iluminação não é importante se Cristo não for a razão e o centro deste embelezamento porque o Natal é festa de um verdadeiro renascimento interior através daquelas práticas tradicionais: penitência, oração e caridade.

Infelizmente, Angola celebra este Natal num momento de um verdadeiro declínio económico. A inflação rebentou com todas as escalas percentuais. E as famílias recentem verdadeiramente que o seu poder de compra é disproporcional às suas receitas financeiras. Multiplica-se o número de pessoas que vivem do lixo, que também já se tornou escasso, porque os produtores de lixo já estão a consumir até os ossos. Hoje já não são apenas as crianças que pedem nas ruas,  os adultos também o fazem e numa velocidade assustadora. A fome é uma realidade insofismável e o fosso entre ricos e paupérrimos é cada vez mais acentuado mas ainda assim, Cristo é a nossa única esperança, Aquele que alimentou multidões no deserto, também há de alimentar este seu povo faminto de uma esperança usurpada ( Mc 8:1-9). Pois, a riqueza do país não se traduz no quotidiano económico do cidadão. Os Bispos vão apelando para um “Natal solidário”, porque entendem que o melhor do Natal de Cristo é a solidariedade, tal como Ele próprio o demonstra ao solidarizar-se com a humanidade descaída.

Neste sentido, o Natal é a festa do Amor que se fez carne, um Deus que se torna Homem, para que o rosto do Pai seja visível ( Jó 14:8-14). O Deus Invisível agora tem uma Imagem, Cristo Jesus, o Esperado das Nações, anunciado por Isaías, precedido por João Baptista e concebido no seio Virginal de Maria, pela Força do Espírito Santo. Desta maneira, não é possível entender um Cristo Histórico, isto é, que encarnou, nasceu, morreu e ressuscitou sem fazer referência áquela que durante nove meses O carregou em seu ventre (Maria).
Por isso, convido todos os angolanos a celebrar este Natal com os olhos virados para Aquele que é, à Luz que vindo ao mundo, a todos ilumina, mesmo que ainda persistam as sequelas do pecado ( Jó 12:46). Partilhemos o pouco, porque Deus recompensa aquele que reparte com largueza. Padre Henrique Simão Mutali”.

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