Alguns funcionários da Administração Municipal do Namibe são acusados de fazer negócio de terreno com a cobertura de agentes do DIIP-Namibe.
Por: Adriano Moma
A denúncia é do casal Celeste Daiana de Melo Dobeth Costa e Bruno Dobeth Costa, durante o Mwangolé as terças-feiras “antecipado”, que teve lugar nos estúdios do ” NFV”, terça-feira, 23 de Abril de 2024, moderação de Armando Chicoca, imagens de Edson Fela, controlo sonoro de Tomás Cassinda “Neris” e produção de Domingos Marques.
Audio completo da denúncia em entrevista no Mwagolé Fala Verdade
“Estamos a ser vítimas de perseguição da polícia de investigação de ilícitos penais, que parece estar ao serviço particular dos nossos algozes”, disse Celeste, realçando que em causa, está os terrenos que adquiriram legalmente ao Estado para erguerem infraestruturas, cobiçados por indivíduos que se julgam poderosos ao ponto de pisar tudo e todos.
O seu terreno legalmente adquirido ao Estado, lhe foi desapossado ilegalmente pelo Padre da Igreja Católica no Namibe, de nome Sapalalo, em sua opinião, conluio com alguns indivíduos do pelouro do governo provincial do Namibe.
Bruno Dobeth Costa, Empresário na província do Namibe
‘’A perseguição é severa, os terrenos viraram diamante no Namibe. Os próprios indivíduos do governo e da Administração municipal, é que fazem máfia. Os técnicos da Administração municipal parece que mandam mais que o próprio governador e Administrador municipal’’, disse, sublinhando que quando o povo diz que há uma verdadeira desgovernação no Namibe, não é porque nós queremos tirar os nossos líderes do poder, mas é que há uma verdadeira desgovernação, nós vemos aqui com os nossos olhos na nossa província. E os órgãos que nos podiam tutelar são os mesmos que vêm a atrás de nós nos perseguindo.
Os órgãos que deveriam ajudar o povo em busca da justiça são os que mais nos prejudicam.
“Então há uma verdadeira desgovernação’’, frisou.
Bruno Dobeth Costa, Empresário na província do Namibe
“Como podem ver os documentos em minha mão, este processo do Padre Sapalalo foi feito depois de mim, se tiver em conta a data e neste processo há documentos forjados. Já recorri ao governo e dizem que é padre da nossa Igreja, 80 porcento de angolanos são Católicos. O que tenho a ver se é padre ou não? Será que a Constituição tipifica a descriminação social? Os padres podem fazer uso de documentos forjados para usurpar terrenos alheios?”, questionou Bruno Doubeth Costa, que diz estar exausto com a injustiça reinante no Namibe e o nível de corrupção no caso de venda ilegal de terrenos.
Bruno Dobeth Costa, Empresário na província do Namibe
As madrugadas de hoje, terça-feira, um patrulheiro policial do DIIP foi a minha casa pelas 3h30 minutos batendo arrogantemente a nossa porta, disse Bruno Doubeth que diz ter recebido conselho de não abrir a porta naquela hora, porque a lei apenas permite no caso de mandato de captura interceptar o cidadão pelas 6 horas.
Conta que depois de se terem cansado de violentar a porta, foram-se embora e depois percebeu-se que, tem a ver com o facto de terem obstruído a construção da obra em seu terreno, devidamente legalizado, por uma senhora que se presume ter família de costas largas, esclareceu.
Namibe aos poucos vai-se tornando província de bandidos, mafiosos de terrenos, que o fazem sob o olhar das autoridades que não agem porque são membros da família dos peixes grossos.
Celeste Dobeth Costa, Empresária na província do Namibe
O governador, os vice-governadores nos parecem ser pessoas do bem, mas não se percebe como é que os charlatães não são responsabilizados, disse Celeste, que diz ter vindo ao NFV para fazer valer a sua voz.
Estão a criar muitas dificuldades a população, vendem os terrenos do povo, depois buscam polícias parentes e simulam.
Celeste Dobeth Costa, Empresária na província do Namibe
“Eu também sou do MPLA desde a OPA mas estou cansado e revoltado com estas injustiças repugnantes”, asseverou.
Espero que a PGR no Namibe atenda a queixa que vamos interpor, porque não podemos continuar ser vítimas de bandidos cuja a vida é vender terrenos atribuído a outras pessoas, concluíu Celeste Dobeth Costa.
Bruno Dobeth Costa, Empresário na província do Namibe
Isto qualquer dia vai causar revolta popular contra a polícia, porque o povo não pode sofrer por cima da sua razão, concluiu Bruno da Costa.
O Mwangolé às quartas-feiras terminou com o sim da banda musical do NFV, que para o pagamento da mesma tem merecido a atenção de amigos e individualidades naquilo que podem.
A verdade dói mas liberta. Sexta-feira e sábado o Namibe-Fala Verdade estará em Ondjiva-Cunene na conferência sobre a liberdade de expressão e de imprensa VS crimes de calúnia, difamação e injúrias, a ser facilitado por um Magistrado do Ministério público, membros da ordens dos advogados e juristas afectos ao MPLA e UNITA.
Os activistas sociais e membros da sociedade civil em geral são os potenciais convidados a conferência, a ter lugar no Hotel Águia Verde sábado, hora a indicar. AM
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