SOBRINHO DO GENERAL KUNDI PAIHAMA, DENÚNCIA AO BP DO MPLA TRIBALISTAS E REGIONALISTAS QUE PERSEGUEM OUTRAS TRIBOS NO CUNENE.

06.05.2024

Temos indivíduos na elite do MPLA no Cunene, com um comportamento que não se adequa aos princípios, estatutos e valores doutrinários e ideológicos do partido dos camaradas.

Por: Armando Chicoca

Tchilalo João Muhala, filho de Mariana Nangombe Hamuti João, irmã biológica do General Kundy Paihama, é sobrinho directo do General Kundi Paihama, e reconhece que o seu tio já se bateu contra este comportamento que na sua óptica vai retardar o desenvolvimento do Cunene, com apegos a factores tribais e regionais.

Tchilalo João Muhala que já sofreu cadeia no Péu-péu por defender o fim da incompetência, a valorização dos quadros da província, o combate ao nepotismo, tribalismo, regionalismo e outros males que mutilam o desenvolvimento, foi alvo de uma cabala bem montada que não só retarda a província, mas também sufoca e mutila os quadros jovens da província que já não se revêm nas guerras intestinais tribais, alimentadas por um grupo de conservadores da ideia de que a província do Cunene, os Cuanhamas devem ser vistos como genuínos filhos da terra, renegando outras tribos ou grupos étnicos na marginalização, se é que pretende-se corrigir o que está mal.

O General Kundi Paihama durante a sua vida, foi um incansável lutador pela unidade, reconciliação do povo natural e dos residentes na província do Cunene, visando ultrapassar as querelas tribais.

Kundi Paihama, Ex-governador de Cunene

“Os seres humanos  diferem-se uns dos outros nas capacidades de realização e competências, a origem étnica de cada um é histórica, mas não pode ser relevante enquanto estiver em causa o desenvolvimento sustentável da província, que exige de todos os filhos de Angola que escolheram viver no Cunene fazer alguma coisa. Tudo o que nos divide deve ficar para trás”, defendia o General Kundi Paihama, em vida, na província do Cunene.

Visando dar continuidade a luta iniciada por seu tio Kundi Paihama, Tchilalo João Muhala não olha para os ressentimentos das cadeias que sofreu no Péu-péu, por defender o desenvolvimento da província, mas dos olhares para o atraso da província do Cunene com muita preocupação, tudo porque perde-se mais tempo com querelas tribais do que propriamente com o essencial, que é a orientação da juventude local, a infraestrutura não da província, dar o mínimo necessário a juventude prosperar e mobilizar todos os angolanos sem tribalização para a causa comum que é o bem de todos cidadãos.

Tchilalo João Muhala, Activista e crítico do governo do Cunene

Para o efeito, Tchilalo João Muhala, de forma aberta, corajosa e cansado de mentiras, decidiu escrever para o Bureau político do MPLA, partido que governa, denunciar o que acha ser um dos males que devem ser corrigidos.

Os angolanos aguardam com ansiedade que o BP do MPLA dê resposta aos quesitos levantados, que haja coragem de se mandar averiguar e procurar corrigir o que está mal na província do Cunene porque não há fumo sem fogo.

Procuramos ouvir a Governadora Gerdina Didalelwa, como sempre não está disponível para responder a imprensa privada. Alguns políticos acusados promotores do tribalismo também alinharam-se ao silêncio.

Armando Chicoca “Silivondela” (a voz dos sem voz)

 

“CARTA DE TCHILALO JOÃO MUHALA AO BP DO MPLA”

Ao Secretariado do Bureau Político do MPLA.

Luanda

Face aos subsequentes comportamentos de perseguição social, tribalismo, ostracização social perpetrado por alguns membros da comissão executiva do comité provincial do MPLA no Cunene, solicito ao núcleo ora supracitado à seguinte atenção:

No Cunene não existe tribalismo na dimensão ortodoxa e na visão dos sociólogos clássicos do universo contemporâneo;

O que existe é;

Temos indivíduos dentro do MPLA que optam por comportamentos tribais para justificar a sua ascensão ou permanência em cargos políticos sem justa causa, com pretextos à etnicidades colocando em causa a CRA, os estatutos e directivas do partido que suporta o governo que gere a coisa pública.

A ideia, segunda a qual o kwanhama é tribalista não é verdadeira.

Temos elementos bem identificados no subgrupo kwanhama, que praticam sistematicamente actos de não aceitação radical de pessoas de outras origens:

– Jerónimo Haleinge;
– Josefina Pandeinge;
– Gonçalves Namweya;
– Lúcio Ndinoiti;
– Elias Satiohamba;
– Eleutério Hivilikwa.

Estes, é que são os  tribalistas da província do Cunene e perseguem as pessoas. Fazem falar mal uma etnia completa e confundem a opinião pública sobre este assunto.

Estes são o impasse do crescimento e desenvolvimento social, cultural, econômico e político da província do Cunene.

Os vetores dos problemas de relacionamento social e institucionais do Cunene são promovidos por estas pessoas ora citadas.

Não é possível desenvolver uma sociedade se não optarmos por critérios universais de cooptação do capital humano.

Com esta gente ora mencionada na direcção do MPLA/Cunene, não é possível fomentar harmonia e coabitação social e institucional.

E curiosamente quase todos eles são membros da comissão executiva do comité provincial do partido MPLA no Cunene.

Excelências, a juventude da província do Cunene precisa de paz, harmonia e concórdia social, desenvolvimento e progresso humano, mas este grupo não deixa.

Cunene hoje é um palco de guerra institucional e social sem precedentes por causa deste grupo tribalista.

A tempos fui reunido por alguns destes senhores:
Elias Satiohamba, Josefina Pandeinge, Lúcio Ndinoiti, Sérgio Vaz, a mando da senhora Gerdina Didalelwa (primeira secretária do partido MPLA e governadora provincial do Cunene, foi o que disse Elias Satiohamba na reunião) no Bispado da Igreja Católica no Cunene e da mesma (reunião) participaram sua Reverendíssima, Dom Pio Hipunhaty, Pe. Gaudêncio Félix Hiakulenge e o jornalista da rádio ecclésia Dino Manual, cujo teor da sessão estava em torno das minhas posições cívicas e o MPLA no Cunene.

Excelências, o MPLA no Cunene com este grupo na sua direcção pode desaparecer.

No Cunene temos pessoas dentro da mesma etnia (Ovambos) com educação genuinamente social e institucional de bom senso:

1- Pedro Tongeni;
2- Sua Majestade Mário Satypamba;
3- Pe Gaudêncio Félix Hiakulenge;
4- Lázaro Kakunha;
5- Orlando Sambwako e outros.

Estes senhores precisam ser ouvidos e dados oportunidades para a coesão da província. O dirigente que vier no Cunene e não se dar ao trabalho de ouvir estes quatros, senhores em primeira instância, o seu consulado pode colapsar.

O jovem no Cunene precisa de oportunidades e liberdade de opção.

Hoje no Cunene para desempenhar uma função de relevo administrativo está provido como critério, ser Ovambo da conveniência deste grupo.

Se fores um Kwanhama ecléctico e vertical e não compactuar com o comportamento daquele grupo, és maltratado por esta gente (os tribalistas) ora visada.

Achamos nós que o MPLA não precisa disto, o MPLA tem regras que se consubstanciam com o bem estar social e de livre escolha circunscricional!

A CRA no n°2 do artigo 23° estabelece que “ninguém pode ser prejudicado, privilegiado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão da sua ascendência, sexo, raça, etnia, cor, deficiência, língua, local de nascimento, religião, convicções políticas, ideológicas ou filosóficas, grau de instrução, condição económica ou social ou profissional.”

 

Nestes termos, o comportamento desta gente coloca em causa os princípios constitucionais e preceitos estatutários do partido.

Precisamos de mudança de direção do partido aqui no Cunene.

No Cunene qualquer um serve (como dirigente) desde que seja competente, qualificado e responsável.

Não existem pré-preferências.

Iremos fundamentar todo excerto deste texto num outro texto a seguir.

Notifico aos visados, se for calúnia ao que disse, que intentem um processo crime contra mim e permitam que  o julgamento seja público.

Obs.: Por outro lado, irei promover uma manifestação no Cunene contra estes actos em data a anunciar!

MPLA (actual direcção) no Cunene fora!

Ass:
Tchilalo João Muhala, Professor Universitário, Presidente da Associação dos Académicos do Cunene e  Analista Político.”

Está conforme recebi. AC

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